Categoria Economia  Noticia Atualizada em 29-01-2008

Interrupção da queda nos juros deve frear crédito em 2008
Altamir Lopes, diretor do BC, disse nesta terça-feira (29) não descartar alta dos juros
Interrupção da queda nos juros deve frear crédito em 2008

Ao divulgar os números de 2007 sobre o aumento do crédito bancário nesta terça-feira (29), o Banco Central (BC) afirmou que o mesmo cenário vai se repetir este ano. Por conta da interrupção na queda dos juros - iniciada em outubro de 2007 e devendo se estender por todo este ano -, o BC acredita que o crescimento de 27% oferta de crédito no ano passado não deve se repetir em 2008.

Segundo o BC, por conta disso, o crescimento da oferta de crédito deve ficar entre 20% e 25% em 2008. Além disso, o juro ao consumidor, que atingiu a mínima histórica em dezembro do ano passado (43,9% ao ano), deve parar de cair. "De repente, pode até subir", disse o diretor do Deparatmento Econômico do BC, Altamir Lopes.

Captação financeira
Segundo ele, além dos juros, o custo de captação financeira dos bancos no exterior está crescendo por conta do temor de recessão nos EUA, que deixa o mercado mais volátil. Por causa, explica Lopes, o spread bancário - diferença entre a taxa de captação dos bancos e a cobrada pelo cliente - também terá menos espaço para cair.

"Já não tem mais tanto espaço para redução das taxas de juros. Ao mesmo tempo, a taxa de captação [juros pagos] dos bancos está subindo por conta das turbulências, o que reduz o espaço para queda dos spread bancário (diferença entre taxa de captação dos bancos e aquela cobrada dos seus clientes)", explicou o diretor do BC.

Impostos
Outro fator que inibirá a procura de crédito, encarecendo o custo dos empréstimos, é o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para pessoas físicas. A taxa passou de 1,5% para 3% ao ano, e foi usada para compensar parte das perdas com o fim da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).

Para 2008, Altamir Lopes recomenda cautela aos tomadores de empréstimos. "Se (você) está endividado com taxas elevadas, busque um crédito mais barato. Tem que negociar com as instituições financeiras", disse ele. Questionado se o cenário de crise externa sugeriria maior "cautela", Lopes respondeu afirmativamente: "Cautela é sempre bom. Em momentos de volatilidade, é mais importante ainda."

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Por:  Giulliano Maurício Furtado    |      Imprimir