Categoria Politica  Noticia Atualizada em 01-02-2008

Cordialidade marca o último debate democrata
A cordialidade deu o tom do debate desta quinta-feira entre Barack Obama e Hillary Clinton
Cordialidade marca o último debate democrata
Foto: Andrew Gombert/EFE

A cordialidade deu o tom do debate desta quinta-feira entre Barack Obama e Hillary Clinton, os pré-candidatos democratas à presidência dos EUA. Depois de uma semana de ataque, eles trocaram elogios naquele que foi o último duelo televisivo para ambos antes da Superterça (dia 5) quando mais de 20 Estados definirão seus delegados.

Também foi o primeiro debate só com a participação dos dois principais pré-candidatos em nove meses de disputa, depois da desistência de John Edwards, que abriu mão da candidatura na última quarta. Com isso, Hillary e Obama simbolizaram a novidade nos Estados Unidos, porque uma poderá ser a primeira mulher e o outro, o primeiro negro a governar o país.

Mas, se eleitores queriam aproveitar o debate para decidir entre Obama e Hillary, devem ter ficado ainda mais em dúvida, porque os dois concordaram na maioria dos assuntos e resolveram ressaltar suas diferenças em relação aos republicanos.

Hillary afirmou que os republicanos representam "mais do mesmo" e, apontando para si mesma e para Obama, disse: "nenhum de nós é mais do mesmo; nós vamos mudar nosso país". Ao serem indagados sobre a possibilidade de um tornar-se vice do outro, ambos evitaram se comprometer.

"Eu respeito a senadora Clinton, acho que o serviço dela para este país é extraordinário, mas ainda temos uma longa estrada a trilhar antes de tomar uma decisão como esta", ponderou Obama. A senadora concordou que ainda era cedo para discutir a questão.

Hillary arrancou aplausos ao responder sobre como mais um representante da família Clinton poderia promover mudanças depois de décadas de Clinton e Bush no poder. "Foi preciso um Clinto para limpar o que o primeiro Bush fez e acho que será preciso outro para limpar o que o segundo Bush fez".

Ao falarem sobre os temas da campanha, um ponto de divergência entre os dois democratas surgiu em relação à saúde. A ex-primeira-dama pretende criar um plano de seguro médico para toda a população americana, enquanto Obama planeja uma cobertura para quem não tem seguro fornecido pelo empregador e para os que não têm acesso aos fornecidos pelo governo.

"Eu acredito que temos de ter uma cobertura universal de saúde. É uma responsabilidade moral", destacou Hillary.

"Ela acredita que temos de forçar as pessoas a comprar planos de saúde. Aí temos uma política diferente, porque o problema é que as pessoas não podem pagar um plano de saúde e por isso eu defendo uma redução nos custos. Se dermos subsídios, quem não pode pagar vai comprar um plano", rebateu Obama.

Hillary foi indagada sobre o motivo que levou o senador Ted Kennedy a apoiar o seu rival no Partido Democrata. "Tenho o maior respeito pelo senador Kennedy e pela família Kennedy. E estou orgulhosa por ter três dos filhos de Bobby me apoiando - Bobby, Kathleen e Kerry", respondeu.

Enquanto Caroline, filha do ex-presidente John F. Kennedy, e Ted Kennedy estão do lado de Obama, três filhos do falecido senador Robert F. Kennedy - a ex-vice-governadora de Maryland Kathleen Kennedy Townsend, Robert Kennedy Jr. e Kerry Kennedy se pronunciaram a favor de Hillary.

Na quarta, Hillary venceu a disputa na Flórida, que não contou delegados para os democratas depois que o comitê nacional do partido puniu o comitê estadual por ter alterado a data da primária sem permissão. Do lado republicano, a vitória foi de John McCain, que ficou à frente de Mitt Romney e passou a liderar a disputa no partido.

Na platéia do debate desta quinta, realizado no mesmo local que recebe a cerimônia do Oscar, um time de estrelas de cinema como Leonardo di Caprio, Pierce Brosnan e o diretor Steven Spielberg.

Cordialidade marca o último debate democrata antes da Superterça.

Fonte: http://noticias.uol.com.br
 
Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir