Categoria Televisão  Noticia Atualizada em 02-02-2008

Bombom 'dá o Tom Maior' na economia .
Escola contou história de SP com crítica cheia de brilho.
Bombom 'dá o Tom Maior' na economia .
Foto: Marcos Ribolli

A história de São Paulo contada com luxo e crítica. Foi assim o desfile da quinta escola a pisar no sambódromo do Anhembi na primeira noite do Grupo Especial, a Tom Maior.

A escola encerrou o desfile no último segundo, com uma hora e cinco minutos. Houve tensão no final da apresentação por causa da pressa para passar o último carro pelo portão.

Logo de entrada, a escola levou para a avenida carros e fantasias com vários olhos, simbolizando a ganência e da exploração. A Tom Maior contou neste desfile a história do crescimento da economia paulista com o enredo "Glória paulista. São Paulo na vanguarda da economia brasileira".

A escola levou algumas fantasias inspiradas nas cores do estado, o vermelho, o preto e o branco. O último casal de mestre sala e porta-bandeira, inclusive, trazia uma bandeira que de um lado tinha o emblema da escola e o verso era uma réplica da bandeira paulistana.

A bateria entrou toda vestida de dourado e as alas seguintes também tiveram suas fantasias com a mesma predominância de cores, até o segundo carro. A tonalidade da escola mudou no terceiro carro, que falava sobre a riqueza que o estado conquistou com a agricultura. Para representar o avanço agrícola, o carro trouxe um espantalho de lata, que remete à tecnologia usada nos campos paulistas.

Embaixo do espantalho, a deusa da fertilidade representava o cio da terra. Muito empolgados, os integrantes da escola dançaram ao longo de todo desfile. O deputado federal Frank Aguiar (PTB-SP), desfilou em um carro que simbolizava a revolução industrial e tinha uma réplica do Palácio das Indústrias.

A ala das baianas representou o mercado financeiro, com vestidos prata e laranja. Entre os destaques, um carro alegórico com o dragão móvel.

Com cinco carros alegóricos, 21 alas e 3.500 componentes, a Tom Maior contou como o estado de São Paulo se transformou na vanguarda da economia brasileira. A tarefa é realizada por meio de um desfile luxuoso, que remete à grandeza do sistema financeiro paulista.

A indústria do café foi enfocada em um carro alegórico com andaimes, o palácio da indústria. A "locomotiva do Brasil" é homenageada de forma crítica.

A escola passou por um ritual antes de pisar no sambódromo do Anhembi. O intérprete da escola, René Sobral, pediu para que todos os 3.500 componentes "dessem uma abaixadinha".

Segundo ele, é "para o samba entrar nas pessoas". Ele contou que é um ritual da escola para que os integrantes façam um bom desfile. Com muito vermelho e amarelo, a Tom Maior acredita em um "carnaval vencedor", em busca de seu primeiro título.

Adriana Bombom, rainha da bateria da Tom Maior, entrou no sambódromo do Anhembi vestida de 'anjo dourado'. (Foto: Marcos Ribolli)Adriana Bombom, a rainha da bateria que desfila há quatro anos na escola, desfilou com uma fantasia amarela com asas nas costas feitas de enormes penas. Ela deu nota mil para o desfile da escola e elogiou também o que chamou de melhoria do desfile das escolas de samba de São Paulo em relação à festa carioca. "Desfilo aqui há seis anos e vejo que está crescendo muito, melhorando", comentou.

Além de Adriana e do deputado Frank Aguiar, outros famosos que participaram do desfile foram o ator Ailton Graça e a diretora do Faustão, Lucimara Parisi. No ano passado, a escola ficou em oitavo lugar.

Participação especial
Eli Chamelet, de 34 anos, desfilou em uma cadeira de rodas à frente da Ala dos Bandeirantes. Ele ficou paraplégico há três anos em um acidente durante um vôo livre. "O desfile foi uma delícia, tenho a Tom Maior no coração", disse. Ele desfila pela escola também há três anos e era um dos integrantes mais animados na avenida.

A amiga dele, Cybelle Guedes, de 25 anos, desfilou pela primeira vez e disse que chegou cansada à dispersão, mas aprovou a experiência.

Boicote
O presidente da Tom Maior, Marko Antônio da Silva, disse no fim do desfile da agremiação no Sambódromo do Anhembi que a escola de samba sofreu um boicote. De acordo com ele, o ateliê responsável pela confecção sumiu com 300 fantasias, de pelo menos três alas da escola.

Silva diz que os integrantes da Tom Maior fizeram um mutirão nesta sexta e conseguiram recuperar cerca de 200 delas em vários locais da Grande São Paulo. Apesar disso, algumas alas saíram desfalcadas. "Isso atrapalhou a concentração e o ânimo das pessoas", contou.

O problema com as fantasias fez a pressão do presidente aumentar e ele precisou ser levado a um hospital. Apesar disso, ele desfilou nesta noite. "A escola é minha alma, eu tinha que vir", disse. A Tom Maior encerrou o desfile em cima do prazo máximo permitido, de 65 minutos. Assim que fecharam os portões, Silva soltou um "ufa". Ele acredita que os problemas não prejudicaram a escola.

Bombom 'dá o Tom Maior' na economia .

Escola contou história de SP com crítica cheia de brilho.
Entre os carros alegóricos, houve dragão e espantalho.


Fonte:

Acesse o G1

 
Por:  Felipe Campos    |      Imprimir