Categoria Geral  Noticia Atualizada em 03-02-2008

Desfile tem 'mulher puxada pelos cabelos' e carro aéreo.
Camisa foi 1ª escola desta segunda noite de desfiles do Grupo Especial de SP.
Desfile tem 'mulher puxada pelos cabelos' e carro aéreo.
Foto: Marcos Ribolli/G1

O primeiro desfile desta segunda noite de apresentações do Grupo Especial do Carnaval de São Paulo levou para o sambódromo do Anhembi, na Zona Norte da capital paulista, uma encenação polêmica e até "um carro aéreo".

A escola terminou o desfile 63 minutos após entrar na avenida.

Com o enredo "Da pré-história ao DNA: A história do cabelo eu vou contar!", a Camisa Verde e Branco entrou na avenida com uma comissão de frente formada por 14 homens, metade vestido como mulheres pré-históricas e metade como homens da caverna. A coreografia de Yaskara Manzini mostra os homens puxando as mulheres pelo cabelo. A mesma referência está no carro abre-alas da escola, com uma enorme figura de um homem das cavernas. A bateria se fantasiou com perucas no estilo black power.

Outro destaque foi uma inovação trazida pela escola: um carro aéreo, sem piso, onde todos os participantes foram suspensos para desfilar pelo Anhambi.

A bateria da Camisa Verde e Branco animou a arquibancada. À frente dos ritmistas estava a jornalista Bruna Ancheschi, a musa da bateria da escola. A bela morena desfilou com cabelos lisos e uma fantasia prateada e verde. Ela contou ao G1 que estava emocionada com a estréia na Camisa. "Apesar de já ter experiência na avenida, estou nervosa", confessou.

Bruna disse que esteve em muitos ensaios da escola e o que mais chamou a atenção foi a participação da comunidade. Em cada ensaio, ela sambava cerca de três horas. A musa contou que costuma desfilar com os cabelos presos, mas optou por um rabo de cavalo por causa do enredo da escola de samba.

A rainha de bateria, Renata Souza, também estava bem nervosa na venida. Ela vestia uma fantasia que representa a vaidade. A rainha usava brincos de espelho e pedaços do material na roupa. Na cabeça, ela optou por uma peruca de cabelo crespo para combinar com os integrantes da bateria, que usavam estilo black power.

Valorizando a tradição da escola, a velha guarda da Camisa entrou na avenida na frente do abre-alas. Chamou a atenção também o número de belas passistas representando a a figura mitológica da Medusa, com cabelos de serpente.

Problema na entrada
A Camisa Verde e Branco teve problemas com o carro abre-alas antes de entrar na avenida. A peça que acoplava duas partes do carro quebrou e ele entrará separado. Para unir as partes" já que o número máximo de alegorias no desfile é cinco" os integrantes usaram um pedaço de pano marrom. O problema atrasou em alguns minutos a entrada da escola.

Antes do início do desfile, a comissão de frente da escola e a velha guarda formaram dois círculos para fazer uma oração e pedir um bom desfile.

A responsabilidade de garantir o bom desempenho da fórmula "equilíbrio entre tradição e novidade", que a escola acredita ser receita de sucesso, está a cargo dos 3.200 componentes da Camisa. O grupo se apresentou distribuído em 24 alas. A Camisa Verde e Branco voltou ao Grupo Especial depois de ser vice-campeã do Grupo de Acesso em 2007.

O último carro, "Salão do Futuro" reproduzia um salão de beleza e deveria trazer profissionais lavando, secando e cortando cabelos. Segundo o presidente da escola, no entanto, os destaques chegaram atrasados e, por isso, não foi possível cumprir o programado. No carro, saíram cabeleireiros estrangeiros, mas apenas dançando sobre a alegoria.

Carnaval de R$ 2 milhões
O presidente da escola Delson Ribeiro confessou estar nervoso com o desfile e disse acreditar que a escola tem chances de conquistar o campeonato. "Fomos criativos e o enredo é original", comentou. A Camisa gastou R$ 2 milhões no desfile de 2008. Em um dos carros da escola, desfilam sósias de personalidades com cabelos marcantes, como as cantoras Maria Bethânia, Beth Carvalho e Tina Turner.

A bateria da Camisa Verde e Branco levou a nova geração de ritmistas. Duas crianças de 9 anos tocam tamborim há quatro anos na escola. Maria Eduarda Carvalho disse que aprendeu a tocar com os pais que, hoje em dia, desfilam na bateria da Tom Maior. "Acho legal tocar. Comecei a ensaiar em agosto", disse ela, que ia para os ensaios com a mãe, que vai sair na ala de DNA da escola.

Guilherme de Paula aprendeu a tocar com o tio e disse que quer crescer tocando. "Eu desfilo pulando de alegria", contou. Um dos diretores da bateria, Jeyson Rodrigo Perro, disse ser importante treinar as crianças porque eles serão "os batuqueiros de amanhã". Segundo Perro, eles tocam tão bem quanto os adultos, só não tem a mesma resistência, apesar de conseguirem concluir o desfile.

Entre os famosos que participam do desfile de retorno da escola ao Grupo Especial do Carnaval de São Paulo estão Gretchen e os cabeleireiros Celso Kamura e Jacques (da dupla Jacques e Janine). A musa da bateria neste primeiro desfile da segunda noite de carnaval é a estreante Bruna Ancheschi, 23 anos, que promete não fazer feio no desfile e para isso vai contar com a ajuda de suas medidas: 89 cm de busto, 70 cm de cintura e 98 cm de quadril, a morena de 65 kg e 1,72 m.

Cabeleireiro das estrelas
Celso Kamura, o cabeleireiro das estrelas, disse que se sentiu lisonjeado em ser convidado para participar do desfile da escola de samba Camisa Verde e Branco. Foi a primeira vez que Kamura desfilou em São Paulo. Ele contou que, para se preparar, intensificou a malhação na última semana e deu uma atenção especial para os cabelos. "Frisei meus cabelos e fiz um make-up especial", disse. Kamura aposta na vitória da escola no campeonato

Desfile tem 'mulher puxada pelos cabelos' e carro aéreo.

Camisa foi 1ª escola desta segunda noite de desfiles do Grupo Especial .

Fonte:

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Por:  Felipe Campos    |      Imprimir