Categoria Geral  Noticia Atualizada em 11-02-2008

Bolívia não declara estado de calamidade em região amazônica
Crianças brincam em rua alagada por fortes chuvas em Trinidad, na Bolívia; a estação das chuvas, que ganhou força com o fenômeno La Niña
Bolívia não declara estado de calamidade em região amazônica
Foto: Juan Karita/AP

La Paz, 9 fev (EFE).- O Governo da Bolívia não vai declarar estado de calamidade pública no departamento amazônico de Beni - que, segundo alguns meios de comunicação, está com 80% do território inundado, informou hoje a Agência Boliviana de Informação (estatal).

O porta-voz do presidente Evo Morales, Álex Contreras, disse esta madrugada que, segundo o Ministério da Defesa, "não é necessário, por enquanto, declarar estado de calamidade pública" em Beni, inundado pelas chuvas provocadas pelo fenômeno climático La Nií±a.

Morales se reuniu ontem com os seis ministros que visitaram a região inundada esta semana em um encontro no qual estava previsto aprovar a declaração de desastre nacional, segundo algumas fontes oficiais.

Com mais de 200 mil quilômetros quadrados de área, a região de Beni está, segundo a imprensa local, com 80% de seu território inundado, principalmente por causa do transbordamento dos rios que cruzam o departamento boliviano.

As chuvas e enchentes do La Nií±a deixaram mais 50 mortos e afetaram 43 mil pessoas em toda a Bolívia este ano.

O porta-voz aproveitou para anunciar que o presidente realizará uma visita aos afetados, mas não adiantou mais detalhes.

Trinidad, a capital de Beni, departamento com mais de 90 mil habitantes, é cercada por um anel de contenção, conhecido como "la circunvalación", cercado pelas águas.

O ministro de Obras Públicas, Oscar Coca, disse ontem que o transbordamento da "'circunvalación' não era evidente" e que a "chuva forte" já tinha passado.

No entanto, meios de comunicação locais citam fontes departamentais que afirmam que a vala está a 30 centímetros de transbordar e que já apresenta rachaduras.

Além disso, a elevação do nível das águas ameaça mais de um terço da população urbana, que já está sendo preparada pelo Comitê Operacional de Emergência Departamental para deixar a região, segundo o jornal "La Prensa".

O Governo boliviano anunciou hoje que começará a montar um acampamento a cerca de 25 quilômetros da cidade para receber os desabrigados.

Um relatório publicado na quinta-feira pelas Nações Unidas afirma que o pior ainda está por vir na Bolívia, e que a água continuará a subir até o começo de abril.

Doações e equipes de resgate internacionais têm chegado esta semana ao país.

Helicópteros brasileiros, chilenos e venezuelanos participam do resgate dos desabrigados, e está prevista a chegada de outros dois argentinos.

Os Governos do Peru, da Argentina e dos Estados Unidos forneceram ajuda humanitária e o Programa Alimentar Mundial da ONU está atendendo a mais de 7.400 famílias.

A Bolívia também recebeu ajudas econômicas de organizações como a Corporação Andina de Fomento, que doou US$ 150 mil e um crédito de US$ 20 milhões, e do Banco Mundial, que deu outro de US$ 12,5 bilhões.

Na segunda-feira, a Espanha enviará um avião com 11,5 toneladas de ajuda humanitária em resposta ao pedido oficial de cooperação feito pelo Executivo boliviano.

O Governo espanhol também colocará outro avião à disposição de outras instituições e ONGs, e destinará US$ 226,2 mil para compras locais.

Bolívia não declara estado de calamidade em região amazônica 80% inundada.

Fonte: http://noticias.uol.com.br
 
Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir