Categoria Politica  Noticia Atualizada em 11-02-2008

Governo decide apoiar CPI mista
Senador Romero Juc� (PMDB-RR) recebeu o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) para tratar da cria��o da CPI mista para investigar
Governo decide apoiar CPI mista
Foto: S�rgio Lima/Folha Imagem

O governo decidiu apoiar a instala��o de uma CPI mista (com deputados e senadores) para apurar irregularidades no uso dos cart�es corporativos do Executivo depois que a oposi��o aceitou retroagir o prazo de investiga��es para 1998. DEM e PSDB aceitaram incluir nas investiga��es gastos do governo do ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso com as chamadas "contas B" --que posteriormente foram substitu�das, em parte, por cart�es corporativos.

Diante da press�o pol�tica dos governistas para que as investiga��es atinjam a gest�o do PSDB, a oposi��o resolveu ceder para evitar a instala��o de duas CPIs (uma mista e outra somente no Senado) para investigar o uso dos cart�es.

A Folha Online apurou que o l�der do governo no Senado, Romero Juc� (PMDB-RR), recebeu o aval do Pal�cio do Planalto para concordar com a CPI mista proposta pelo deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) --que se reuniu com o governista na manh� de hoje.

Desde que as den�ncias de irregularidades no uso dos cart�es corporativos vieram � tona, Sampaio come�ou a coleta das assinaturas para a CPI mista. Mas n�o teve o apoio dos governistas que temiam o uso pol�tico da comiss�o. Juc� admitiu que mudou de id�ia ap�s ter a certeza de que as "contas B" do governo FHC ser�o investigadas.

"N�s queremos retroagir a an�lise das despesas para que possamos mudar o padr�o do gasto p�blico no pa�s. O objeto da CPI analisa gastos com cart�es de pagamento e deve retroagir para suprimentos definidos desde 1998", afirmou Juc�.

Embora os cart�es corporativos tenham sido implementados oficialmente a partir de 2001, o mecanismo foi criado em 1998 --motivo que levou o governo a pressionar pelas investiga��es a partir deste ano.

Os governistas apostam que a CPI ir� encontrar irregularidades nos gastos do governo FHC --especialmente nas chamadas "contas B" --, enquanto a oposi��o sustenta que o foco principal da comiss�o ser� nas recentes den�ncias de uso irregular dos cart�es corporativos.

"O fato determinado da CPI � o cart�o corporativo, mas isso n�o impede as investiga��es das 'contas B'. O receio do governo de que a CPI teria o foco somente no atual governo n�o procede. O cart�o corporativo veio em substitui��o �s 'contas B'", explicou Sampaio.

Integrantes

A CPI ser� composta por 22 titulares (11 deputados e 11 senadores), al�m de outros 22 suplentes. O requerimento fixa o prazo de 90 dias para as investiga��es da comiss�o. Governo e oposi��o ainda n�o discutiram como os cargos de comando ser�o divididos, mas a Folha Online apurou que a base aliada do governo vai trabalhar para ficar com a relatoria da CPI, embora admita compartilhar a presid�ncia com a oposi��o.

A relatoria � o cargo mais cobi�ado pelos governistas porque cabe ao relator conduzir as investiga��es sobre supostas irregularidades no uso dos cart�es corporativos. Com a relatoria em m�os, os aliados poder�o "blindar" eventuais informa��es que supostamente possam comprometer o Pal�cio do Planalto --uma vez que a oposi��o promete lutar pela divulga��o completa dos gastos sigilosos dos cart�es corporativos.

Sampaio disse que a oposi��o vai insistir na transpar�ncia de todos os gastos dos cart�es, mas reconhece que alguns detalhes referentes ao presidente da Rep�blica --que s�o de seguran�a nacional-- devem ser mantidos em sigilo.

"No que tange � figura do chefe de Estado, o gastos devem ter transpar�ncia, mas de forma gen�rica. Pormenorizar isso � diminuir os trabalhos da CPI, que n�o est� aqui para bisbilhotar chefes de Estado", disse o deputado.

Governo decide apoiar CPI mista ap�s oposi��o aceitar investigar gest�o FHC.

Fonte: www1.folha.uol.com.br
 
Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir