Categoria Esportes  Noticia Atualizada em 11-02-2008

Barras vai de 'cueca' encarar o Timão
Conheça o time do Piauí, rival na primeira fase, que fechou patrocínio com fábrica de cueca
Barras vai de 'cueca' encarar o Timão
Foto: Divulgação

A Copa do Brasil é esperada por times do Norte/Nordeste no início do ano como o ganha-pão para o restante da temporada. E o duelo da primeira fase da competição, contra o Corinthians, não é diferente para o pequeno Barras, do Piauí.

Se não conseguiu jogar em seu estado (o estádio Albertão, em Teresina, está interditado), o que previa uma renda de até R$ 150 mil, o clube fundado há apenas três anos e três meses conseguiu o seu primeiro patrocínio de verdade: contra o Timão, nesta quarta-feira em Goiânia, vai estampar a marca de cuecas "Mash" na sua camisa.

- Na Série C tivemos patrocínio de algumas empresas locais, do Piauí mesmo, como colégios e casa de material esportivo. Agora fechamos com a empresa de cuecas para essa partida apenas, mas temos esperança que possamos fazer um acordo maior - diz ao GLOBOESPORTE.COM, por telefone, o presidente do Barras, Paulo Afonso Silva, o Painha.

O valor que a Mash pagará não foi divulgado. Mas Painha não esconde outras receitas da equipe, que nasceu e sobrevive graças à prefeitura de Barras, cidade a 119 km da capital piauiense, Teresina, com pouco mais de 40 mil habitantes .

- O prefeito (de Barras) fundou o time, em novembro de 2004. É a primeira equipe profissional de Barras. A prefeitura paga R$ 45 mil mensais, em duas parcelas. Nossa folha salarial gira em torno de R$ 50 mil, contando comissão técnica. Nós complementamos a receita com venda de camisas, alguns patrocínios (já citados acima), e uma promoção do governo estadual, que permite ao torcedor trocar R$ 30 em notas fiscais por ingressos para o estadual. Como mandante rende R$ 10 mil fixos para nós - conta Paulo Afonso.

O prefeito é Francisco das Chagas Rego Damasceno (PMDB), o Manin Rego. Ele é presidente de honra e convidou o amigo Painha, que até hoje vive em Teresina, para ser o presidente do clube.

- Sempre gostei de futebol. Sou contador e funcionário da Caixa Econômica Federal. Mas meu tempo livre é do Barras - diz o presidente.

Meteórico Barras
O Barras teve projeção meteórica no Piauí. Nasceu no final de 2004 e em 2005 já foi campeão da Segunda Divisão do estadual, que o garantiu na elite. Na primeira vez entre os melhores, em 2006, foi vice-campeão (o River levantou a taça).

A posição garantiu o Barras na Copa do Brasil de 2007. A estréia nacional não foi boa. Até venceu o Ceará em casa, 1 a 0, mas perdeu por 3 a 0 em Fortaleza e acabou eliminado na primeira fase.

No estadual, outra vez vice-campeão (River levou o troféu outra vez) e nova vaga na Copa do Brasil, para pegar o Timão, e no Brasileiro da Série C de 2007.

- Fomos bem na Série C. Chegamos no octogonal, mas daí não pudemos mais jogar em nosso estádio, o que dificultou bastante - conta Painha.

O Barras acabou na sétima posição. Na fase final teve que atuar no Albertão, em Teresina, e perdeu o fator casa, já que o pequeno estádio Juca Fortes, em Barras, tem capacidade para apenas cinco mil pessoas.

Um novo time
Desse time que jogou a Série C, sobrou apenas um jogador: o zagueiro Juba, 21 anos. O restante da equipe foi modificado e chegou quase todo do Ceará, junto com o técnico Flávio Araújo, que trabalhou no Icasa-CE.

Foram contratados 18 jogadores, e o principal deles é o atacante Sérgio Alves, que já teve passagens pela Suíça, Fluminense e Ponte Preta. Do restante (juntaram-se aí cinco atletas das categorias de base), apenas oito atuaram fora do eixo Norte/Nordeste.

A pergunta que fica: é possível vencer o Corinthians?

- Acredito que sim, por que não? O time está bem preparado e vai surpreender. Pelo menos em São Paulo chegamos - comenta Painha.

Vale lembrar que se o Timão vencer por dois ou mais gols de diferença elimina o duelo de volta, marcado para o Morumbi, em 27 de fevereiro.

Barras vai de 'cueca' encarar o Timão. Conheça o time do Piauí, rival na primeira fase, que fechou patrocínio com fábrica de cueca.

Fonte:

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Por:  Felipe Campos    |      Imprimir