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Milho transgênico é aprovado, mas divide governo
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Governo descarta racha e defende discurso de unidade
A decisão de liberar a plantio de milho transgênico expôs a divisão do governo sobre como tratar o tema dos organismos geneticamente modificados. Dos 11 ministérios que compõem o Conselho Nacional de Biossegurança, quatro - Saúde, Meio Ambiente, Desenvolvimento Agrário e Pesca -foram contrários à liberação.
As quatro pastas foram favoráveis a realização de mais estudos sobre o impacto do organismo geneticamente modificados ao meio-ambiente e à saúde humana. Mas prevaleceu a visão técnica do governo, capitaneada pela ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff.
O ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Resende, porta-voz do encontro, explicitou a posição. Votaram a favor do milho transgênico as seguintes pastas: Casa Civil, Ciência e Tecnologia, Agricultura, Justiça, Desenvolvimento, Relações Exteriores e Defesa.
"Do ponto de vista da Ciência e Tecnologia, o que se considera é que as sementes que estão liberadas são seguras para o consumo humano, animal e para o meio-ambiente", disse.
Após a reunião desta segunda-feira (11), a ordem era vender a idéia de unidade dentro do governo. Resende evitou nomear as pastas que votaram contra. "A decisão do conselho foi por ampla maioria. Não precisa dizer nem quem votou a favor nem quem votou contra", disse.
O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, não quis entrar em polêmica e disse, segundo sua assessoria, que foi uma decisão democrática do governo. O Ministério do Desenvolvimento Agrário e a Secretaria de Aqüicultura e Pesca informaram que não vão se pronunciar. O Ministério do Meio-Ambiente foi procurado, mas ainda não se pronunciou.
A ministra Marina Silva (Meio-Ambiente) não participou da reunião e foi representada pelo secretário-executivo da pasta, João Paulo Capobianco. Ela acompanhou o presidente Lula no encontro com o francês Nicolas Sarkozy.
A liberação das duas variedades de milho transgênico, o primeiro alimento geneticamente modificado a ser comercializado, é criticada por ambientalistas por dois motivos: os supostos danos à saúde e ao meio-ambiente. Não haveria, segundo os grupos ambientais, estudos que mediriam o impacto do milho transgênico.
Milho transgênico é aprovado, mas divide governo. Governo descarta racha e defende discurso de unidade.
Fonte:
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Por:
Felipe Campos |
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