Categoria Politica  Noticia Atualizada em 21-02-2008

Oposição formará novo governo no Paquistão
Os dois partidos vitoriosos na eleição entraram em acordo. Eles só não estão unidos na relação com o presidente Pervez Musharraf
Oposição formará novo governo no Paquistão
Foto: G1

Os dois partidos que venceram as eleições legislativas paquistanesas da última segunda-feira (18) formarão o governo do país, declararam nesta quinta-feira à imprensa seus dirigentes, o ex-primeiro-ministro Nawaz Sharif e Asif Ali Zardari, viúvo de Benazir Bhutto, a ex-primeira-ministra assassinada.

"Montamos uma agenda comum. Trabalharemos juntos para formar o governo federal e os das províncias", afirmou Sharif em uma coletiva à imprensa junto com Asif Ali Zardari, que lidera o Partido do Povo Paquistanês (PPP) após a morte de sua mulher em dezembro.

"Garantiremos que completem um mandato de cinco anos", disse Sharif, referindo-se ao PPP.

Eleição
Nas eleições legislativas da última segunda, o PPP e a formação de Nawaz Sharif venceram a Liga-Q Muçulmana do Paquistão, aliada do presidente Pervez Musharraf.

Sharif afirmou que ambas as partes superaram suas diferenças a respeito da exigência de que o presidente da Suprema Corte, Iftikhar Mohammed Chaudhry, seja reempossado, após ser destituído por Musharraf em novembro.

"A princípio não há desacordo na reabilitação" de Chaudhry. "Trabalharemos as modalidades no Parlamento", explicou Sharif.

Zardari, por sua vez, disse que há muitos pontos a serem discutidos entre os dois partidos, mas afirmou: "a princípio, concordamos em permanecer juntos".

O viúvo de Bhutto disse que a nova coalizão não trabalhará com nenhum dos partidos que apoiaram o presidente Musharraf na legislatura anterior (2002-2007). "Queremos fortalecer juntos o Paquistão e não contamos com os partidários de Musharraf. Não acho que existam as forças pró-Musharraf", declarou Asif Ali Zardari.

Zardari disse ainda que todos os problemas políticos do país "podem ser resolvidos pelas forças políticas", e comentou que o Paquistão precisa de uma solução para a insurgência na província de Baluchistán (sudoeste) e para outros "assuntos de autonomia política".

Divergências
Os dois homens, que não se olharam nem uma só vez durante a coletiva, evitaram falar diretamente do chefe de Estado, cujos partidários sofreram uma estrondosa derrota nas eleições de segunda-feira.

Zardari não é hostil a uma convivência com o presidente Musharraf, privado de uma parte de seus poderes de veto. Mas Sharif exige a retirada imediata daquele que considera um "ditador".

Sharif, ex-primeiro-ministro, foi derrubado por um golpe de Estado militar coordenado por Musharraf em 1999 e condenado à prisão perpétua, mas foi para o exílio. Nesta quinta, declarou que o poder do presidente é "inconstitucional e ilegal".

Segundo resultados quase definitivos, ainda não oficiais, porém, nem o PPP, com 87 cadeiras, nem a Liga Muçulmana do Paquistão-Nawaz (PML-N) de Sharif, com 66 cadeiras, dispõem de maioria para governar sozinhos.

O partido que antes ocupava o governo, a Liga-Q Muçulmana do Paquistão (PML-Q), aliada de Musharraf, conseguiu apenas 37 lugares no parlamento, mas o presidente afirmou que não pretende sair e propôs uma "coalizão harmoniosa".

Oposição formará novo governo no Paquistão. Os dois partidos vitoriosos na eleição entraram em acordo. Eles só não estão unidos na relação com o presidente Pervez Musharraf.

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Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir