Pessoas observam carro que foi incendiado durante protesto de sérvios contra a independência do Kosovo, em Belgrado, na noite de quinta-feira
Foto: AP Sarajevo, 22 fev (EFE).- O Parlamento servo-bósnio rejeitou a independência do Kosovo em uma resolução aprovada na quinta-feira à noite, na qual há a possibilidade de convocação de um plebiscito de secessão do ente sérvio da Bósnia.
A resolução, aprovada em uma sessão extraordinária do Parlamento, estabelece que o ente sérvio da Bósnia poderá pedir a convocação de um plebiscito de secessão se a maioria dos países-membros da ONU e da União Européia (UE) reconhecer a independência do Kosovo.
O documento também ressalta que a República Sérvia (da Bósnia) considera a independência unilateral do Kosovo, proclamada pelos albano-kosovares, um ato inaceitável de violação da integridade territorial e da soberania da Sérvia, país internacionalmente reconhecido.
"Se a maioria dos países da ONU, e antes de tudo da UE, reconhece uma independência proclamada dessa forma, o Parlamento considera que isso estabeleceria um novo princípio e uma prática de reconhecimento do direito à separação e autodeterminação", diz a resolução.
"Em tal caso, a República Sérvia (da Bósnia) considera que terá o direito a determinar a postura sobre seu estatuto em um plebiscito", acrescenta.
A resolução foi apoiada por todos os deputados sérvios no Parlamento, de 83 cadeiras, enquanto sete deputados muçulmanos deram voto contrário.
O documento aprovado afirma que o ente servo-bósnio pedirá a convocação do plebiscito de independência se os órgãos centrais da Bósnia - que os sérvios compartilham com muçulmanos e croatas - reconhecerem o Kosovo como um Estado independente.
No entanto, indica também que os representantes sérvios nas instituições centrais - o Governo, o Parlamento e a Presidência - não permitirão esse reconhecimento.
Deputados de vários partidos nacionalistas no Parlamento autônomo servo-bósnio pediram durante o debate uma decisão imediata sobre a independência do ente sérvio da Bósnia.
Milorad Dodik, o primeiro-ministro servo-bósnio e líder do principal partido, o social-democrata, se opôs a tais propostas ao ressaltar que seria "uma aventura", mas não renunciou totalmente à possibilidade do plebiscito.
O embaixador americano na Bósnia, Charles English, afirmou hoje ao jornal liberal "Oslobodjenje" que a República Sérvia não tem o direito à secessão.
"O acordo de paz de Dayton (de 1995) estabeleceu um país íntegro, internacionalmente reconhecido", insistiu o embaixador, acrescentando que "as entidades na Bósnia - a sérvia e a comum de muçulmanos e croatas - não têm o direito à secessão".
Parlamento servo-bósnio rejeita independência do Kosovo e pede plebiscito.
Fonte: http://noticias.uol.com.br
|