Categoria Geral  Noticia Atualizada em 23-02-2008

Daniel Day-Lewis volta a ser favorito na disputa pelo Oscar
Com apenas 16 filmes na carreira, todos muito bem selecionados, o protagonista da "Sangue Negro"
Daniel Day-Lewis volta a ser favorito na disputa pelo Oscar

Reda��o central, 23 fev (EFE).- O brit�nico Daniel Day-Lewis � o favorito ao Oscar deste ano de melhor ator, gra�as � sua impec�vel atua��o em "Sangue Negro", filme que o fez faturar uma enxurrada de pr�mios ao redor do mundo.

Day-Lewis, doentiamente obcecado por detalhes na constru��o de seus personagens e que participou de apenas quatro filmes nos �ltimos sete anos, j� conseguiu 17 pr�mios com o papel de Daniel Plainview, um magnata da Calif�rnia do come�o do s�culo XX.

O Globo de Ouro, o Bafta e os pr�mios das associa��es de cr�ticos de Los Angeles e de Nova York s�o apenas algumas das distin��es obtidas pelo ator, elogiado por sua interpreta��o "grandiosa", "arrasadora" e "monstruosa".

Esta, por�m, n�o � a primeira vez que ele � tido como favorito, j� que, em 2002, todos davam como certo que Day-Lewis levaria o Oscar por seu papel em "Gangues de Nova York", ocasi�o em que, entretanto, acabou perdendo a estatueta para o ent�o pouco conhecido Adrian Brody, de "O Pianista".

Com apenas 16 filmes na carreira, todos muito bem selecionados, o protagonista da "Sangue Negro" ganhou o respeito do p�blico, da cr�tica e da ind�stria do cinema, que parecem ter uma adora��o quase reverencial pelo int�rprete, pouco dado a apari��es p�blicas ou aos eventos de divulga��o t�o comuns no mundo do entretenimento.

Day-Lewis � conhecido tanto por suas peculiares escolhas pessoais - h� alguns anos resolveu se mudar para Floren�a e aprender o of�cio de sapateiro - como por seu criterioso trabalho de constru��o dos personagens que interpreta - ele aprendeu tcheco para poder falar ingl�s com sotaque em "A Insustent�vel Leveza do Ser".

Tommy Lee Jones - Experi�ncia e longa carreira como trunfos

O veterano Tommy Lee Jones, um dos atores mais respeitados da ind�stria do cinema, surpreender� neste domingo se abocanhar o Oscar da categoria por seu papel em "No Vale das Sombras", pr�mio que, no entanto, faria jus ao seu trabalho e � sua longa carreira.

Embora largue em desvantagem e rela��o a Daniel Day-Lewis e a George Clooney, correndo por fora, Jones pode acabar ganhando seu segundo Oscar, apesar de o primeiro ter sido de ator coadjuvante por "O Fugitivo", em 1993.

Contra si, o veterano enfrenta o fato de seu filme ser uma aberta cr�tica ao Governo americano, tipo de produ��o que n�o costuma ser reverenciada pela "politicamente correta" Academia de Hollywood, que tenta sempre eliminar o tom pol�tico de sua premia��o.

A favor de Jones, por�m, est�o todos os que o consideram merecedor de um Oscar de ator principal e o papel do pai que procura a verdade sobre o desaparecimento de seu filho, personagem que casa muito bem com o gosto hollywoodiano, inclinado � dramaticidade um pouco exagerada, com a diferen�a que o profissional faz uma interpreta��o absolutamente contida, sem os t�picos maneirismos da maioria de seus colegas americanos.

"Na frente das c�meras, ele � suave. Seus olhos s�o fluidos e melanc�licos. Seu rosto � t�o marcado pelo cenho que � quase poroso. Ele n�o precisa dizer palavras, mas quando as diz, as sussurra em sua patenteada mistura de acidez e remorso", afirmou a revista "New York" sobre sua interpreta��o.

Em "No Vale das Sombras", Jones, de 71 anos, encarna Hank Deerfield, um sargento reformado, veterano do Vietn�, que investiga o desaparecimento de seu filho quando este voltava de uma batalha no Iraque.

Viggo Mortensen - Ator deixa capa e espada para entrar no rol dos "oscariz�veis"

O ator Viggo Mortensen estr�ia na disputa pelo Oscar com seu papel de mafioso russo em "Senhores do Crime", longa com a qual parece finalmente ter conseguido deixar para tr�s o Aragorn da trilogia do "Sehos dos An�is".

O diretor David Cronenberg, com quem Mortensen j� havia trabalhado em "Marcas da Viol�ncia", presenteou o int�rprete com um personagem que, apesar de se tratar de um violento mafioso pertencente a um mundo em que a morte e a vida se confundem, � vivido com conten��o e nuances.

Muitos n�o sabem, mas Mortensen tem uma carreira longa e variada carreira, dentro da qual j� interpretou v�rios pap�is e que, ap�s o sucesso da trilogia inspirada na obra de J.R.R. Tolkien, ele luta para diversificar ainda mais para se livrar das associa��es ao guerreiro Aragon.

Se com "Marcas da Viol�ncia" Mortensen j� mostrava um tipo cheio de dualidade, esta caracter�stica fica totalmente desenvolvida em seu Nikolai de "Senhores do Crime", um filme injustamente ignorado na corrida pelo Oscar.

O trabalho de Mortensen o fez ser comparado a "um Kirk Douglas jovem", por seu "rosto impass�vel", s� �s vezes cortado por uma express�o de "compaix�o".

Al�m da indica��o ao Oscar, o ator disputou o Globo de Ouro, o Bafta e o C�sar franc�s. Fora isso, ganhou pr�mios no Canad� e do c�rculo do cinema independente brit�nico.

Johnny Depp - Uma indica��o � pouca; duas s�o boas; tr�s s�o demais?

Pela terceira vez, o californiano Johnny Depp tentar� ganhar o Oscar de melhor ator, agora por sua atua��o em "Sweeney Todd - o Barbeiro Demon�aco da Rua Fleet", mas � bom que ele nem se anime, j� que as apostas o colocam longe dos favoritos.

O papel de barbeiro londrino do final do s�culo XIX recriado por Tim Burton levou Depp a ficar mais uma vez frente a frente com o Oscar, pr�mio ao qual j� concorreu por seu trabalho nos longas "Em Busca da Terra do Nunca" (2004) e "Piratas do Caribe - A Maldi��o do P�rola Negra " (2003).

Desta vez, o ator repetiu a proeza de ser indicado cantando, j� que o filme � a adapta��o de um musical de mesmo nome.

"Sweeney Todd" conta a hist�ria de Benjamin Barker, um barbeiro condenado injustamente � pris�o, mandado para a Austr�lia e que, quando retorna a Londres com uma nova identidade, se revela um psicopata em busca de vingan�a.

Burton, com quem Deep j� trabalhou em cinco produ��es, foi, at� o momento, o �nico diretor "suficientemente corajoso" a permitir que o int�rprete cantasse num filme.

Sobre a experi�ncia, Depp disse que em alguns momentos foi "libertadora" e "interessante", embora, em outros, o tenha feito se sentir "envergonhado" e "como um idiota". Ainda assim, este complicado e histri�nico personagem, t�pico de Burton, rendeu ao int�rprete o Globo de Ouro de melhor ator de com�dia ou musical.

George Clooney - Gal� enfrenta oponente de peso em briga pela estatueta dourada

Michael Clayton � um mediador numa companhia de advogados que enfrenta uma multinacional do setor de alimentos, papel que, com suas caracter�sticas de justiceiro engravatado, cai como uma luva em George Clooney e ainda valeu ao gal� sua primeira indica��o ao Oscar de melhor ator.

Esta � a segunda vez que Clooney, de 44 anos, concorre a um Oscar de interpreta��o. Em 2005, ele disputou e levou o pr�mio de melhor coadjuvante por sua atua��o em "Syriana", longa no qual interpretava outro personagem que buscava a verdade e a justi�a em meio ao caos e a interesses econ�micos.

Ambos os filmes lembram o cinema pol�tico da d�cada de 70, que tanto agrada o ator.

Apesar do sucesso de Clooney em produ��es mais leves, como em "Onze Homens e Um Segrego" e suas seq��ncias e no surreal "Ei, Meu Irm�o, Cad� Voc�?", � nos personagens engajados que ele parece ficar mais � vontade.

Depois de ficar famoso na s�rie "E.R." h� 14 anos, Clooney tra�ou uma lenta e progressiva carreira. Hoje, ele tem o respeito tanto da ind�stria como dos espectadores, gra�as a pap�is que o ajudaram "a criar uma identidade (...) de consci�ncia irriquieta" e "singularmente contempor�nea", como disse o jornal "The New York Times" recentemente.

Al�m disso, o ator soube trilhar uma interessante trajet�ria como produtor, em filmes como o j� mencionado "Syriana", e como diretor, em "Confiss�es de Uma Mente Perigosa" e "Boa Noite, Boa Sorte".

Daniel Day-Lewis volta a ser favorito na disputa pelo Oscar.

Fonte:

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Por:  Felipe Campos    |      Imprimir