Categoria Geral  Noticia Atualizada em 24-02-2008

Desenhos em canaviais intrigam moradores do interior de SP.
Em algumas cidades, eles contam ter visto luzes no c�u e c�rculos em planta��es.
Desenhos em canaviais intrigam moradores do interior de SP.

Boa parte do interior de S�o Paulo est� com os olhos grudados no c�u. E esse s�bito interesse pelo espa�o virou at� m�sica: "Dei um pux�o na vara que o meu peixe levantou / Quando eu olhei pra cima eu vi um disco voador / Ai, ai, ai, eu vi um disco voador". Mas nem todo mundo leva na brincadeira.

S�o dois fen�menos que supostamente acontecem desde janeiro: luzes no c�u e c�rculos nos canaviais, como se alguma coisa tivesse pousado na planta��o. Esta semana, foi em It�polis, a 359 km de S�o Paulo. "Era uma luz muito estranha e eu nunca tinha visto luz daquele jeito", conta um homem. "Parece o formato de uma nave mesmo. Canto assim arredondado, formato de uma nave mesmo", descreve o caseiro Luiz Gomes.

Formas parecidas, nem sempre circulares, tamb�m surgiram em canaviais em Araraquara (a 273 km da capital) e Monte Azul Paulista (a 399 km). "Eu passei aqui e vi que estava um c�rculo e a cana estava bem baixa, estava amassada no ch�o. Naquele dia, n�o ventou", conta o trabalhador rural Alessandro Arcella.

Na noite anterior, Arcella tinha visto algo estranho no c�u. "Foi nesse local que eu vi a luz caindo. Conforme ela foi caindo, ela foi aumentando de tamanho. Era uma luz forte, branca", lembra.

No dia 3 de janeiro, a Rede Globo exibiu o filme "Sinais", em que ET"s deixam marcas em planta��es e invadem a Terra. Duas semanas depois, os c�rculos come�aram a surgir e hoje existiriam em, pelo menos, dez cidades paulistas: Riol�ndia, Gavi�o Peixoto, Descalvado, Jaboticabal, Santo Antonio da Alegria, Rio Claro, Ribeir�o Preto, Araraquara, Monte Azul Paulista e It�polis. Qual a explica��o?

Vento forte
"A cana madura, alta, � muito inst�vel. N�o precisa de muito vento para ela deitar", explica Pedro Leite da Silva Dias, professor do Instituto de Astronomia, Geof�sica e Ci�ncias Atmosf�ricas da Universidade de S�o Paulo (USP).

Minitornados podem fazer isso. "Esses minitornados, ao tocar no solo, reviram a superf�cie e deixam a cana deitada na forma de um c�rculo, sobretudo se forem muito r�pidos", acrescenta o professor.

Toda essa hist�ria de luzes piscando no c�u e c�rculos nos canaviais come�ou na �rea rural da regi�o de Riol�ndia, na divisa de S�o Paulo com Minas Gerais. Na madrugada de 19 para 20 de janeiro, o que aconteceu?

"�s 3h da manh�, levantei para ir ao banheiro. Eu aproveitei e falei: "Vou tomar uma �gua". Fui na cozinha, foi quando eu peguei um copo. A� eu escutei a cana quebrando de l� para c�. Mas quando chegou ali na estradinha, parou. A hora que eu olhei para cima, vi um objeto em cima do canavial, com poucas luzes", conta o dono de uma pousada, Maur�cio Pereira da Silva.

Tr�s semanas depois, o menino Pedro Henrique, de 10 anos, chegou a filmar luzes. "Eu fiquei tremendo, a� eu filmei. Ficou merc�rio, azul, verde. Ainda estou com medo", diz o menino. Riol�ndia tem mais ou menos oito mil habitantes" e, claro, oito mil historias diferentes sobre os fen�menos que andariam aparecendo na cidade.

"De repente, no rumo da cana, eu vi aquilo, era um formato estranho. Ela estava bem piscando, bem forte mesmo. Ela aproximava bem e depois sumia", comenta Augusto Silva, de 14 anos. O av� de Augusto, Brantino Jos� Ribeiro, diz que tamb�m viu a cena. J� as duas mulheres que estavam no carro com eles n�o teriam certeza para confirmar o epis�dio.

"Elas viram, s� que elas mesmas falam que a gente estava meio de fogo; n�o podem confirmar muito", disse Ribeiro. "No meu caso, est�vamos eu e meu marido tomando uma cervejinha, mas era a primeira cerveja. De repente surgiu essa luz, mas n�o deu tempo de ele ver", lembra a prot�tica Dalva Moreira.

"Fico com um pouco de medo, n�o sei o que � isso. Tenho medo de eles me pegarem e levar para l� onde eles moram. N�o conhe�o eles", confessa Giovana, de 10 anos.

Calma, Giovana. Apesar de aparecer muito nos filmes, e de povoar nossa imagina��o, n�o existe nenhuma prova, nenhuma mesmo, de vida fora da Terra. Mas e as luzes no espa�o? O professor da USP explica: "elas podem ser um tipo de nuvem colorida, ou provocadas por gases do solo. Com a emiss�o desse g�s, surgem regi�es luminosas que s�o carregadas com o vento, que pode dar a impress�o de ser um objeto voador", diz. Ou ainda fen�menos el�tricos. "A maior parte dos fen�menos tem uma explica��o clara", completa.

Outro caso
Na d�cada de 1980, c�rculos em planta��es tamb�m intrigaram a Inglaterra, e n�o tinha ET na hist�ria. Dois velhinhos admitiram a culpa. Com madeira e corda, come�aram a desenhar as figuras geom�tricas. Outros fizeram o mesmo, e os c�rculos foram se espalhando.

Hoje a internet traz at� dicas das melhores ferramentas e um manual para fazer os c�rculos. Mas em S�o Paulo, mesmo se a verdade aparecer, n�o vai ter mais jeito: os supostos ET"s de Riol�ndia j� viraram folclore. "Um bicho iluminado lotadinho de ET. Veio balan�ando e eu n�o consegui correr. Continuo olhando para o c�u. sou mais curiosa que medrosa", afirma a menina Giovana, de 10 anos.

Desenhos em canaviais intrigam moradores do interior de SP.
Em algumas cidades, eles contam ter visto luzes no c�u e c�rculos em planta��es.


Fonte:

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Por:  Felipe Campos    |      Imprimir