Categoria Geral  Noticia Atualizada em 24-02-2008

Mãe acusada de jogar bebê em lagoa quer a guarda da criança
Bebê foi colocado em saco de lixo e jogado na Lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte
Mãe acusada de jogar bebê em lagoa quer a guarda da criança
Foto: G1

Simone Cassiano, a mulher condenada por ter atirado a filha na Lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte, afirma que deseja ter a guarda da criança de volta. O crime aconteceu em janeiro de 2006.

Simone foi condenada a oito anos e quatro meses de prisão por tentativa de homicídio. Em novembro, o Tribunal de Justiça aumentou a pena para nove anos de reclusão. Durante o julgamento, ela negou ter jogado a criança na água e disse que deu o bebê a um casal que passava perto lagoa da Pampulha. Ela desconfia que um deles tenha jogado a criança na água.

A menina, encaminhada para adoção, vive com uma família substituta, escolhida pela Justiça. E o futuro da menina também vai depender de uma decisão judicial. Três partes disputam a guarda da criança: o casal que cuida da menina atualmente, o avô e Simone.

O casal que tem a guarda da menina há dois anos foi o primeiro a entrar com o pedido de adoção definitiva. A identidade deles é protegida pela Justiça. O avô, pai de Simone, também quer a guarda da neta. Procurado pela reportagem na casa onde mora, na periferia de Belo Horizonte, ele não quis dar entrevistas.

Durante a entrevista com Simone, no presídio, ela reafirma que não jogou a filha na água e que deu o bebê para um casal desconhecido. "Eu não me recordo. Já tem dois anos, então faz muito tempo, eu não lembro direito do que eu disse. Eu não consigo lembrar o fato todo no momento até porque eu estava passando por um momento difícil. Eu estava fazendo tratamento psiquiátrico", disse Simone.

A gravidez foi uma surpresa para Simone. Ela disse que só soube que teria uma segunda filha quando teve uma hemorragia e que não notou nenhuma mudança em seu corpo.

"Foi um choque. Não é questão de querer ou não querer a criança, mas você se surpreende", disse Simone. "Eu abandonei [minha filha], mas eu estava doente e ninguém vê isso. Só quem teve depressão ou passou por uma depressão sabe dizer o que é que naquele momento aconteceu comigo." Hoje, ela diz que está melhor.

Procurado pela reportagem, o médico Jansen Campomizzi escreveu uma carta em que faz uma análise profissional de Simone. Na carta, o psiquiatra diz que Simone tem grande possibilidade de realizar outros delitos, despreza as instituições e não apresenta sentimentos de culpa ou remorso.

Mesmo assim, a promotora da Infância e Juventude Maria de Lourdes Fantasema não descarta que Simone ou alguém de sua família tenha a chance de ficar com a criança.

A decisão será tomada nas próximas semanas pela Justiça de Minas Gerais.

"Eles não podem me manter presa para o resto da vida. Eu vou sair. E na hora que eu sair, eu vou correr atrás da minha filha. Enquanto eu estou presa, estou impossibilitada, mas quando eu sair, não. Ninguém vai me segurar", disse Simone.

Mãe acusada de jogar bebê em lagoa quer a guarda da criança. Bebê foi colocado em saco de lixo e jogado na Lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte. Menina vive atualmente com família adotiva que foi escolhida pela Justiça.

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Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir