Categoria Opinião  Noticia Atualizada em 29-02-2008

EDUCAÇíO FÍSICA NA ESCOLA
É visível a situação de marginalização em que se encontra a Educação Física Escolar
EDUCAÇíO FÍSICA NA ESCOLA

É visível a situação de marginalização em que se encontra a Educação Física Escolar, decorrente, por um lado, de um complexo histórico em que foi utilizada com finalidades diversas e, de outro, da má qualificação de seus profissionais. Entretanto, esta disciplina, quando presente no currículo, pode abordar aspectos cognitivos, sociais e afetivos que são fundamentais para o desenvolvimento do aluno.

Ao longo de sua história, a Educação Física vem sendo usada como um instrumento ideológico e de manipulação. Esteve estreitamente ligada ás Instituição militares e a classe médica. A Educação Física Escolar foi Considerada como uma atividade prática que visava o desempenho físico e Técnico do aluno.

A partir da década de 80 surgem novas tendência na Educação Física Escolar. O aluno passou a ser considerado como um todo, no qual aspectos cognitivo, afetivos e corporais estão inter-relacionados em todas as situações, tirando da escola a função de promover os esportes de alto-rendimento.

Segundo KUNZ (1998: 119) "O esporte com seus princípios de alto rendimento. Continua sendo fator determinante nas aulas de Educação Física". Infelizmente, é possível notar que grande parte das aulas de Educação Física Escolar vem supervalorizando o desporto. A maior atenção dada aos alunos talentosos e aos vencedores é um exemplo. A ênfase nos esportes fica muito nítida quando são realizados jogos entre escolas ou turmas. Não são raras ás vezes em que esses jogos terminam com violência, envolvendo agressões verbais e até físicas por parte de atletas e torcidas, deixando de ser grandes momentos de confraternização para transformarem-se em verdadeiras "guerras". Acredita-se que, esse problema é reforçado pela forma como o Esporte é apresentado e desenvolvido na escola.

Via de regra, o desporto praticado na escola segue as mesmas regras do desporto oficial, com nenhuma ou pouquíssima modificações, e repente a estrutura e a organização dos eventos desportivos, como os jogos Olímpicos, ao que diz respeito a premiação aos critérios de participação entre outros. Isso pode ser observado nas "Olimpíadas" escolares, cuja participação geralmente é condicionada e restrita aos alunos de melhores desempenhos.

Mesmo conhecendo as novas propostas da Educação Física Escolar, existem professores em pleno século XXI dando ênfase á vitória durante as atividades. Sendo assim, os fundamentos técnicos, táticos e físicos acabam predominando na Educação Física Escolar em detrimento dos outros conteúdos de ensino, contribuindo para forjar um desporto exageradamente técnico, modelado e estereotipado. Isso faz com que as aulas de Educação Física sejam semelhantes a sessões de treinamento de clubes desportivos, com os alunos correndo em volta da quadra para aquecer e dispostos em filas para treinar as habilidades motoras de um desporto, por exemplo.

A Educação Física Escolar não deve estar centrada no esporte de rendimento. A vivencia dos movimentos dos esportes enquanto perfeição técnica e gestos estereotipados resultam numa aprendizagem restrita e limitada. Deve-se oportunizar a reflexão e o diálogo sobre essas práticas, dando oportunidade ao aluno de criar novas formas de executar o exercício.

Para KUNZ (1998: 126) "... não é tarefa da escola treinar o aluno, mas ensinar-lhe o esporte da forma atrativa...". O professor pode utilizar metodologias diversificadas, criativas e comunicativas que contribuem na formação de cidadãos críticos, autônomos e criativos no dia-a-dia. A principal meta da aula não é de divertir ou de distrair, mas, ensinar e possibilitar o diálogo e a reflexão das atividades. Portanto, a Educação Física Escolar deve possibilitar aos alunos a oportunidade de desenvolverem as habilidades corporais, de participarem de atividades culturais e de expressarem seus sentimentos. Dessa forma, será proporcionado aos educandos todo o prazer pela pratica da Educação Física, dando-os condições para construírem as aulas de forma autônoma e consciente, contribuindo para emancipação de sua vida social.

    Fonte: O Autor
 
Por:  Fabio Pereira Xavier     |      Imprimir