Categoria Geral  Noticia Atualizada em 01-03-2008

Rússia inicia eleição presidencial no extremo leste.
Eleitores vão escolher terceiro presidente desde o colapso da União Soviética.
Rússia inicia eleição presidencial no extremo leste.

Os russos já começaram a ir às urnas para eleger um novo presidente - o terceiro desde o colapso da União Soviética. Os postos de votação foram abertos às 08h00 de domingo (17h00 de sábado, em Brasília) no extremo leste do país.

O candidato do partido governista Rússia Unida e que tem o apoio do presidente Vladimir Putin, Dmitry Medvedev, é o favorito para vencer o pleito.

Segundo várias pesquisas de opinião e previsões, ele pode obter algo entre 60 e 80% dos votos. O Centro Russo de Opinião Pública prevê uma vitória de 73,5%, mais do que o próprio Putin obteve (71,3%) quando foi reeleito em 2004.

Os outros candidatos são Gennady Zyuganov, do Partido Comunista, Vladimir Zhirinovsky, do Partido Liberal Democrático, e Andrei Bogdanov, do Partido Democrático.

Enquanto o resultado das eleições é amplamente esperado, há dúvidas sobre o nível de comparecimento às urnas. Para garantir a legitimidade do candidato eleito, o Kremlin espera obter, pelo menos, a mesma porcentagem registrada nas eleições parlamentares de dezembro, cerca de 63%. Mais de 109 milhões de russos têm o direito de votar, incluindo os que moram fora do país.

Na sexta-feira, o presidente Vladimir Putin fez um pronunciamento na TV pedindo para que a população vote "pelo futuro da Rússia".

O processo eleitoral foi marcado por uma campanha limitada e críticas da oposição em relação ao grande espaço obtido por Medvedev na mídia. O próprio chefe da Comissão Eleitoral, Vladimir Churov, admitiu que a cobertura havia sido desigual. Mas, para ele, foi legítimo o fato de Medvedev ganhar mais espaço por ocupar o cargo de vice-primeiro-ministro.

Medvedev gastou menos de 20% do montante que tinha disponível para sua campanha.

Segundo a Comissão Eleitoral russa, centenas de observadores acompanharão a votação, mas eles chegaram ao país apenas poucos dias antes do pleito.

O principal órgão europeu que fiscaliza eleições - a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) - decidiu boicotar as eleições por causa de restrições impostas pelo governo russo em relação ao tempo de permanência no país e ao número de observadores enviados.

O alto favoritismo de Medvedev se deve, em grande parte, à popularidade de Putin, que deixa o poder com uma taxa de aprovação de cerca de 80%.

Apesar de analistas destacarem a falta de um debate mais profundo na mídia e de uma oposição mais forte como fatores que contribuem para uma diferença tão grande entre Medvedev e os outros candidatos, ninguém duvida que os russos estejam votando neste domingo pela continuidade das políticas adotadas por Putin.

Medvedev prometeu seguir as políticas "bem-sucedidas" do atual governo, mas tem defendido uma redução do papel do Estado na economia. Ele é visto por alguns como um político "mais liberal", em grande parte porque, ao contrário de Putin, nunca pertenceu aos serviços de segurança russos.

Durante o governo de Putin, a Rússia viveu um período de prosperidade econômica, principalmente se comparado ao caos que predominou nos anos 90.

Muitos ponderam, porém, que isso foi possível, em grande parte, por causa de um cenário internacional favorável a alta demanda e aos altos preços do petróleo e do gás, produtos que a Rússia tem em abundância.

Críticos apontam para uma crescente redução da liberdade de expressão no país. Um relatório divulgado na terça-feira pela Anistia Internacional, por exemplo, diz que várias organizações independentes de mídia foram fechadas, que assassinatos de jornalistas não são elucidados e que a polícia tem atacado manifestantes de oposição.

Putin deixa o posto de presidente depois de oito anos no poder, já que a Constituição russa não permite um terceiro mandato consecutivo. Mas ele já disse que irá aceitar a oferta feita por Medvedev para ocupar o cargo de primeiro-ministro.

Rússia inicia eleição presidencial no extremo leste.
Eleitores vão escolher terceiro presidente desde o colapso da União Soviética.


Fonte:

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Por:  Felipe Campos    |      Imprimir