Categoria Geral  Noticia Atualizada em 01-03-2008

Farc recebem duro golpe com a morte de "Raúl Reyes.
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Farc recebem duro golpe com a morte de

Bogotá, 1 mar (EFE).- O dirigente rebelde "Raúl Reyes", porta-voz das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e considerado o "número dois" dessa guerrilha, morreu hoje junto a outros 16 rebeldes em uma operação militar colombiana realizada contra sua base estabelecida no Equador.

"É o golpe mais contundente que foi dado neste grupo terrorista até o momento", disse o ministro da Defesa da Colômbia, Juan Manuel Santos, ao informar em Bogotá da morte do chefe insurgente, uma das figuras mais proeminentes das Farc.

O dirigente guerrilheiro, de cerca de 60 anos, mais da metade deles na luta armada, é o primeiro do Secretariado (comando central) da principal organização insurgente colombiana que morre em uma ação militar.

Sete homens compõem o Secretariado do Estado-Maior Central das Farc, liderado pelo septuagenário Pedro Antonio Marín, conhecido como "Manuel Marulanda Vélez" ou "Tirofijo".

Marín fundou as Farc em 1964 junto com um grupo de camponeses, entre eles "Jacobo Arenas", conhecido como de Luis Morantes, ideólogo da organização até agosto de 1990, quando morreu vítima de uma crise cardíaca.

A morte de Morantes foi o primeiro caso de falecimento por causas naturais de um comando desse grupo insurgente marxista, que é composto por cerca de 17.000 combatentes e que de 1999 a 2002 manteve um processo de paz com o Governo do país no qual "Raúl Reyes" foi figura central, diálogo que terminou em fracasso.

Santos explicou que "Raúl Reyes" e os outros guerrilheiros morreram em um bombardeio da Força Aérea Colombiana (FAC) contra um acampamento dos rebeldes em território equatoriano.

A base ficava do outro lado do rio Putumayo, a menos de 1.800 metros da linha de fronteira da Colômbia com o país vizinho, disse o titular da Defesa, informando que o presidente Álvaro Uribe se comunicou por telefone com seu colega do Equador, Rafael Correa, "para informá-lo da situação".

Em reunião com a imprensa, Santos explicou que a operação começou por volta das 0h25 (2h25 de Brasília) com um bombardeio contra uma base insurgente estabelecida em Granada, paragem da fronteira sul da Colômbia com o Equador para onde "Raúl Reyes" deveria se dirigir "na noite do dia 29 de fevereiro".

A campanha foi seguida por um desembarque de tropas militares e policiais levadas para o local em helicópteros, segundo os detalhes da operação divulgados em Bogotá.

O ataque também vitimou "Julián Conrado", cujo verdadeiro nome era Enrique Torres, um dos ideólogos do grupo, acrescentou o ministro.

As unidades, disse Santos, foram atacadas "de um acampamento das Farc situado no lado equatoriano", em Santa Rosa, e na troca morreu um soldado, que Santos identificou como sendo Carlos Hernández León.

Segundo o relatório militar da operação, a Força Aérea recebeu as coordenadas do lugar e "procedeu o ataque ao acampamento no lado colombiano, tendo sempre em conta a ordem de não violar o espaço aéreo equatoriano",

"Uma vez bombardeado o acampamento, se ordenou que forças colombianas entrassem (no Equador) para assegurar a área e poder neutralizar o inimigo", explicou Santos, dizendo que "foi pedido, além disso, à Polícia que a mantivesse assegurada até que chegassem as autoridades equatorianas".

Enquanto isso, os corpos de "Raúl Reyes" e de Conrado foram levados para a Colômbia, o que foi feito, segundo o ministro da Defesa, "para evitar que as Farc tentassem recuperá-los".

"É um golpe muito doloroso para as Farc", expressou o advogado Camilo Gómez, que como comissário de Paz liderou a equipe governamental no recente processo de paz com os rebeldes.

Para Gómez, "a moral dos guerrilheiros deve ser muito afetada" com a morte de "Raúl Reyes", cujo último registro em vídeo data de meados de setembro do ano passado, quando recebeu na selva a congressista opositora colombiana Piedad Córdoba.

A reunião fez parte das gestões que ela e o presidente venezuelano, Hugo Chávez, realizavam com as Farc na busca de um acordo humanitário que permitisse a libertação dos seqüestrados e que Uribe cancelou no final de novembro de 2007.

Apesar disso, os rebeldes libertaram de maneira unilateral seis das 46 pessoas do grupo de reféns que pretendem trocar por 500 presos.

O presidente equatoriano, Rafael Correa, ordenou hoje uma investigação militar sobre os combates registrados esta madrugada na zona fronteiriça com a Colômbia, reiterando sua oferta de mediação para encontrar uma saída pacífica ao conflito armado no vizinho.

"Aparentemente as Farc, de acordo com as versões preliminares que tem o presidente Uribe, penetraram em território equatoriano e o tiroteio aconteceu na linha de fronteira", disse Correa, ao anunciar que enviará um contingente equatoriano para que "faça um relatório de maneira mais precisa" sobre o fato.

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, pediu hoje a "todas as partes envolvidas" a fazer prevalecer "as considerações humanitárias" e facilitar os esforços a favor da libertação dos reféns na Colômbia, após a morte de "Raúl Reyes".

Em comunicado divulgado pelo Palácio do Eliseu, Sarkozy reitera seu pedido às Farc para que liberem "sem demora" a franco-colombiana Ingrid Betancourt, seqüestrada há mais de seis anos pela guerrilha.

O Governo da Venezuela qualificou como um "duro golpe ao processo do acordo humanitário na Colômbia" a morte do porta-voz das Farc.

O chanceler venezuelano, Nicolás Maduro, leu um breve comunicado que assinala que a morte do segundo homem do comando nas Farc "revela, mais uma vez, a obstinada conduta de quem privilegia a opção militar e aposta em uma intensificação do conflito armado". EFE

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Por:  Felipe Campos    |      Imprimir