Categoria Politica  Noticia Atualizada em 02-03-2008

Candidato do Kremlin tem vitória esmagadora em eleições
O candidato do Kremlin, Dmitri Medvedev, apoiado pelo presidente em fim de mandato Vladimir Putin
Candidato do Kremlin tem vitória esmagadora em eleições

Moscou, 2 mar (EFE).- O candidato do Kremlin, Dmitri Medvedev, apoiado pelo presidente em fim de mandato Vladimir Putin, obteve uma vitória esmagadora no pleito realizado hoje na Rússia, como previam os resultados parciais anunciados pela Comissão Eleitoral Central (CEC).

O vice-primeiro-ministro Medvedev, de 42 anos, obteve 68,65% dos votos após a apuração de 59% das cédulas, o que indica sua vitória já no primeiro turno.

Putin felicitou pessoalmente seu sucessor no cargo pelo resultado das eleições em um discurso em um concerto ao ar livre, onde Medvedev também discursou e que reuniu mais de 20 mil jovens em frente à Praça Vermelha.

Os resultados "são fruto da situação sócio-econômica atingida no país e da dupla Medvedev-Putin", afirmou Sergei Sobianin, chefe do Gabinete da Presidência e dirigente da campanha eleitoral do candidato do Kremlin.

Durante a campanha, Putin mobilizou todo o seu peso político e popularidade no apoio a Medvedev, que, por sua vez, lhe ofereceu a liderança de seu Governo caso seja reeleito, proposta que o presidente em fim de mandato aceitou.

A participação definitiva representa em torno de 67% do eleitorado, de quase 109 milhões de cidadãos, informou o presidente da CEC, Vladimir Churov.

As autoridades russas suprimiram no ano passado o mínimo de participação necessária para validar o pleito e o voto "contra todos", possibilidade que previa a legislação para canalizar o voto de protesto.

Sobianin indicou que o apoio em massa a Medvedev "obriga a prosseguir o rumo escolhido" e destacou que a alta participação "demonstra que o povo quer escolher por conta própria o chefe de Estado" e que "o resultado das eleições não estava predeterminado".

No entanto, Zyuganov e Jirinovski anunciaram que pretendem impugnar os resultados oficiais, ao contrário de Bogdanov, que afirmou que a votação foi "democrática".

"Já tenho preparada uma lista de 200 violações", assegurou Zyuganov em sua primeira reação ao anúncio dos resultados preliminares.

Segundo os dados em seu poder, disse, o voto comunista foi de "pelo menos 30%", e por isso "os resultados preliminares confirmam as irregularidades".

"Estou convencido de que sou o vencedor e tudo isto (os resultados anunciados) é falso", assinalou, por sua parte, o candidato ultranacionalista.

Segundo ele, na Rússia "não há eleição, mas uma mera ratificação do presidente designado", em alusão ao favorito Medvedev.

O presidente da CEC, porém, mostrou-se convencido de que a entidade "ganhará nos tribunais todos os pleitos" interpostos pelos perdedores.

Às vésperas das eleições, o chefe da missão da Assembléia Parlamentar do Conselho da Europa, expressou suas dúvidas de que o pleito pudesse ser "limpo e democrático", devido à marginalização dos candidatos opositores.

"Hoje se conclui a operação de transferência ilegal do poder" de Putin a seu herdeiro, denunciou o ex-primeiro-ministro Mikhail Kasianov, teve seu registro como candidato nas eleições presidenciais russas negado pela CEC por irregularidades em sua documentação.

A jornada eleitoral transcorreu sem grandes contratempos, com um único incidente registrado na República do Daguestão, vizinha à Chechênia, onde duas explosões causaram ferimentos a dois policiais.

"O ânimo é excelente. Chegou a primavera e, embora chova, (o tempo) está agradável. Mudou a estação", disse um sorridente Medvedev em declarações feitas na boca-de-urna.

Já o candidato comunista denunciou à imprensa "inúmeras infrações" no processo eleitoral.

Zyuganov salientou que a campanha presidencial não foi limpa nem transparente, e indicou que os comunistas mobilizaram diversos observadores para vigiar o desenvolvimento do pleito.

Putin, que votou pela manhã, reuniu-se depois em um restaurante com Medvedev, o primeiro-ministro Víctor Zubkov e os presidentes das duas câmaras do Parlamento.

A agência local "Itar-Tass" destacou que os políticos "brincavam e riam com freqüência". EFE

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Fonte:

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Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir