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Israel conclui incursão em Gaza, mas combate ao Hamas

Estudantes paquistaneses queimam bandeiras de Israel e EUA em Islamabad em protesto aos ataques israelenses sobre os palestinos em Gaza
Israel conclui incursão em Gaza, mas combate ao Hamas

Foto: EFE

Após dois dias de confrontos intensos, as forças israelenses se retiraram nesta segunda-feira de Gaza, mas o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, disse que Israel ainda "continua em meio à batalha contra o Hamas (grupo radical islâmico que controla Gaza desde junho de 2007)".

"Seguimos em meio à batalha e não se trata de um ataque pontual", afirmou Olmert diante da comissão de Relações Exteriores e Defesa do Parlamento.

Desde o início da nova onda de violência, na quarta-feira passada, 116 palestinos morreram, entre eles 22 crianças, de acordo com dados do Ministério da Saúde de Gaza. Mais de 350 ficaram feridos. Dois soldados e um civil israelenses também morreram.

Nesta segunda-feira pela manhã, os moradores do norte do território de Gaza começaram a sair prudentemente de suas casas enquanto os tanques e as tropas de Israel se retiravam, depois da incursão mais violenta em Gaza em vários anos.

"A operação está diminuindo. Quase todas as nossas forças já retornaram para Israel", afirmou à AFP um porta-voz militar. O ataque foi condenado por grande parte da comunidade internacional devido ao excessivo uso da violência.

O presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, de tendência moderada, cortou relações com Israel, às vésperas da chegada à região da secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, para dar um novo impulso às negociações de paz.

Operação

Israel lançou a operação no último sábado para tentar deter os disparos quase cotidianos provenientes de Gaza, onde o Hamas, que jurou destruir o Estado israelense, tomou o poder em junho passado expulsando as forças favoráveis a Abbas.

"O objetivo da operação era atingir aqueles que disparam foguetes em direção às cidades de Israel", disse o vice-primeiro-ministro Jaim Ramon à rádio pública.

Ramon disse que lamentava a morte de civis inocentes em Gaza, mas acusou o Hamas e outros grupos militantes deste território densamente povoado assolado pela pobreza, que disparam foguetes e obuses de morteiro contra Israel.

Os integrantes de grupos armados em Gaza lançaram dois foguetes quando as tropas se retiravam nesta segunda-feira. Os projéteis caíram na cidade litorânea de Ashkelon, ferindo levemente uma mulher, de acordo com os serviços policiais e de resgate israelenses.

O Hamas, que reconheceu ter perdido cerca de 35 combatentes nos confrontos, considerou que a retirada israelense deixava em evidência que seu Exército havia fracassado.

"Esta retirada é a expressão do fracasso dos soldados israelenses contra os combatentes das Brigadas Ezzedin al Qassam", afirmou aos jornalistas o porta-voz do Hamas, Sami Abu Zuhri, referindo-se ao braço armado deste grupo.

"Esta guerra, que foi declarada por Israel, não alcançará seus objetivos", afirmou, acrescentando que nesta segunda-feira será realizada uma marcha da vitória em Gaza para celebrar "a derrota" de Israel.

A violência em torno de Gaza aumentou consideravelmente na quarta-feira, depois que um ataque aéreo israelense matou cinco militantes do Hamas no sul deste território, cada vez mais isolado.

O Hamas respondeu disparando vários foguetes, um dos quais matou um civil no sul de Israel, a primeira morte deste tipo desde maio de 2007.

Os ataques com foguetes custaram a vida de 14 civis dentro de Israel desde que teve início a última Intifada (revolta popular palestina), em setembro de 2000.

Os choques chegaram ao ápice no sábado, quando Israel enviou um regimento em uma operação chamada "Inverno Quente" que matou 77 palestinos em dois dias.

Durante esta operação militar, Mahmud Abbas suspendeu as negociações de paz e cortou relações com Israel.

Os dois lados retomaram as conversações de paz durante uma conferência realizada nos Estados Unidos em novembro passado, mas desde então quase não obtiveram progressos devido a profundas divergências em torno de questões cruciais.

Israel conclui incursão em Gaza, mas combate ao Hamas continua

Fonte: ADEL ZAANUN
www1.folha.uol.com.br

Por: Alexandre Costa Pereira | Imprimir