Luis Fernando Correia é o responsável pelo programa 'Saúde em Foco' da rádio CBN
O Supremo Tribunal Federal vai julgar aspectos da lei de Biossegurança sobre a utilização de embriões humanos congelados para pesquisa de células-tronco. A sociedade precisa ter consciência das conseqüências dessa decisão.
A decisão poderá excluir o Brasil desse campo de pesquisas que podem levar a descobertas de opções de tratamento para vários problemas de saúde, até hoje, insolúveis. Esse atraso poderá significar o pagamento de royalties caríssimos no futuro.
Independente das posições de cada lado da disputa, cabe uma reflexão sobre o caminho trilhado até agora em nosso país pelos embriões preservados nas clínicas de fertilização. Um ponto que chama a atenção nessa discussão é de que até a proposição da ação judicial contra a Lei de Biossegurança, não se ouviam clamores quanto ao destino dos embriões deixados nas clínicas e que seriam, inevitavelmente, jogados no lixo.
A pesquisa científica e suas aplicações práticas, muitas vezes, parecem levar muito tempo para se concretizarem. No curso das pesquisas não só o objetivo final é importante, o domínio de novas tecnologias pode levar a descobertas que até mesmo prescindam dos embriões. Mas sem seu estudo, esse avanço não existe.
O ritmo do avanço da ciência é muito mais rápido do que a regulamentação dessas aplicações, o que exige das sociedades, discussão e consenso ético.
Barrar pesquisa com células-tronco custaria caro ao Brasil. Luis Fernando Correia é o responsável pelo programa 'Saúde em Foco' da rádio CBN.
Fonte:
|