Aline Pellegrino lembra que teve que insistir muito para se tornar jogadora profissional
Foto: http://globoesporte.globo.com Hoje, a zagueira Aline Pellegrino, do Santos, � reconhecida como jogadora profissional de futebol. Capit� da sele��o brasileira de futebol feminino, ela conquistou a medalha de prata nas Olimp��adas de Atenas, em 2004, a medalha de ouro no Pan do Rio, em 2007, e foi vice-campe� mundial, tamb�m em 2007. Mas n�o foi nada f�cil para ela chegar onde est�. Pelo contr�rio. H� dez anos, quando resolveu que queria ser jogadora, teve de enfrentar preconceito dentro de sua pr�pria casa. Afinal, h� at� bem pouco tempo, futebol no Brasil era coisa para homem.
- Meu pai ficou bravo. N�o queria me ver jogando bola de jeito nenhum. Eu jogava com os meninos, e ele n�o queria ver a filha dele no meio daquele monte de moleque - lembra.
Apesar de contrariar o pai, ela insistiu e conseguiu seguir em frente. Hoje, al�m de ser jogadora de sele��o, j� tem propostas para jogar na Europa.
- Meu pai se convenceu de que jogar bola era tudo o que eu queria. Agora, ele � meu maior incentivador - comenta Aline.
Meu pai se convenceu de que jogar bola era tudo o que eu queria. Agora ele � o meu maior incentivador
Aline sobre o drible no zagueir�o dentro de casa
No Dia Internacional da Mulher, a zagueira espera que seu exemplo seja seguido por muitas outras meninas. Ela diz que, apesar de ainda faltar apoio ao futebol feminino, as coisas est�o melhorando.
- Ainda falta um calend�rio com boas competi��es, mas j� temos clubes como o Santos, que d�o muito apoio ��s jogadoras. Mas acho que a tend�ncia � melhorar. Assim como em todos os setores, as mulheres tamb�m est�o ganhando espa�o no futebol - afirma.
Aline diz que as mulheres perceberam que podem ser t�o competitivas quanto os homens em quase todas as �reas. Por isso, est�o cada vez mais em evid�ncia.
- Em modalidades esportivas que exigem for�a, � claro que n�o d� para competir por uma quest�o fisiol�gica. Agora, em todas as outras �reas, em qualquer empresa, de qualquer ramo, a mulher pode fazer tudo o que o homem faz. Hoje em dia, � comum ver mulheres dirigindo �nibus e at� caminh�es. Algo que era impens�vel anos atr�s - salienta.
In��cio dif��cil
Se hoje as mulheres est�o ganhando espa�o no futebol, n�o era assim quando Aline come�ou. Ela fez teste no S�o Paulo, quando tinha 15 anos e passou a fazer parte da escolinha de futebol feminino do Tricolor.
- Naquela �poca, o S�o Paulo estava come�ando a montar o time que tinha Sissi, K�tia Cilene, Formiga. Em seis meses, eu j� estava no time principal junto com elas. Era a base da sele��o brasileira. Foi a�� que eu comecei a ganhar experi�ncia - conta.
Mas o in��cio no S�o Paulo foi dif��cil. No fim dos anos 90, v�rios clubes tentaram explorar a primeira onda do futebol feminino.
- Aqui no Santos, as jogadoras est�o inseridas no clube. Temos toda a estrutura que atende aos homens a nosso dispor. Antigamente, a gente s� usava as camisas. Jog�vamos pelo time e s�. Os clubes n�o davam contrapartida nenhuma - lembra.
Apesar de a situa��o ter melhorado muito, ainda n�o � aquela sonhada pelas jogadoras.
- Os sal�rios ainda s�o modestos. Para ganhar mais, a jogadora tem de sair do Brasil. Acontece que nem sempre se consegue um bom clube l� fora. Tem que estudar, pois voc� pode at� ganhar bem, mas pega um time sem estrutura e acaba regredindo tecnicamente - comenta.
O contrato de Aline com o Santos vence em julho, e ela j� est� de malas prontas para embarcar para a Dinamarca. Espera seguir os passos de Marta, a melhor jogadora do mundo, que hoje brilha no futebol sueco.
Zagueira santista venceu preconceito do pai
Aline Pellegrino lembra que teve que insistir muito para se tornar jogadora profissional
Fonte: Adilson Barros http://globoesporte.globo.com
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