Categoria Geral  Noticia Atualizada em 11-03-2008

Diocese do Rio usa feto nas missas para enfatizar defesa.
Foram fabricados 600 bonecos usados nas missas dominicais das 264 igrejas da cidade.
Diocese do Rio usa feto nas missas para enfatizar defesa.
Foto: Alba Valéria Mendonça/G1

Para enaltecer a defesa da vida, lema da Campanha da Fraternidade de 2008, “Escolhe, pois a vida”, a Arquidiocese do Rio adotou como s��mbolo um boneco no formato e do tamanho de um feto de tr�s meses de gesta��o. Al�m do cartaz afixado nos murais, algumas igrejas como a de Santa Margarida Maria, na Lagoa, e S�o Judas Tadeu, no Cosme Velho, na Zona Sul do Rio, deixaram o boneco em exposi��o no altar.

Ao todo, foram confeccionados 600 bonecos que ser�o usados nas prociss�es das missas dominicais, no per��odo da quaresma, nas 264 igrejas do Rio, segundo noticiou a Folha de S�o Paulo na edi��o desta ter�a-feira.

Gel branco
Na Igreja de Santa Margarida Maria, o feto foi colocado num pote de vidro com gel branco, que d� a impress�o de o boneco estar envolto na placenta. O pote fica no altar, ao lado do cartaz da campanha.

Na Igreja de S�o Judas Tadeu, o boneco foi colocado numa almofada branca, sobre um pequeno pedestal forrado com uma toalha branca rendada. O feto est� na frente do altar. Segundo a dona-de-casa Cacilda Almeida, freq��entadora da igreja, os fi�is menos atentos s� reparam no s��mbolo da campanha no momento da missa.

“Se ele n�o estivesse colocado na frente do altar, seria dif��cil notar. Mas � bom que cause impacto sobre a juventude para que ela perceba que a partir da fecunda��o j� tem um cora��o pulsando no corpo da m�e, j� tem uma vida. Acabar com essa vida � crime”, disse Cacilda.

Feto � usado nas missas dominicais
O bispo auxiliar do Rio, dom Ant�nio Augusto Dias Duarte, respons�vel pela �rea de Promo��o e Defesa da Vida da Arquidiocese, disse que o boneco � um instrumento pedag�gico, que serve para dar �nfase ao tema da campanha. O feto � usado nas missas dominicais. Nos demais dias da semana, fica a crit�rio do padre de cada par�quia exibir ou n�o o boneco para a campanha. Dom Ant�nio disse que o objetivo n�o � chocar ou aterrorizar os fi�is.

“Seria chocante se usasse um boneco com quatro ou cinco semanas, que ainda n�o tem forma corporal definida. Um feto n�o � uma imagem aterrorizante ou ofensiva. Um feto � a imagem da vida, que cativa e comove. N�o tem porque de as pessoas se escandalizarem. Uma not��cia inflamada de emo��o feita por um jornal paulista est� causando toda essa confus�o. Mas a rea��o das pessoas que costumam freq��entar a igreja tem sido, at� agora, muito serena e tranq��ila”, disse o bispo auxiliar.

Pediatra
Dom Ant�nio, que antes de se ordenar padre foi pediatra, disse pegou na internet v��deos com cenas de aborto, feitos por grupos em favor da vida, que utilizou em duas palestras fechadas que realizou recentemente. Ele negou que os v��deos sejam exibidos nas igrejas. Segundo ele, as palestras foram pedidas por pessoas ligadas � igreja que sabem que ele foi m�dico.

“Os v��deos t�m cenas t�o chocantes quanto a morte do menino Jo�o H�lio (morto em fevereiro de 2007). A brutalidade de se acabar com uma vida � chocante. Os v��deos mostram que o aborto � uma realidade, � chocante e que � necess�rio que as pessoas tenham consci�ncia sobre o que acontece”, disse dom Ant�nio.

O bispo auxiliar lembrou ainda que em Campanhas da Fraternidade anteriores, a diocese do Rio exibiu imagens expressivas. Em 2007, quando o tema era Amaz�nia, dom Ant�nio destaca que foram utilizados pain�is com fotos da regi�o amaz�nica e expostos trabalhos ind��genas. Em 2006, pessoas portadoras de defici�ncia participaram de missas como convidadas de v�rias par�quias para relatar suas experi�ncia. O tema era a aceita��o social de pessoas com defici�ncia.

No site da diocese, cardeal defente a vida
No site da Arquidiocese, o cardeal dom Eus�bio Scheid escreve que “A tem�tica da Campanha da Fraternidade destaca a defesa da vida em cada etapa de seu desenvolvimento: contra o crime do aborto, contra o menosprezo pela promo��o humana, contra a inseguran�a diante da viol�ncia hodierna e, finalmente, contra a eutan�sia, a chamada “morte assistida” que, al�m de grave ofensa a Deus, � crime”.

O texto prossegue com o cardeal considerando o aborto como o maior dos crimes, “pois trata-se do assassinato de inocentes indefesos. E n�o nos venham com argumentos forjados e absurdos, afirmando que a mulher tem direito ao seu corpo. Jamais uma crian�a por nascer pode ser considerada “parte” do corpo da m�e, ainda que dependa vitalmente dela para se desenvolver. � bom acentu�-lo, claramente. O �tero materno � o sacr�rio da vida de uma pessoa por nascer. A Igreja declara-se em favor da pessoa humana, que come�a a existir no momento em que o �vulo � fecundado”.

Col�gios cat�licos discutem tema em salas de aula
Col�gios cat�licos, como o Santo In�cio, dizem que est�o comprometidos com a defesa dos valores assumidos pela igreja, assim como o direito � vida e � dignidade humana, bases da Campanha da Fraternidade. Atrav�s da assessoria, o Santo In�cio informa que a �nfase no valor da vida � trabalhada em sala de aula. Mas como n�o � uma par�quia, a capela do col�gio n�o usa os s��mbolos da campanha.

Com alunos menores, o tema � abordado nas aulas de ensino religioso e ci�ncias. Com atividades com o objetivo de sensibiliza��o e compreens�o do que � a vida, como fen�meno natural, d�diva divina e bem individual e coletivo. A reprodu��o humana � um dos in�meros aspectos envolvidos, mas segundo o col�gio � tratado de forma adequada para cada idade.

A assessoria informa ainda que no Santo In�cio, a partir do 6� anos do ensino fundamental, o tema aborto passa gradualmente a figuram com mais �nfase. Ou por se tratar de quest�o central da sociedade atual ou como discuss�o trazida pelos pr�prios alunos para as aulas.

Diocese do Rio usa feto nas missas para enfatizar defesa.
Foram fabricados 600 bonecos usados nas missas dominicais das 264 igrejas da cidade.


Fonte:

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Por:  Felipe Campos    |      Imprimir