Categoria Geral  Noticia Atualizada em 01-04-2008

Polícia quer nova perícia para apurar queda de menina
Delegado do caso quer verificar se algum detalhe passou despercebido
Polícia quer nova perícia para apurar queda de menina
Foto: G1

O apartamento em que estava a menina Isabella Nardoni, de 5 anos, que morreu na noite de sábado (29), na Zona Norte de São Paulo, deve passar por uma nova perícia. A informação foi divulgada na tarde desta terça-feira (1º) pelo delegado Calixto Calil Filho. A Polícia Civil investiga se a menina foi agredida e arremessada antes do corpo dela ter sido encontrado no jardim do edifício ou se ela se jogou do 6º andar do prédio no Carandiru.

"Os peritos estão fazendo exames mais detalhados, com produtos químicos. Vamos pedir uma nova perícia mais detalhada no apartamento porque nos dias dos fatos pode ter passado algo despercebido", afirmou Calil Filho, durante entrevista coletiva no 9º Distrito Policial, onde estão concentradas as investigações. Entre os produtos que auxiliam a polícia está o luminol, substância que detecta manchas de sangue mesmo em locais que foram lavados.

A polícia trabalha sobre a versão contada pelo pai da criança, um consultor jurídico, que, desde o primeiro dia, afirma ser inocente. Ele conta que deixou a menina em um quarto, dormindo, enquanto foi até a garagem ajudar a mulher a subir com os outros dois filhos. A família havia chegado de um jantar na casa da sogra dele, por volta de 23h30.

O consultor jurídico afirma que deixou o imóvel trancado depois de colocar a menina na cama. Quando subiu, viu que ela não estava no cômodo e percebeu que a tela de proteção na janela estava rasgada. Em seguida, relatou ter visto o corpo da criança no jardim. Ele sustenta a versão de que alguém entrou na casa, possivelmente para assaltar, mas a polícia diz que nada foi roubado.

Brigas do casal
Ao longo desta terça-feira, Calil Filho colheu seis depoimentos. Entre eles, de moradores do prédio onde ocorreu o caso e de outro edifício vizinho. "Tenho dois moradores da antiga residência deles que ouviam constantes brigas do casal. Nada contra a criança. A menina morta é filha de um casamento anterior e a mãe biológica dela deve ser ouvida nesta quarta-feira (2)", disse.

Apesar dessa informação, o delegado admitiu que os depoimentos "não foram taxativos" e será preciso investigar mais os relatos. Calil Filho, que disse estar "ansioso" para esclarecer o caso, admitiu que ainda tem muitas dúvidas. "A ausência de arrombamento no apartamento, a falta de subtração de algum objeto e um possível ladrão no prédio. Mas a polícia fez varredura e o porteiro disse que não viu nada de anormal", afirmou.

Mesmo não considerando a informação como uma nova versão a ser apurada, Calil Filho disse que vai investigar a hipótese levantada de que a menina nem teria sido arremessada da janela e sim colocada no gramado do prédio. "É provável, mas é mais provável que ela tenha sido atirada (da janela)", disse.

"Na minha ótica, acho que ela foi arremessada pelo diálogo que tive com o médico-legista". Segundo os bombeiros, a criança teria caído de lado e fraturado apenas o pulso direito. A falta de fraturas múltiplas poderia indicar que ela foi colocada o jardim.

Polícia quer nova perícia para apurar queda de menina. Delegado do caso quer verificar se algum detalhe passou despercebido.

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Por:  Felipe Campos    |      Imprimir