Categoria Tragédia  Noticia Atualizada em 05-04-2008

Igreja fica lotada em missa de 7º dia de Isabella
Crianças usavam camiseta com a mensagem:"Isabella, para sempre nossa estrelinha".
Igreja fica lotada em missa de 7º dia de Isabella
Foto: G1

A Igreja Nossa Senhora da Candelária, na Vila Maria, na Zona Norte de São Paulo, ficou pequena para abrigar as centenas de pessoas que foram acompanhar a missa de sétimo dia da menina Isabella Nardoni na noite desta sexta-feira (4). A menina morreu no sábado (29) após cair do sexto andar do prédio onde o pai dela morava com a madrasta, também na Zona Norte.

A mãe de Isabella, Ana Carolina Oliveira, sentada no primeiro banco, recebeu o apoio do namorado. Junto a ela estavam os pais do garoto Yves Ota, assassinado em 1987, quando tinha 8 anos, um dia após ter sido seqüestrado. A lotação de 420 lugares nos bancos foi largamente superada. Havia pelo menos o dobro de gente na igreja.

Colegas e professores da escola onde a menina estudava foram prestar solidariedade à família dela. Sentadas no altar da igreja, cerca de 50 crianças – entre amigos, ex-coleguinhas de escola de Isabela e meninos da comunidade do bairro Vila Maria - acompanharam a missa, que durou pouco mais de uma hora.

Algumas usavam uma camiseta estampada com a foto da menina em dia de festa junina na escola em que estudou. Outra, trazia mais uma imagem da menina e a mensagem: "Isabella, para sempre nossa estrelinha". Fitinhas rosas substituíam o preto como símbolo do luto. Elas foram distribuídas e pregadas nas peças de roupa dos presentes como mais uma homenagem à menina.

A celebração também lembrou a partida de outras cinco pessoas. O padre Sebastião Oliveira não mencionou isoladamente o nome de Isabella e pediu, durante a homilia, que todos tivessem força para superar a perda.

A todo momento cercada por amigos, parentes e crianças, Ana Carolina assistiu concentrada à missa. Chorou apenas antes da celebração, quando recebeu o abraço de alguns amigos próximos. Apesar do tumulto e da insistência da imprensa, ela deixou o local sem dar entrevistas.

"Todas as homenagens são poucas para a Isabella. Ela era muito alegre, charmosa. Você não vai ver uma foto em que não estivesse sorrindo", contou a advogada Izilda de Moraes, amiga da família. Ela contou que passou a Páscoa com a Ana Carolina e a filha dela em São José dos Campos, a 91 km de São Paulo. "Ela (Ana Carolina) ainda está em estado de choque. Não dá para a gente assimilar o que aconteceu", comentou, ao sair da igreja.

Prisão
O pai, Alexandre Nardoni, e a madrasta de Isabella, Anna Carolina Jatobá, estão detidos desde a noite de quarta (3). A Justiça determinou a prisão temporária do casal por 30 dias, prorrogáveis por mais 30. A defesa prepara o pedido de habeas corpus, que deve ser feito na segunda (7) ou na terça-feira (8).

O promotor que acompanha as investigações, Francisco José Taddei Cembranelli, visitou nesta tarde o prédio onde a menina morreu. Cembranelli, que teve acesso ao inquérito, explicou que a visita serviria para ter uma visão espacial do local do ponto de vista das testemunhas.

A polícia trabalha com a versão de que a menina tenha sido arremessada pela janela do apartamento onde mora o pai, no sexto andar de um prédio na Zona Norte de São Paulo. Mas o promotor disse, nesta manhã, que não descarta a possibilidade de ela ter sido colocada na grama do jardim e não ter sido arremessada. "Isso vai se comprovar com a conclusão das investigações policiais", disse Cembranelli

Na opinião do promotor, entre os pontos que devem ser esclarecidos, está o momento em que a família chegou ao prédio e subiu ao apartamento. De acordo com o inquérito, o casal teria chegado ao prédio por volta das 23h30 e o porteiro diz ter ouvido um barulho, que seria da queda de Isabella, entre 23h45 e 23h55.

Segundo a versão dada pelo pai à polícia, não se passaram mais que 5 ou 7 minutos o período em que ele leva a criança para o apartamento, retorna ao carro e volta a subir para o apartamento no 6º andar.

Ainda segundo Cembranelli, até que os bombeiros e policiais chegassem, o corpo de Isabella não foi tocado. "Não foi mexido. Não houve desespero de ninguém em prestar um socorro imediato", afirmou.

Igreja fica lotada em missa de 7º dia de Isabella
Crianças usavam camiseta com a mensagem:"Isabella, para sempre nossa estrelinha".
No 1º banco, a mãe dela recebeu apoio dos pais de Yves Ota, morto em 1987, aos 8 anos.

Fonte: Carolina Iskandarian

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Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir