Categoria Policia  Noticia Atualizada em 11-04-2008

Decisão sobre habeas corpus de pai e madrasta de Isabella
Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá estão presos desde quinta-feira passada (3).
Decisão sobre habeas corpus de pai e madrasta de Isabella
Foto: G1

O Tribunal de Justiça (TJ) deve divulgar nesta sexta-feira (11) a decisão sobre o pedido de habeas corpus para Alexandre Nardoni e Anna Carolina Trotta Peixoto Jatobá, pai e madrasta da menina Isabella Nardoni, que morreu após ser jogada do apartamento do casal, na Zona Norte de São Paulo.

O pedido dos defensores para que Nardoni e Anna Carolina acompanhem as investigações em liberdade foi protocolado na segunda (7). A expectativa era de que ele fosse divulgado na quinta (10), mas a assessoria de imprensa do TJ divulgou durante a tarde a prorrogação do anúncio da decisão.

O desembargador Caio Eduardo Canguçu de Almeida, da 4ª Câmara Criminal do TJ, analisava o pedido na quinta em sua casa, no interior de São Paulo. Funcionários de seu gabinete informaram que nesta sexta-feira ele vem a São Paulo e revelará sua decisão. O documento, que tem 30 páginas, é um habeas corpus com liminar, que pede urgência na análise.

O casal está detido desde quinta-feira passada (3), após a polícia pedir à Justiça prisão temporária de 30 dias. A defesa não acredita que o casal representará risco ao inquérito. "Não há o menor risco de eles atrapalharem as investigações. Eles ficaram em liberdade durante as investigações e nesse período foram produzidas várias provas. Em nenhum momento, eles criaram obstáculos para a produção das provas, não coagiram testemunhas e muito menos se furtaram a comparecer diante de autoridade policial", disse o advogado Marco Polo Levorin.

Argumentos
Os defensores informaram ao G1 que o pedido baseou-se em "argumentos técnicos". "Não vamos discutir fatos nem provas", afirmou o advogado Rogério Neres de Sousa. Para os defensores, não há pressupostos que justifiquem neste momento as prisões temporárias.

De acordo com Sousa, Alexandre e Anna Carolina não atrapalharam as investigações do caso, o que envolveria coagir testemunhas ou mudar a cena do crime.

Em entrevista coletiva na última sexta-feira (4), o promotor Francisco José Taddei Cembranelli disse ter apoiado as prisões temporárias para garantir "maior tranqüilidade" à conclusão das investigações. Para ele, se estivesse livre, o casal poderia comprometer o esclarecimento de fatos importantes porque tem contato com testemunhas e funcionários do prédio.

Os defensores também argumentam que ambos não possuem antecedentes criminais e têm endereço fixo.

Quase esclarecido
Na manhã de quinta (10), a Polícia Civil de São Paulo informou que 99% do caso está esclarecido. Os policiais já têm como descobrir se alguma pessoa estranha entrou no Edíficio London na noite em que a garota foi jogada do sexto andar do prédio onde morava seu pai, em 29 de março.

O pedreiro Gabriel dos Santos Neto, que trabalha na construção de um sobrado nos fundos do edifício London, prestou depoimento durante a tarde de quinta. Na saída da delegacia, ele negou que a construção tenha sido arrombada no dia do crime.

Um muro coberto por uma cerca elétrica - que estava desativada - separa o sobrado em obras de uma área onde fica a churrasqueira do prédio onde moram o pai e a madrasta de Isabella. O delegado responsável pelo inquérito fez a convocação do trabalhador para depoimento sobre a possível uma invasão na obra, que poderia ter facilitado o acesso ao edifício onde Isabella foi encontrada morta.

Defesa
Marco Polo Levorin, advogado de defesa do casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, disse na noite de quinta-feira (10) que deseja que Cristiane Nardoni, tia da menina Isabella, seja ouvida pela polícia para esclarecer o teor do que teria dito a amigos na noite da morte da criança, em 29 de março. O advogado disse desconhecer o pedido da quebra de sigilo telefônico da jovem.

O advogado apresentou no 9º Distrito Policial, no Carandiru, na Zona Norte, uma lista de testemunhas que, na opinião da defesa, devem ser ouvidas no inquérito que investiga a morte da menina Isabella. "Essas pessoas não foram ouvidas ainda e podem comprovar a vulnerabilidade do prédio", disse.

Carceragem
Desde que chegou à detenção, Anna Carolina Jatobá, madrasta de Isabella Nardoni, fica a maior parte do tempo deitada no colchão em uma cela individual, lê a Bíblia e chora muito. O relato é de policiais da delegacia e de Ana Teixeira, 71 anos, que veio na tarde de quinta-feira (10) visitar sua filha que também está presa. "Alguém que chega perto e olha, ela já começa a chorar. Não conversa com as outras presas", contou Ana.

Segundo ela, nesta quinta, uma das detentas fez aniversário e Anna Carolina se recusou a participar da comemoração. "Estava deitada. Ofereceram bolo, refrigerante e ela não quis", disse Ana. Os policiais do 89º DP contam que não há clima de hostilidade, mas Anna Carolina ainda ficará em cela individual por cautela. Ela só terá que dividir o espaço se chegarem mais presas com a prisão temporária decretada.

Decisão sobre habeas corpus de pai e madrasta de Isabella sai nesta sexta
Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá estão presos desde quinta-feira passada (3).
Desembargador Caio Canguçu de Almeida analisava pedido em sua casa no interior de SP.

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Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir