Categoria Cultura  Noticia Atualizada em 02-05-2008

Jongo de Itapemirim - Patrimônio Imaterial do Brasil
O Grupo de Jongo "Mestre Bento", de Itapemirim, está sendo resgatado
Jongo de Itapemirim - Patrimônio Imaterial do Brasil
Foto: José Geraldo Oliveira

O Grupo de Jongo "Mestre Bento", de Itapemirim, que está sendo resgatado pela Prefeitura Municipal, deu um verdadeiro show de arte na comunidade rural de Vargem Alegre, município de Castelo, no último dia 19 de abril. A alegria de Dona Geralda, Senhor Moacir, da animada Quequeu, do Cláudio e dos demais jongueiros itapemirinenses contagiou uma equipe de jornalistas que está registrando em documentário o que ainda existe desta manifestação cultural oriunda da cultura africana no Brasil.

A superintendente do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), Thereza Carolina Abreu, ficou tão encantanda com a versatilidade e criatividade da trupe, que convidou uma equipe a participar, em maio, da reunião do Pontão de Cultura do Jongo/Caxambu, um programa de extensão desenvolvido pela UFF do Encontro de Jongueiros no Rio de Janeiro.

Durante todo o percurso Itapemirim X Castelo X Itapemirim, os integrantes não pararam um só instante de improvisar versos e prosas que a todos deixou encantado. No local do evento, ao acender-se a fogueira para a afinação do tambor, lá primeiro chegara um representante de Itapemirim, Anísio Bento, filho do Mestre Bento, um dos maiores jongueiros da região.

Homens e mulheres, palmas e canções, risos e muita animação marcaram o ritmo que os presentes acompanharam ao ouvir o som dos tambores, um grave e um agudo. A noite adentrou, mas a cantoria e a dança a cada instante foram tomando maiores dimensões, o que fez com que o público participasse de forma maciça.

Ao canto do jongo, responsorial que é, o refrão era calorosamente respondido por todos. Com frases curtas que retratam o contato com a natureza, fatos do cotidiano, o dia-a-dia de trabalho braçal nas fazendas e a revolta com a opressão sofrida, o solista trouxe para os dias atuais saudações aos anfitriões e a diversão durou horas a fio.

Cansados ou para dar oportunidade a outros solistas, ou ainda para iniciar outro ponto, interrompe-se o canto pondo-se as mãos no couro dos tambores. Vários foram os pontos apresentados em Castelo, como: a abertura ou licença – o que iniciou a roda de jongo; a louvação - para saudar o local; a visaria - para alegrar a roda e divertir a comunidade e; o encerramento ou despedida - cantado para encerrar a festa.

    Fonte: O Autor
 
Por:  José Geraldo Oliveira (DRT-ES 4.121/07 - JP)    |      Imprimir