Categoria Geral  Noticia Atualizada em 08-05-2008

Para corregedor da Câmara, situação de Paulinho é grave
Deputado é suspeito de envolvimento em esquema de desvio de verba do BNDES
Para corregedor da Câmara, situação de Paulinho é grave
Foto: Reprodução

O corregedor da Câmara dos Deputados, Inocêncio Oliveira (PR-PE), classificou nesta quinta-feira (8) como "grave" a situação do deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (PDT-SP), acusado pela Polícia Federal de participar de um esquema de desvio de recursos no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

"A situação do deputado Paulo Pereira da Silva é grave porque a cada dia as denúncias se avolumam e aparecem na imprensa", afirmou. Para Inocêncio, a revelação de uma doação de um dos envolvidos no esquema para a ONG da mulher de Paulinho complica a situação do parlamentar. O caso, disse, pode ser enviado diretamente ao Conselho de Ética.

Segundo reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo" publicada nesta quinta-feira (9), o lobista João Pedro de Moura, apontado como mentor do esquema de fraudes no BNDES, fez uma doação de R$ 37,5 mil para a ONG Meu Guri, presidida por Elza de Fátima Costa Pereira, esposa de Paulinho.

O G1 procurou o deputado Paulo Pereira da Silva para comentar as acusações, mas não conseguiu contato com ele. Segundo sua assessoria, Paulinho estaria em uma reunião com sua equipe de imprensa e não poderia ser interrompido.

Para Inocêncio, a divulgação da doação piora a situação do deputado. "Cada vez mais se complica a situação dele, sobretudo por conta dessa doação da parte daquele que é considerado o mentor do esquema do BNDES", afirmou.

Defesa
O corregedor fez nesta quinta-feira a notificação para o deputado apresentar sua defesa. Paulinho tem cinco dias para enviar seu posicionamento formal. Inocêncio pediu à Procuradoria Geral da República que encaminhe à Câmara todo o material da investigação da PF para verificar o suposto envolvimento de outros deputados.

Inocêncio afirmou que vai solicitar ao presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), que sejam indicados mais quatro deputados para auxiliá-lo na investigação em uma comissão de sindicância. Ele deixou em aberto, no entanto, a possibilidade de enviar o caso diretamente ao Conselho de Ética da Câmara.

"Se chegar algo da Procuradoria Geral da República que mostre todos os fatos, eu defendo, inclusive, que se mande logo para o Conselho de Ética, que tem estrutura maior e pode fazer uma investigação mais profunda", afirmou Inocêncio.

Cabe ao corregedor fazer a investigação preliminar do caso. Ele emitirá um parecer, que será apreciado pela Mesa Diretora. Se a definição de Inocêncio for pela cassação ou suspensão do mandato, o caso vai ao Conselho de Ética.

O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) afirmou que seu partido pode entrar com uma representação diretamente no Conselho, caso as investigações da corregedoria não avancem.

Segundo Chico, Inocêncio deve ouvir, já nessa fase preliminar, prefeitos, diretores do BNDES, e os procuradores do caso para conseguir avançar na investigação.
"Se houve insuficiência no trabalho da corregedoria e se nós não ficarmos satisfeito com a apuração ou as novas explicações do deputado, não teremos nenhuma dúvida em fazer uma representação", afirmou o deputado do PSOL.

Para corregedor da Câmara, situação de Paulinho é grave. Deputado é suspeito de envolvimento em esquema de desvio de verba do BNDES.

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Por:  Felipe Campos    |      Imprimir