Categoria Politica  Noticia Atualizada em 08-05-2008

Divulgação de autoria de vazamento unifica discurso
Líderes do PT e do PSDB defendem demissão de secretário da Casa Civil. José Aparecido Nunes Pires é suspeito de ter vazado dossiê a assessor de senador.
Divulgação de autoria de vazamento unifica discurso
Foto: www.g1.com.br

Líderes do governo e da oposição "unificaram" seus discursos ao defender na noite desta quinta-feira (8) a saída do secretário de controle interno da Casa Civil, José Aparecido Nunes Pires, suspeito de ter vazado o dossiê com informações sigilosas sobre gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

A divulgação da autoria do vazamento no Jornal Nacional desta quinta foi um balde de água fria no governo, que comemorava o desempenho da ministra Dilma Rousseff na audiência de mais de nove horas a que ela participou nesta quarta (7) no Senado, quando foi obrigada a responder falar sobre o dossiê.

O Jornal Nacional mostrou trechos do laudo preliminar do Instituto de Tecnologia da Informação (ITI), responsável pela perícia nos computadores da Casa Civil, onde o documento foi elaborado. A reportagem recolocou o assunto em evidência e deve dar novo fôlego à CPI mista dos Cartões Corporativos.

A fonte que deu acesso ao documento não permitiu que fossem feitas cópias. Permitiu apenas que o documento fosse lido e que o repórter tomasse nota de algumas de suas partes. O documento mostra que José Aparecido Nunes Pires trocou e-mails com André Eduardo da Silva Fernandes, assessor do senador Álvaro Dias, do PSDB. No mês passado, Dias revelou ter recebido informações sobre o dossiê, mas não revelou sua fonte.

Repercussão
O senador Delcídio Amaral (PT-MS), um dos vice-líderes do governo, disse ao G1, após assistir à reportagem do Jornal Nacional, que defende a demissão do secretário de controle interno da Casa Civil. "O vazamento é uma questão lamentável", disse o petista.

Amaral, entretanto, afirmou que o caso mostra que a ministra Dilma Rousseff não teve participação em nenhuma irregularidade. "A investigação mostra que foi uma coisa isolada e jamais contou com a participação da ministra."

O líder do PSDB, Arthur Virgílio, disse que não vai se contentar com "peixe pequeno". "Disseram que não havia dossiê e agora está aprovado. Disseram que não tinha saído da Casa Civil e também está provado que saiu", afirmou. "Não quero peixe de lagoa, quero peixe grande do rio Solimões."

Ele disse que a investigação da Polícia Federal deve chegar até a secretária-executiva da Casa Civil, Erenice Guerra, braço direito de Dilma. "Tem que rolar cabeças coroadas. Não vou me contentar com seu José Aparecido."

Além do depoimento do funcionário da Casa Civil, o senador Marconi Perillo (PSDB-GO) quer que a ministra Dilma Rousseff volte ao Senado para dizer se José Aparecido seguia sua orientação.

O deputado Vic Pires Franco (DEM-PA), que integra a CPI mista dos Cartões, quer uma reunião de "emergência" da comissão na próxima terça-feira (13) para debater o assunto.

"Se ele não depuser vai ser uma falta de respeito. Vamos ficar pequenos e sair menores do que entramos. Vai parecer que fizemos parte de um grande acordão", afirmou. Além de José Aparecido, Vic quer o depoimento do assessor de Álvaro Dias.

Divulgação de autoria de vazamento "unifica" discurso de governo e oposição
Líderes do PT e do PSDB defendem demissão de secretário da Casa Civil.
José Aparecido Nunes Pires é suspeito de ter vazado dossiê a assessor de senador.

 
Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir