Categoria Policia  Noticia Atualizada em 14-05-2008

Perito dirá no julgamento que sangue no carro é de Isabella
José Antônio de Moraes disse que "existia o perfil genético da família" nas manchas. Nesta terça-feira, desembargador negou pedido de habeas corpus de defesa do casal.
Perito dirá no julgamento que sangue no carro é de Isabella
Foto: www.g1.com.br

Um dos chefes da equipe de peritos do Instituto de Criminalística (IC) confirmou nesta terça-feira (13) que as manchas de sangue encontradas no carro de Alexandre Nardoni, inclusive na cadeirinha de um dos filhos do casal, indicam que o sangue no veículo é da menina Isabella.

Questionado sobre o que o perito de sua equipe vai dizer ao juiz no momento do julgamento, o diretor do IC, José Antônio de Moraes, disse: "ele vai dizer exatamente isso, que existia o perfil genético da família e o perfil genético da Isabella (no sangue)". Questionado novamente se o perito iria afirmar que o sangue era de Isabella, Moraes disse: "vai sim".

Também nesta terça, na primeira entrevista depois da conclusão do inquérito, a polícia disse que no dia do crime já suspeitava do casal e chegou a pensar na possibilidade de prender Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá na noite de 30 de março. "A gente até aventou de se fazer o flagrante, mas as provas eram fracas. Queríamos lançar a verdade, esse foi nosso trabalho", disse Aldo Galiano, diretor do Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap).

Nesta tarde, a polícia realizou ainda a transferência do pai de Isabella do 13º Distrito Policial, na Casa Verde, na Zona Norte da capital paulista, para o Centro de Detenção Provisória 2 de Guarulhos, na Grande São Paulo. A transferência foi rápida e inesperada.
Por volta das 16h, ele deixou, algemado, a delegacia onde estava. A mudança foi necessária porque os presos não queriam Alexandre no distrito. No CDP, ele continuará sozinho numa cela. Segundo o delegado Reynaldo Peres, do 13º DP, ele deve permanecer em Guarulhos até o julgamento. Peres também chegou a definir o pai de Isabella como uma pessoa fria. "Ele é uma parede fria. É só isso que posso dizer", afirmou o delegado.

A mulher de Alexandre, Anna Carolina Jatobá, também está isolada na Penitenciária Feminina de Tremembé, a 138 km da capital paulista.

Habeas corpus negado
Nesta terça, o desembargador Caio Canguçu de Almeida negou o pedido de habeas corpus feito pelos advogados do casal. Ele baseou a decisão no inquérito apresentado pela polícia.

Canguçu disse que a prisão foi "largamente fundamentada e que diz respeito a crime gravíssimo praticado com características extremamente chocantes". Ele acrescentou que "sobressaem inequívoco reconhecimento de indícios de autoria e materialidade da infração", além de possíveis tentativas "por parte do casal de descaracterização das provas". O desembargador citou ainda o "risco para a ordem pública, que todo o alarme gerado pela ocorrência está mostrando possível".

Em uma entrevista, o desembargador explicou que - ao contrario do que ocorreu quando mandou soltar o casal em prisão temporária, no mês passado - agora os requisitos para uma prisão preventiva estão presentes. O desembargador também falou sobre o impacto do crime.

"Qualquer um que é pai, qualquer um que é avô, como sou, se impressiona com as circunstâncias em que o fato aconteceu. Então realmente é um crime chocante. Mas só ser chocante, não levaria a decretação da prisão preventiva", disse.

Essa decisão do desembargador é provisória, já que o mérito da liminar ainda vai ser julgado pela 4ª Câmara do Tribunal de Justiça de São Paulo. Dentro de 20 dias, três desembargadores - entre eles o próprio Caio Canguçu - vão decidir se mantém ou não o casal preso.

Os advogados de defesa já estão tomando providências. "Estamos estudando a impetração de um novo hábeas corpus, antes mesmo do julgamento do mérito do hábeas corpus pelo Tribunal de Justiça. Impetraremos agora o pedido de hábeas corpus no Superior Tribunal de Justiça, em Brasília", disse Marco Polo Levorin.

Para o promotor que denunciou o casal, Francisco Cembranelli, este é o papel da defesa. "É um direito que eles possuem, os acusados, de recorrerem em todas as instâncias, mas estou confiante de que a prisão vai permanecer íntegra, e nós avançaremos com o processo", disse Cembranelli.

Perito dirá no julgamento que sangue no carro é de Isabella, diz diretor do IC
José Antônio de Moraes disse que "existia o perfil genético da família" nas manchas.
Nesta terça-feira, desembargador negou pedido de habeas corpus de defesa do casal.

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Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir