Categoria Geral  Noticia Atualizada em 15-05-2008

Governo de Mianmar diz não confiar muito em ajuda de fora
Junta Militar garantiu ter condições de administrar estragos causados por ciclone
Governo de Mianmar diz não confiar muito em ajuda de fora
Foto: Reprodução

A Junta Militar de Mianmar (ex-Birmânia) voltou a invocar nesta quinta-feira (15) a "independência" do país para reafirmar que está em condições de administrar a extensa operação de ajuda às vítimas do ciclone Nargis, enquanto o acesso às zonas afetadas continua sendo difícil para os voluntários humanitários estrangeiros.

"Os birmaneses aceitam qualquer forma de ajuda estrangeira com gratidão, qualquer que seja o valor", afirma um editorial do jornal oficial "New Light of Myanmar". "No entanto, não confiam muito na assistência internacional e reconstruirão a nação com base na independência", acrescenta o jornal, controlado pela Junta Militar.

Desde 1962, quando o general Ne Win assumiu o poder em Mianmar, praticamente todas as autoridades militares locais insistem no tema de que "a nação birmanesa deve contar antes de mais nada com ela mesma", lembram os analistas. A atitude acentua o isolamento do país.

Apesar de Mianmar receber aviões carregados de ajuda internacional, o regime continua limitando a presença de voluntários estrangeiros nas áreas mais afetadas pelo ciclone Nargis, que deixou mais de 30 mil mortos e desaparecidos, segundo um balanço oficial.

A catástrofe provocou 2 milhões de desabrigados, e a Junta insiste em querer controlar a distribuição de ajuda internacional, o que retarda as operações de socorro e limita a quantidade de vítimas que recebem um auxílio efetivo.

Doenças
A ameaça em Mianmar agora são as doenças: a dengue e a malária. As marcas da tragédia que assolou Mianmar ainda estão em todos os pontos do país. A destruição e a miséria fazem deste um dos cenários mais tristes do mundo.

Novas chuvas e ventos fortes agravam a situação. A ajuda humanitária chega dos Estados Unidos e da União Européia, mas os mantimentos e medicamentos são insuficientes para atender a população de dois milhões e meio de necessitados de comida, água potável e abrigo.

A ONU calculou em mais de um milhão de desabrigados e, pelo menos, 128 mil mortos – um número cinco vezes maior do que o que tinha sido divulgado pelo governo de Mianmar.

Muitos corpos ainda estão espalhados, à espera de resgate. Na medida em que o tempo passa, aumenta o risco de uma nova onda de mortes, provocadas por doenças como malária e dengue, endêmicas no país.

Governo de Mianmar diz não confiar muito em ajuda de fora. Junta Militar garantiu ter condições de administrar estragos causados por ciclone.

Fonte:

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Por:  Felipe Campos    |      Imprimir