Categoria Policia  Noticia Atualizada em 16-05-2008

Servidor acusado de vazar dossiê é indiciado pela PF
José Aparecido Pires foi indiciado por violação de sigilo funcional. Ex-funcionário da Casa Civil, ele foi ouvido pela Polícia Federal nesta sexta (16).
Servidor acusado de vazar dossiê é indiciado pela PF
Foto: Roosewelt Pinheiro/Agência Brasil

A Polícia Federal (PF) informou nesta sexta-feira (16) que o ex-funcionário da Casa Civil José Aparecido Nunes Pires foi indiciado por violação de sigilo funcional, crime previsto no artigo 325 do Código Penal.

Apontado em laudo preliminar do Instituto de Tecnologia da Informação (ITI) como o responsável pelo vazamento de informações do dossiê com gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, ele foi indiciado durante depoimento à PF. Na última quinta, o "Diário Oficial" publicou a exoneração de Aparecido da Casa Civil. Ele voltará para o Tribunal de Contas da União, onde é funcionário de carreira.

Durante cerca de duas horas e meia nesta sexta, José Aparecido foi ouvido pelo delegado Sérgio Menezes, que preside o inquérito. Ele não se recusou a responder nenhuma pergunta mas deixou a superintendência da PF sem falar com a imprensa, em meio a muito tumulto.

"Foi um bom depoimento", limitou-se a dizer o advogado de Aparecido, Luis Maximiliano Telesca.

A PF informou que cópias dos depoimentos de José Aparecido e de André Eduardo da Silva Fernandes, assessor do senador Álvaro Dias (PSDB-PR), vão ser encaminhados para a CPI mista dos Cartões. José Aparecido deve ser ouvido na terça-feira (20). Fernandes foi o destinatário do e-mail enviado por Aparecido no qual estava anexado um arquivo com informações do dossiê.

A pena prevista para este crime é de prisão de dois a seis anos e multa.

Planilha
Na quinta (15), o delegado disse que já sabia quem havia repassada a Aparecido o dossiê. Menezes não revelou quem repassou a planilha com os gastos. Questionado sobre o envolvimento de um dos dois funcionários da Secretaria de Controle Interno da Casa Civil que eram subordinados a Aparecido, Menezes limitou-se a dizer que era "possível".
O delegado descartou que a secretária executiva da Casa Civil, Erenice Guerra, braço direito da ministra Dilma Rousseff, tenha repassado a planilha com gastos do ex-presidente.

A PF vai cruzar os dados do computador pessoal de André Eduardo da Silva Fernandes com os do computador do ex-funcionário da Casa Civil. A intenção é confrontar essas informações com as que constam no laudo do ITI.

A polícia investiga ainda se Aparecido enviou os dados para outras pessoas. "Se há mais envios, a perícia vai identificar", declarou o delegado.

Defesa
Na quinta-feira, o advogado de Aparecido, Luiz Maximiliano Telesca, não quis adiantar a linha de defesa que será adotada durante o depoimento à PF. "Eu o considero inocente", limitou-se a dizer.

Ele também negou que o ex-servidor da Casa Civil esteja com medo de falar à CPI mista dos Cartões.

"Não há temor. Ele vai responder a todas as perguntas", declarou. Aparecido pediu um salvo-conduto para o Supremo Tribunal Federal (STF) para não correr o risco de ser preso no depoimento, previsto para a próxima terça-feira (20). O advogado já recorreu da negativa do STF.

Servidor acusado de vazar dossiê é indiciado pela PF
José Aparecido Pires foi indiciado por violação de sigilo funcional.
Ex-funcionário da Casa Civil, ele foi ouvido pela Polícia Federal nesta sexta (16).

Fonte: MIRELLA D ELIA

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Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir