Categoria Politica  Noticia Atualizada em 17-05-2008

Escolha de Minc amplia espaço de cariocas no ministério
Ele deixa gestão do governador Sérgio Cabral, que já chamou Lula de "menino do Rio".
Escolha de Minc amplia espaço de cariocas no ministério
Foto: Reprodução/TV Globo

A escolha de Carlos Minc para o Ministério do Meio Ambiente reforça o time dos cariocas no primeiro escalão do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e acentua a mudança em relação ao primeiro mandato, quando o ministério chegou a ser apelidado de "paulistério", dada a quantidade de paulistas à frente das pastas.

Minc substituirá Marina Silva, do Acre, que pediu demissão. Para assumir o ministério, ele deixará o cargo de Secretário do Ambiente da gestão de Sérgio Cabral (PMDB-RJ), um dos governadores mais próximos de Lula.

Na última segunda-feira (12), em uma das muitas viagens que fez ao Rio de Janeiro, o presidente foi chamado de "menino do Rio" por Cabral. O governador disse que o Rio é o lugar que Lula mais visita, depois de Brasília, sede do governo, e São Bernardo do Campo (SP), onde o presidente mantém a residência particular.

Lula e Cabral começaram a se aproximar nas eleições de 2006, quando o governador, então candidato, apoiou a reeleição de Lula se opondo a uma ala do PMDB com os ex-governadores Anthony Garotinho e Rosinha Matheus, que apoiaram o tucano Geraldo Alckmin no segundo turno.

Ministros do Rio
Depois da posse, prevista para a próxima quarta (21), o novo ministro do Meio Ambiente ampliará a ala carioca do ministério, formada por José Gomes Temporão (PMDB), da Saúde; Carlos Lupi (PDT), do Trabalho; Márcio Fortes (PP), das Cidades; Edson Santos (PT), da Secretaria de Igualdade Racial; e Nilcéa Freire (PT), da Secretaria de Políticas para Mulheres. Assim como Minc, esses ministros têm origem política no Rio de Janeiro. Nem todos, no entanto, nasceram no estado.

Temporão, por exemplo, nasceu em Portugal e chegou ao Rio com um ano de idade. Estudou medicina na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), dirigiu instituições do estado e ocupou cargos na prefeitura e no governo fluminense.

Lupi nasceu em Campinas, mas fez história no Rio de Janeiro, onde vive desde os 3 anos. Foi na banca de jornal da qual era dono, em Ipanema, que conheceu Leonel Brizola e ingressou no PDT, partido que atualmente preside. Ocupou cargos na prefeitura carioca e no governo estadual e elegeu-se deputado federal pelo estado.

No primeiro mandato, os cariocas eram representados por Miro Teixeira (PDT), que comandou o Ministério das Comunicações, e por Benedita da Silva (PT), que ocupou o Ministério da Assistência Social.

"Paulistério"
Apesar do crescimento do grupo de ministros do Rio, São Paulo continua com o maior número de titulares do primeiro escalão.

São oito ministros: Marta Suplicy (PT), do Turismo; Luiz Marinho (PT), da Previdência; Fernando Haddad (PT), da Educação; Orlando Silva (PC do B), dos Esportes; Guido Mantega (PT), da Fazenda; Miguel Jorge (sem partido), do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; Paulo Vannuchi (PT), da Secretaria de Direitos Humanos; e José Antonio Dias Toffoli (sem partido), da Advocacia-Geral da União (AGU).

Como no grupo do Rio, neste também nem todos são paulistas. Orlando Silva, por exemplo, nasceu em Salvador, na Bahia, mas é filiado ao PC do B de São Paulo.

No primeiro mandato, o "paulistério" era composto por ministros de pastas importantes como Casa Civil, com José Dirceu (PT); Fazenda, com Antônio Palocci (PT); Previdência, com Ricardo Berzoini (PT); Justiça, com Márcio Thomaz Bastos; Coordenação Política, com Aldo Rebelo (PC do B), e Luiz Gushiken (PT), da Comunicação.

Depois de SP e RJ, gaúchos e mineiros
Depois de São Paulo e do Rio, o estado com maior representatividade no governo é o Rio Grande do Sul, que conta com Dilma Rousseff (PT), da Casa Civil, Tarso Genro (PT), da Justiça, Nelson Jobim (PMDB), da Defesa, e Guilherme Cassel (PT), do Desenvolvimento Agrário.

Dilma Rousseff nasceu em Belo Horizonte, mas construiu grande parte da história política no Rio Grande do Sul, onde ocupou cargos na Prefeitura de Porto Alegre e no governo do estado.

Minas Gerais tem três representantes: Hélio Costa (PMDB), das Comunicações, Patrus Ananias (PT), do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, e Luiz Dulci (PT), da Secretaria-geral da Presidência.

O Paraná tem dois ministros: Reinhold Stephanes (PMDB), da Agricultura, e Paulo Bernardo (PT), do Planejamento. De Santa Catarina, veio o ministro Altemir Gregolin (PT), da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca.

Nordeste
A região Nordeste tem ministros de Pernambuco, Bahia, Ceará e Maranhão. O carioca Sérgio Rezende (PSB), do Ministério da Ciência e Tecnologia, está em Pernambuco há mais de 30 anos. Além dele, representa o estado o ministro das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro (PTB), que se licenciou do mandato na Câmara dos Deputados para ingressar no governo.

O maranhense Edison Lobão (PMDB) também deixou o mandato no Senado para assumir o Ministério de Minas e Energia. O ministro Pedro Brito (PSB), da Secretaria Especial de Portos, é do Ceará.

Da Bahia, vieram Jorge Hage (sem partido), da Controladoria-Geral da União (CGU), Geddel Vieira Lima (PMDB), da Integração Nacional.

Há apenas um ministro da região Norte: Alfredo Nascimento (PR), dos Transportes. Ele nasceu no Rio Grande do Norte, mas está no Amazonas há 30 anos. Foi prefeito de Manaus duas vezes e vice-governador do estado.

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, que tem status de ministro, foi deputado federal pelo PSDB de Goiás, estado pelo qual pode vir a disputar algum cargo político em 2010.

Outros ministros
Outros ministros não são necessariamente identificados como representantes políticos de algum estado especificamente.

Franklin Martins, da Secretaria de Comunicação, nasceu em Vitória (ES), mas foi líder estudantil no Rio, viveu exilado no exterior durante o regime militar e trabalhou como jornalista em São Paulo, Brasília e Rio.

O baiano Gilberto Gil, ministro da Cultura, foi vereador em Salvador (BA), mas atualmente é filiado ao PV do Rio de Janeiro.

O general Jorge Armando Félix, do Gabinete de Segurança Institucional, nasceu no Rio de Janeiro e desempenhou funções militares em Cruz Alta (RS), Brasília, Caçapava (SP) e São Paulo.

Roberto Mangabeira Unger, da Secretaria de Assuntos Estratégicos, é filiado ao PRB, partido do vice-presidente José Alencar. Professor de direito, ele lecionou na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, onde fez a maior parte da carreira acadêmica.

Nascido em Santos (SP), o diplomata Celso Amorim, das Relações Exteriores, está no governo Lula desde o primeiro mandato. Antes de ingressar no ministério, trabalhou como diplomata em Londres, Genebra, Nova York, Washington e Haia.

Escolha de Minc amplia espaço de cariocas no ministério
Ele deixa gestão do governador Sérgio Cabral, que já chamou Lula de "menino do Rio".
No 1º mandato, ministério era chamado de "paulistério" em razão da quantidade de paulistas.

Fonte: Maria Angélica Oliveira

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Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir