Categoria Policia  Noticia Atualizada em 20-05-2008

Fazendeiro é condenado por uso de mão-de-obra escrava
A Justiça Federal do Maranhão condenou a 14 anos de prisão o fazendeiro Gilberto Andrade, por manter trabalhadores em situação análoga à escravidão em suas fazendas
Fazendeiro é condenado por uso de mão-de-obra escrava
Foto: Divulgação

Brasília - A Justiça Federal do Maranhão condenou a 14 anos de prisão o fazendeiro Gilberto Andrade, por manter trabalhadores em situação análoga à escravidão em suas fazendas. Gilberto já respondia a vários processos por trabalho escravo no Maranhão e no Pará, onde ele foi acusado de marcar a ferro um dos trabalhadores, que reclamou da má qualidade da comida e da falta de pagamento dos salários.

No Maranhão, existem sete processos criminais contra o fazendeiro, todos por manter pessoas em situação de trabalho escravo. "Os trabalhadores eram mantidos em situação desumana de trabalho, no meio do mato, sem comida ou com comida muito precária, sem água potável, sem lugar para dormir, sem um lugar higienizado, sem moradia, com banheiro e água, seja para tomar banho, seja para a sua higiene pessoal, seja para matar a sede", informou o procurador da República no Maranhão, José Leite Filho. Segundo ele, o fazendeiro é um das primeiras pessoas no país a terem registro de trabalho escravo, em 1979.

Em 2005, Gilberto Andrade teve sua prisão preventiva decretada, mas foi solto, porque o Tribunal Regional Federal da 1ª Região, sediado em Brasília, entendeu que o crime era estadual, anulou o processo e o encaminhou à Justiça Estadual.

Esse foi o primeiro processo concluído contra Gilberto Andrade. "A prisão não foi especificamente por conta dessa condenação, a prisão dele aqui no Maranhão foi por conta dos inúmeros processos que ele tem contra si, como o de redução à condição análoga à de escravo, crime de ocultação de cadáver e de aliciamento de trabalhadores, além da multa de 7,2 mil salários-mínimos, no valor vigente à época dos crimes. E desse fato novo no Pará que ele foi novamente encontrado com trabalhadores em situação de escravidão", disse o procurador.

De acordo com o procurador José Leite Filho, o crime de trabalho escravo não é um privilégio das regiões Norte e Nordeste. "Bolivianos, peruanos, paraguaios são submetidos a situações desumanas ou degradantes de trabalho em São Paulo, no Nordeste e Norte. Isso ocorre por conta da situação precária geral em que vive a população no interior no campo, que se vê obrigada a aceitar qualquer coisa para trabalhar", disse o procurador.

Fazendeiro é condenado por uso de mão-de-obra escrava.

Fonte: Agência Brasil
 
Por:  Felipe Campos    |      Imprimir