Categoria Politica  Noticia Atualizada em 29-05-2008

MPF denuncia Álvaro Lins, Garotinho e mais 14 pessoas
Eles são suspeitos de praticar vários crimes, entre eles, lavagem de dinheiro e corrupção.
MPF denuncia Álvaro Lins, Garotinho e mais 14 pessoas
Foto: http://www.g1.com.br

O Ministério Público Federal apresentou denúncia à Justiça Federal contra o ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho, o deputado estadual Álvaro Lins e mais 14 pessoas por, supostamente, integrarem uma organização criminosa.

Segundo a denúncia oferecida ao Tribunal Regional Federal da 2ª Região, o grupo de 16 pessoas usava a estrutura da Polícia Civil do Rio de Janeiro para praticar lavagem de dinheiro, facilitação de contrabando e corrupção.

Lins, preso em flagrante pela PF na manhã desta quinta-feira (29), foi denunciado pelos crimes de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha armada, facilitação de contrabando e corrupção passiva. Como tem imunidade parlamentar, Álvaro Lins não poderia, teoricamente, ter a prisão preventiva decretada.

O Ministério Público alega, porém, que a prisão dele só foi possível porque havia um flagrante referente aos crimes de lavagem de dinheiro. Em caso de flagrante delito, qualquer parlamentar pode ser preso, desde que o crime seja inafiancável.

O assunto está sendo examinado pela Mesa Diretora da Assembléia Legislativa do Rio (Alerj), que ainda não anunciou sua posição.

Segundo a Polícia Federal também foram presos em flagrante a ex-mulher do deputado, Luciana Gouveia dos Santos, e o sogro do deputado, Francis Bulos, que seriam usados como "laranjas".

Em outros momentos, ao comentar as denúncias, Álvaro Lins já havia negado as acusações, atribuindo os ataques a um delegado que seria seu adversário na polícia.

Já o ex-governador Anthony Garotinho está sendo denunciado por formação de quadrilha armada.

Propinas em delegacias
Desde cedo, agentes da PF deflagraram a Operação Segurança Pública S/A para prender preventivamente sete policiais civis e fazer busca e apreensão em 16 endereços suspeitos. Segundo o MPF, a operação é uma continuação das operações Gladiador e Furacão.

Em entrevista coletiva, o superintendente da PF Valdinho Caetano afirmou que o inquérito começou em 2006, e investigava a existência de uma quadrilha que usaria da influência de um núcleo político para dar cobertura a sonegadores de impostos e à máfia dos caça-níqueis.

Ainda de acordo com Caetano, havia um esquema de nomeação de delegados mediante o pagamento de propina. Esse valor era cobrado segundo a importância da delegacia. O delegado teria como atribuição fazer uma caixinha que era repassada para campanhas políticas entre outras atividades.

Mais cedo, a assessoria do MPF explicou, por meio de nota, que "a quadrilha era responsável pelos crimes de facilitação de contrabando, por não reprimir a atividade de exploração de máquinas caça-níqueis pelo grupo criminoso de Rogério Andrade, e de corrupção ativa e passiva, relacionados diretamente com as atividades de Delegacias de Polícia estratégicas, notadamente a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente".

Rogério Andrade é sobrinho do falecido banqueiro de bicho Castor de Andrade e acusado de mandar matar o primo Paulinho, filho de Castor.

A denúncia contra Garotinho
A nota explica ainda que o ex-governador Anthony Garotinho foi denunciado por manter o grupo de Álvaro Lins à frente da Polícia Civil. Segundo a PF foram cumpridos mandados de busca e apreensão na casa dele no Rio e no município de Campos.

"O Ministério Público Federal está convicto de que uma organização criminosa atuou durante mais de seis anos no governo do Estado do Rio, especificamente na Secretaria de Segurança Pública. Nesse período, um grande grupo de policiais civis sentiu-se livre para intimidar diversos infratores em detrimento da segurança pública. Em várias delegacias, os denunciados faziam vista grossa a condutas ilegais em troca de altas quantias", afirma o procurador regional da República Maurício da Rocha Ribeiro.

O texto diz também: "A investigação ainda apontou vários crimes de lavagem de dinheiro, em que Álvaro Lins se valeu de familiares e outras pessoas para ocultar a origem do patrimônio obtido criminosamente."

Além da denúncia e dos pedidos de buscas e apreensões, o MPF conseguiu o seqüestro dos bens ocultados por Álvaro Lins por causa de lavagem de dinheiro.

Depois de apresentada a denúncia, os acusados terão um prazo de 15 dias para sua defesa preliminar.

Posição de Garotinho está em blog
O ex-governador se limitou a dizer na internet:

"Esclarecimento.Os leitores do blog já devem ter tomado conhecimento das notícias divulgadas pela mídia esta manhã. Quero dizer-lhes que até agora oficialmente não fui comunicado de nada. Permaneço na minha casa, ao lado da minha família, porque tenho minha consciência tranqüila e nada tenho a temer. Tão logo receba alguma informação oficial irei me pronunciar no blog, para que tudo fique esclarecido. Aguardem".

Em entrevista, na manhã desta quinta, a uma rádio de Campos, Garotinho afirmou que quer ser investigado.

A Chefia de Polícia Civil do Rio informou que aguarda o desfecho do caso para comentar o assunto.

A assessoria do governador Sérgio Cabral, que participa de um evento em Botafogo, na Zona Sul do Rio, informou que ele não fará qualquer comentário sobre o assunto.

MPF denuncia Álvaro Lins, Garotinho e mais 14 pessoas
Eles são suspeitos de praticar vários crimes, entre eles, lavagem de dinheiro e corrupção.
Ex-governador diz que está em casa e não foi informado de nada.

Fonte: Aluizio Freire

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Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir