Categoria Educação  Noticia Atualizada em 10-06-2008

PROJETO REVOLUCIONÁRIO PARA EDUCAÇíO BRASILEIRA
Nesta proposta revolucionária, apontamos um novo foco para a educação além do mercado selvagem e semi-alfabetizado
PROJETO REVOLUCIONÁRIO PARA EDUCAÇíO BRASILEIRA
Foto: http://www.oguapore.com

Aplicação de 7% do PIB na Educação, a partir de 2010, com Lei de Responsabilidade Educacional (LRE), formação de equipes sócio-pedagógicos, implantação de Filosofia desde a Educação Infantil, Ciências Políticas no Ensino Médio, manutenção da carga horária das disciplinas da área de Ciências Humanas, norteamento dos conteúdos de Educação Física para formar atletas em complexos poliesportivos regionalizados, revisão do conceito de EJA e Educação Especial, redimensionamento da Educação Profissional, deselitização dos espertes (principalmente os olímpicos), arte e cultura, corpus de medidas urgentes para combater à violência na escola e introdução da Séries de Vivências Educativo-Profissionais (SEVEPs), implantação do Programa Viaje Aprendendo (um projeto tipo antigo Rondon, mas para Ensino Médio) são algumas das inovações a serem formatadas no Projeto Revolucionário para Educação Brasileira, com proposta de se apresentar ao Fórum Nacional dos Conselhos Estaduais de Educação, através do CEE-ES, cujo autor é este colunista que assina periodicamente a presente coluna.

Para tanto, na Assembléia do dia 17/06/2008, terça-feira, às 09h30min, no Centro Sindical dos Bancários, na Avenida Vitória, em Vitória, será indicado o representante do Sindiupes para o próximo mandato. Mesmo tendo já assento no referido Conselho, a nossa presença lá serviu justamente para defender os interesses da categoria, bem como acumular conhecimentos permitindo que formulássemos uma proposta ousada, inovadora, mas com um olhar de origem e visão futura para o magistério. E, para isto, devemos estar lá apresentando, lutando, justificando, ilustrando e assegurando que determinados pontos sejam adotados. Sabemos que as propostas são muito antipáticas para o sistema, porque a aplicação do dinheiro indicado não desperta nenhum interesse dos governantes.

Isto, entretanto, não é motivo para não se propor medidas ousadas e urgentes para amenizar a profissão perigo em que o magistério se tornou nos últimos anos, com ameaças, agressões e até óbitos a que a classe ficou subjugada. Mais importante, ainda, é constatar que, pela primeira vez, um professor com vivência em salas de aula adversas, escolas de periferia e conhecimento in loco em diversas localidades, pode apresentar um projeto com o olhar do magistério em sua base. E, hoje, estamos em uma época em que a tecnologia toma conta de tudo e o humano fica relegado a posições secundárias, por isto a invasão da violência nas escolas e a insensibilidade de considerar nossas disciplinas de natureza humanística (holística).

E, a educação como um todo precisa ser repensada e redefinida. Fala-se muito nas deficiências do Ensino Superior, e se esquecem as falhas e erros perpetrantes ainda da ditadura militar, como espionagem, falta da gestão democrática, uso da inspeção para punir, direção de escola como repressão, gestão da escola e da administração como princípio empresarial, ênfase do tecnicismo em detrimento ao didático-pedagógico, desvalorização permanente do profissional, além do monitoramento e perseguição aos ativistas que se colocam contrários ao sistema e gestão postos. É neste sentido que acumulamos argumentos e conhecimentos teórico-práticos para fazer uma proposta ousada de alcance nacional. A falta de uma proposta alicerçada na realidade e exigente na aplicação urgente de verba, para reverter os índices registrados, vai permitir que se perdure a situação inadministrável em que diversos estados se encontram na gestão do setor, sem fazer com que de fato funcione, porque as brechas deixadas pelo sistema são ocupadas pela marginalidade imediatamente.

Um Novo foco

Nesta proposta revolucionária, apontamos um novo foco para a educação além do mercado selvagem e semi-alfabetizado do que está aí. Primeiro, que redefinimos o que é mercado de trabalho potencial e mercado de trabalho servencial, envolvendo a informalidade e apontado a serviço de quem o profissional é formado. Segundo, alinhavamos uma série lenitivos do porquê o homem dominar a máquina e não o contrário, como querem as gestões atuais; terceiro, indicamos que nem todo aluno tem uma direção tradicional de mercado (comércio, indústria, empreendedorismo, etc.), ousamos vislumbrar que com a reformulação dos conteúdos da Educação Física, aliada às reflexões de ética, moral, cultura, arte , inteligência emocional e aprendizagem por jogos didáticos na área de exatas, vamos possibilitar uma geral que se incline para o foco do aluno-atleta, aluno-artista. Sem esperar que, tardiamente, o individuo constate a sua vocação.

Há pessoas que são eminentemente esportistas, ou artistas e é com elas que deveremos trabalhar um outro tipo de mercado (porque é difícil sobreviver nessas áreas) para que formemos a geração dos Jogos Olímpicos de 2016 (seja no Rio, Madri, Tóquio ou Chicago); bem como, uma nova ala de compositores, autores e agentes sociais da arte e cultura. E, ainda, buscar a fundo as nossas raízes étnicas e folclóricas, entendendo a formação do povo brasileiro e de cada região onde. E, para se fazer isto, o projeto prevê uma alfabetização com novo método reconstrutivista, revisão das séries do Ensino Fundamental, com desenvolvimento das sondagens vocacionais, verificando a área de inclinação do aluno e um tempo de análise para observar sua vocação; além de permanente contato com os familiares dos alunos, através dos Profissionais Articuladores de Integração Social (PAIS) que devem fazer a ponte com a escola, visitando os alunos em casa e conhecendo a sua realidade social, psicológica e pedagógica.

Com este tipo de equipe, a escola estará em condições de entender melhor a realidade do aluno, pois deve se constituir em uma equipe de agentes sociais, formados por pedagogos, assistentes sociais e psicólogos (estes últimos por unidades regionalizadas). Também, trabalhar a alimentação escolar com seriedade, com nutricionistas se responsabilizando pelo cardápio e acompanhamento da feitura e distribuição, bem como se atentando para a região onde a merenda é fornecida, visto que não se pode generalizar, nem ignorar a clientela descendente das diversas colonizações que marcam o país, os povos quilombolas, assentados e tribos indígenas. Para o contingente gentílico, além da alimentação, defendemos ainda que haja o respeito e resgate da cultura, arte e folclore que historicamente se registra.

O Projeto prevê muito mais coisa e muito bem detalhada, aqui só estamos apresentando alguns tópicos para que se veja o quanto foi acumulado para elaborar o projeto, mesmo sabendo de sua grandiosidade, mas entendendo que é ousando que vamos obter sucesso em nossas investidas. Foi assim que ganhamos o único prêmio já dado a um diretor de escola pela UNESCO, através das inovações e das experiências exitosas que hoje podemos afiançar que são aplicáveis e passives de bons resultados. Assim, os professores e professoras que forem a Assembléia do dia 17/06, próximo, prestem atenção na proposta de nosso nome para continuar no Conselho Estadual por uma postulação maior, mais completa e mais ousada que já fora feita por um professor ou por alguém de algum sindicato no país. Neste sentido, estamos certos de que o projeto é viável e constitui-se numa iniciativa para abrir a discussão para um outro foco que prima pelo respeito e valorização do professor aluno e comunidade. E, para alguns esclarecimentos, é só passar para o site do maratimba que oportunamente responderemos a todas as questões que nos fizerem.

Júlio César Alves dos Santos.
Professor, Jornalista e Especialista em Educação

Fonte: O Autor
 
Por:  Júlio César A. dos Santos    |      Imprimir