Categoria Economia  Noticia Atualizada em 11-06-2008

Shell antecipa investimentos e Marataízes é beneficiada
Shell antecipa a produção de óleo pesado e gás – de 2011 para 2008 no Parque do Conchas e Marataízes e Piúma se beneficiarão
Shell antecipa investimentos e Marataízes é beneficiada
Foto: Shell

Os preços elevados e a possibilidade de novas descobertas, principalmente na chamada área do pré-sal, além da necessidade de garantir mais gás para os próximos anos, são alguns dos motivos levaram a Shell a antecipar a produção de óleo pesado e gás – de 2011 para 2008 – no Parque do Conchas, antigo bloco BC-10, uma nova fronteira petrolífera no Sul do Estado. Isso significa mais royalties para o Sul do Estado, principalmente Marataízes e Piúma, mais investimentos na região, e, conseqüentemente, mais empregos.

Operado pela companhia anglo-holandesa, o Parque das Conchas deverá receber o navio-plataforma do tipo FPSO (que produz, processa e armazena óleo e gás) "Espírito Santo" até início de novembro e já iniciar a preparação para que a produção efetiva comece em 2009. A plataforma será operada pela empresa SMB.

A previsão da companhia foi anunciada ao governador Paulo Hartung durante visita a Cingapura para conhecer, entre outras coisas, o navio contratado pela Shell para operar no BC-10. Hartung visitou também o FPSO "Cidade de São Mateus" que está sendo reformado no mesmo estaleiro de Keppel e que vai produzir gás no Norte do Estado, no campo de Camarupim.

O navio tem capacidade para produzir 100 mil barris por dia e processar 3,5 milhões de m3 por dia. Os dados iniciais indicam que a reserva do Parque das Baleias chega a 400 milhões de barris. As pesquisas sísmicas da Shell no antigo BC-10 começaram em 1999.

Campos

Localizado em águas profundas e com reservatório de óleo pesado, o Parque das Conchas tem quatro campos: Argonauta, Ostas e Abalone (os três onde começarão a produção), além do Nautilus.

"É muito positivo o início das atividades de produção de uma companhia como a Shell no Estado", avalia o governador. No caso deste campo, a Shell tem 50% do controle e é a operadora, enquanto a Petrobras tem outros 35% e a estatal indiana da área de petróleo ONGC tem os 15% restantes que pertenciam à Esso e foram vendidos há mais de um ano para a companhia asiática.

Além de poder utilizar os equipamentos que a Petrobras construirá em Ubu, Anchieta, a Shell poderá, segundo Hartung, desenvolver projetos sociais em municípios como Marataízes, Guarapari e Anchieta.

No mercado já se fala que a Shell estaria de olho, também, na possibilidade de existência de reservas na área do pré-sal, abaixo da área do Parque das Conchas. O antigo bloco BC-10 está incluído na área de 800 km de comprimento e cerca de 200 km de largura que vai do Espírito Santo a Santa Catarina onde foram observados reservatórios na camada de pré-sal.

Além desse parque, ressaltou o Hartung, a Petrobras tem planos de ampliar os investimentos no Parque das Baleias. Nesta área, próxima ao BC-10, a estatal constatou reservas no pré-sal e deve começar a produzir ainda neste ano, a partir do campo de Jubarte, onde a plataforma P-34 já produz.

Em nome da qualidade

José Brito Oliveira
Coordenador estadual da Organização da Indústria do Petróleo (Onip)

Tão importante quanto o início da produção no Parque das Conchas é a vinda de uma companhia como a Shell para o Estado. isto porque o nível tecnológico da empresa é altíssimo, tendo, inclusive, patentes na área de gás, o que nos interessa muito.

Assim como ocorre com o petróleo produzido no Parque das Baleias, o descoberto no antigo BC-10 também é pesado e tem menor ocorrência de gás. Mas uma companhia como a Shell, que é a operadora do campo, tem tecnologias e conhecimento importantes para o país. Isso vai agregar valor para e toda inovação é importante para esse setor.

É bom lembrar que a Shell foi a primeira petrolífera estrangeira a operar no Brasil, no final da década de 70, quando o governo federal criou os chamados contratos de risco, antes mesmo de se falar em quebrar do monopólio, o que só ocorreu no final da década de 90. O campo de Merluza, foi explorado pela companhia, que já tem bastante conhecimento do país.

Futuro promissor

Descoberta. O Parque das Baleias teve sua comercialidade declarada em dezembro de 2005, mas a descoberta de óleo pesado em águas ultraprofundas foi comunicada à ANP em 1999.

Controle. O Parque, que possui quatro campos – Abalone, Ostra, Nautilus e Argonauta –, pertence a Shell (50%), Petrobras (35%) e ONGC (14%).

Capacidade. A produção do antigo BC-10 será feita com o navio-plataforma FPSO Espírito Santo que tem capacidade para produzir 100 mil barris/dia e pode processar 3,5 milhões de m3/dia de gás.

Vizinho. Localizado no Litoral Sul do Estado, o Parque das Conchas fica próximo ao Parque das Baleias onde a Petrobras já começou a produzir óleo pesado e gás.

Pré-sal. Toda a área do novo parque fica na região onde a Petrobras já delimitou como possível de encontrar reservas no pré-sal. Estas reservas estão localizadas abaixo das atuais áreas de produção, como ocorre com o campo de Jubarte, no Parque das Baleias, onde a estatal começa a produzir no pré-sal ainda este ano.

Capacidade. Hoje a produção no campo de Jubarte já é feita pela plataforma P-34, com capacidade para produzir 60 mil barris por dia.

Por: Denise Zandonadi
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    Fonte: Denise Zandonadi - Gazeta Online
 
Por:  Adriano Costa Pereira    |      Imprimir