Categoria Coluna do Leitor  Noticia Atualizada em 16-06-2008

COORDENAÇíO DAS AÇÕES NOS NEGÓCIOS AUMENTA COMPETITIVIDADE
Nos últimos anos vem se consolidando no meio empresarial o entendimento de que não é possível uma organização se responsabilizar sozinha por todas as etapas do processo de geração de um produto ou serviço
COORDENAÇíO DAS AÇÕES NOS NEGÓCIOS AUMENTA COMPETITIVIDADE

Por: Francisco Xavier Hemerly - Prof. DSc da FAESA

Nos últimos anos vem se consolidando no meio empresarial o entendimento de que não é possível uma organização se responsabilizar sozinha por todas as etapas do processo de geração de um produto ou serviço. O tempo onde todos faziam de tudo já passou. A evolução da teoria das organizações vem contribuindo muito para essa mudança de postura.

Hoje cada organização concentra suas energias naquilo que é seu negócio, como ensina o Professor Peter Drucker. Ou seja, forma-se uma rede de organizações, agindo de modo cooperativo, para a geração de um produto ou serviço desejado pelo consumidor, onde cada organização contribui com o que melhor sabe fazer, ou seja, sua especialidade.

Quando se pensa nas organizações urbanas é fácil perceber que estamos tratando de uns poucos representantes de cada fase de uma cadeia. Daí ser possível se fazer essas cadeias funcionarem de forma harmônica, onde o sucesso de cada componente está atrelado ao sucesso da cadeia como um todo, dado o alto grau de dependência entre eles.

Ou seja, para que um produto ou serviço chegue ao consumidor final há a intervenção de dezenas de atores que, sozinhos, são incapazes de executar todas as etapas necessárias para isso. Assim, o fluxo do processo nasce do projeto do produto, passa pela reunião das matérias primas necessárias, percorre vários estágios de transformação sincronizados em perfeita seqüência, e dão a forma final e a utilidade desejada pelo consumidor

Como a dinâmica da sociedade é permanentemente ativada por novos desejos e necessidades, esse mesmo consumidor emite sinais que percorrem a cadeia produtiva, agora no sentido inverso, do produto ou serviço final para o projeto inicial, passando pelas várias etapas intermediárias do processo de transformação. Com isso novos projetos são elaborados, novos produtos são oferecidos, e esse movimento de vai e vem se repete indefinidamente.

Na era da globalização, com as barreiras geográficas completamente ignoradas, alimentada por uma avalanche de informações sobre a sociedade, sustentada pelas tecnologias da informação cada dia mais modernas, esse dinamismo está em alta velocidade. Isso quer dizer que os sinais emitidos pelos consumidores estão em constante mutação, tornando efêmeras muitas conclusões tiradas pelos fornecedores baseadas nesses sinais. Daí porque os estoques de produtos mantidos pelos distribuidores estão cada vez mais reduzidos e é cada vez mais comum os produtores só produzirem um bem após sua encomenda ser feita. Evita-se perdas por encalhes de produtos nas indústrias por mudanças nos desejos dos consumidores e custos elevados de manutenção de estoques pelos distribuidores. Ou seja, cada vez mais a indústria só produz aquilo que já foi vendido, e o depósito cada vez mais usado pelo distribuidor é o caminhão transportador, com a freqüência de viagens ditada pelos pedidos feitos emitidos eletronicamente.

É inegável que nosso Estado passa por um período de grande desenvolvimento. Acontece em todo o seu território, é verdade. Entretanto na chamada Região Litorânea Expandida Sul muitas transformações significativas estão sendo notadas, provocadas pelos altos investimentos que nela estão sendo e serão feitos. Isso significa que aquela figura denominada anteriormente de consumidor vai "cobrar" dos fornecedores de produtos e serviços da Região ações que satisfaçam seus desejos e necessidades. Embora essa cobrança já existe hoje, a mudança vai se manifestar pela conjugação de duas forças muito poderosas: o número deles vai aumentar muito, como da maior oferta de oportunidades de trabalho na Região. A outra vem pelo grande aumento na massa salarial em circulação. Para responder a um maior número de consumidores pode-se aumentar o volume de bens e serviços ofertados. É relativamente simples. Mas para novos consumidores, com novas necessidades e mais exigências quanto ao padrão dos produtos e serviços, a questão é mais complexa. É preciso aprender a ler e entender bem esse novo emissor de sinais.

Nesse cenário é preciso, primeiro que todos os atores da cadeia produtiva entendam que o fortalecimento dos elos dessa cadeia é imprescindível. A força de uma corrente é dada pela resistência de seu elo mais fraco, e individualmente não se consegue sobreviver. Que se deve aprender a irrigar a cadeia produtiva com os recursos gerados por ela, buscando distribuí-los de acordo com a real participação de cada ator na agregação de valor àquele produto ou serviço adquirido pelo consumidor final.

Outro ponto importante é a necessidade de atualização de todos os atores nos processos de gestão de seus negócios. Nesse cenário extremamente competitivo e dinâmico, não há espaço para amadores. Ler e entender os sinais emitidos e agir com competência é fundamental. É preciso atender à recomendação do Peter Drucker em dois sentidos: cada ator deve cuidar de seu negócio específico, mas para cuidar bem, com chances reais de obter sucesso e não ser expulso do mercado, não pode deixar de estar sempre atualizado com relação aos novos métodos, técnicas e processos de gestão de seus negócios.

Uma vez constituídas essas organizações fortalecidas, torna-se possível a constituição de grupos regionais de interesse, onde a coordenação da cadeia produtiva será baseada em uma estrutura de informações dotada de elevado dinamismo, com reflexos significativos na sua competitividade. Certamente a população regional será sempre agradecida a esse esforço de todos.

Autor: Francisco Xavier Hemerly - Prof. DSc da FAESA


Fonte: Redação Maratimba.com
 
Por:  CDL Marataízes e Itapemirim    |      Imprimir