Categoria Politica  Noticia Atualizada em 07-07-2008

John McCain, o republicano do sonho dos democratas
Senador foi preso e torturado na guerra do Vietn�. Ele � o melhor pr�-candidato de seu partido, segundo os rivais democratas.
John McCain, o republicano do sonho dos democratas
Foto: AP

John McCain equipou seu arsenal com uma grande variedade de armas ao longo dos anos, como punhos nos tempos de escola e bombas quando esteve na guerra. Mas sua verdadeira arma de destrui��o em massa � a l�ngua afiada.

Quem mais poderia se referir � comunidade da terceira idade "Leisure World" (Mundo do Lazer), no Arizona, como "Seizure World" (Mundo da Convuls�o), como ele fez em sua primeira campanha ao Senado? S� de brincadeira, em alto e bom som? Ele n�o se conteve - e ganhou mesmo assim.

Imagine a vida de McCain como uma s�rie de tiradas engra�adas ou frases de efeito politicamente incorretas, cada uma delas ilustrando complexas e intrincadas rela��es vividas no passado. Para cada assunto e pessoa, ele tinha uma frase: aqueles que ele azucrinava na Academia Naval na �poca de aspirante da marinha irrespons�vel e vagal, os que o torturaram no Vietn�, sua legi�o de amigos e advers�rios na capital, os "babacas" de quem ele tirou sarro em um com�cio, um rep�rter "idiota", seu pr�prio ego e, atualmente, o avan�ar da sua idade (70 anos).

McCain, "o punk" do colegial, tem muitas metas e nenhuma mais desafiante do que ele mesmo. Trata-se de uma qualidade que o destaca na corrida presidencial cuidadosamente organizada, um repeteco de seu torpor no per�odo da academia da Marinha. Naquela �poca, como agora, McCain chegou � beira de ser expulso por n�o corresponder �s expectativas, mas se recomp�s no �ltimo minuto. J� passou de est�pido a her�i antes e est� tentando faz�-lo mais uma vez.

"John Sidney McCain Terceiro. Qual deles voc� prefere?". O insulto direto de McCain a um veterano que exigiu seu nome em uma briga de refeit�rio ilustrou a irresponsabilidade em que arriscou sua expuls�o da Academia Naval, onde seu total de pelo menos 100 dem�ritos o manteve como ass�duo membro do Century Club.

McCain tem as ra�zes em uma linhagem de pessoas com n�vel de desempenho abaixo da m�dia que se tornaram pessoas com desempenho melhor do que o esperado e de uma linhagem militar ainda mais extensa que remonta aos tempos de antes da Revolu��o.

Fam�lia em a��o
O primeiro John McCain pode ser visto em fotos da rendi��o do Jap�o no conv�s do encoura�ado USS Missouri, em 1945. O almirante comandou for�as tarefa no porta-avi�es na guerra no Pac�fico. Seu filho John comandou todas as for�as norte-americanas no Pac�fico na era Vietn�, emitindo ordens oficiais de intensifica��o dos bombardeios mesmo quando seu filho, o terceiro John, era mantido preso no per�metro de ataque.

O av� e o pai bebiam muito. Os tr�s eram vagais na academia. "Tr�s indiv�duos cheios de fraquezas que encontraram a reden��o servindo o pa�s", define McCain.

O errante McCain nasceu na regi�o do canal do Panam� e freq�entou cerca de 20 escolas antes de Annapolis, onde se formou em quinto lugar de baixo para cima na lista de alunos de sua turma em 1958. Anos depois, ele foi acusado de ser um candidato p�ra-quedista por concorrer a um cargo no Arizona quando na verdade era de outro territ�rio. "Escuta aqui, meu amigo", rebateu McCain, "Passei 22 anos na Marinha... O lugar onde fiquei mais tempo em minha vida foi Han�i [no Vietn�]". Como a maioria de suas tiradas, esta continha uma verdade intr�nseca, e derrubou as cr�ticas como um golpe de nocaute.

Juventude

McCain era um homem festeiro na �poca em que fez o treinamento para piloto fora da academia, dirigindo um corvette, freq�entando bares e namorando "Marie, a paix�o da Fl�rida", uma dan�arina que limpava as unhas com um canivete. Ele declarou que "de modo geral, fazia uso indevido de sua juventude e boa sa�de". Quando foi para a guerra no primeiro semestre de 1967, estava casado com a ex-modelo da Filad�lfia, Carol Shepp e j� era pai.

Em outubro daquele ano, aos 31 anos, McCain estava em sua 23� miss�o de bombardeios quando um m�ssil arrancou a asa direita de sua aeronave, derrubando o jato A-4 Skyhawk em espiral. McCain foi ejetado e desmaiou, retomando a consci�ncia a cinco metros de profundidade em um lago em Han�i.

Prisioneiro no Vietn�
Estava com os bra�os e um joelho quebrados. Com os dentes, puxou os pinos para inflar o colete salva-vidas. Quando conseguiu chegar � margem, foi encurralado por baionetas e levado para a pris�o que os prisioneiros de guerra apelidaram de Hanoi Hilton. "Nenhum americano chegou a Hoa Lo em condi��o f�sica pior do que a de McCain", disse John Hubbell, historiador especializado em prisioneiros de guerra no Vietn�.

Os cabelos claros de McCain come�aram a ficar prematuramente brancos. Depois que os vietnamitas do norte perceberam que estavam com o filho do almirante nas m�os, enxergaram-no como uma ferramenta de propaganda que valia a pena explorar e lhe dispensaram o tratamento m�dico que haviam recusado. Mas McCain n�o colaborou com o plano deles.

Certa vez, quando os guardas levaram a refei��o, ele os recebeu com um mar de insultos. Seus gritos com xingamentos e afrontas chegaram a ser ouvidos por outros presos.

Hero�smo
Durante mais de cinco anos preso, sendo tr�s deles na solit�ria, McCain tentou se suicidar duas vezes. Resistiu a uma s�rie de espancamentos. Nas celas compartilhadas, fazia encena��es c�micas com os companheiros presos. Quando encarcerado sozinho, fazia com que hist�rias de filmes e livros passassem pela mente. "Casablanca" era um deles. "Eu tinha que me proteger com muito cuidado das minhas fantasias que se tornavam t�o profundas que me levaram a um lugar permanente em minha mente do qual eu poderia nunca mais retornar", relatou ele.

Seus prontu�rios m�dicos registram que ele xingava os guardas quando eles interrompiam seus devaneios. "Ele apreciava tanto as suas fantasias", dizem os registros, "que ficava muito contrariado quando os guardas se aproximavam e o levavam de volta � realidade."

Como disse McCain, n�o h� nada de her�ico em ter o azar de ser atingido por um m�ssil. O que fez dele um her�i aos olhos dos companheiros de pris�o foi a sua recusa em aceitar a liberta��o antecipada enquanto os que estavam em Hoa Lo por mais tempo n�o fossem soltos. Os respons�veis por sua pris�o finalmente acabaram com a sua determina��o, o que foi suficiente para faz�-lo assinar uma confiss�o em que concordava em fazer a seguinte declara��o caricata: "Sou um criminoso violento e realizei fa�anhas t�picas de um pirata a�reo."

"N�o conseguia controlar meu desespero", escreveu ele mais tarde. "Tremia, como se minha desgra�a fosse uma febre. Todo meu orgulho estava perdido e eu tinha d�vidas se um dia conseguiria me defender novamente. Nada poderia me salvar."

Liberto pelos Acordos de Paz de Paris em 1973, voltou para casa de muletas, encontrando a esposa e o filho de muletas tamb�m. Carol havia sofrido um terr�vel acidente de carro, do qual ele s� tomou conhecimento ao pisar em solo americano, e o filho havia se machucado jogando futebol.

A inicia��o na pol�tica
McCain tamb�m tinha um lado caxias quando jovem (nem tudo era farra). Seu irm�o Joe recorda-se de intermin�veis discuss�es � mesa sobre hist�ria, pol�tica e legisla��o mediadas pela irasc�vel m�e, Roberta, hoje com 95 anos, que viaja vez ou outra para acompanhar a campanha de 2008 do filho. "Est�vamos todos basicamente do mesmo lado do muro", disse Joe McCain, "mas parec�amos aqueles estudiosos do talmude discutindo por causa de uma �nica palavra ou adjetivo."

McCain aprendeu os macetes de Washington como contato da Marinha no Senado na d�cada de 70, mantendo a ocupa��o at� 1981. Seu casamento acabava como conseq��ncia de sua postura de mulherengo. Ele atribui a culpa ao "ego�smo e imaturidade."

Este homem sobreviveu a dois acidentes de avi�o que o arremessaram em lagos, � tortura, a uma explos�o fatal a bordo de um porta-avi�es, a um esc�ndalo no Senado e ao c�ncer de pele. Em mais um sopro de sorte, sua esposa se separou sem torcer o pesco�o dele. Ela sempre apoiou sua carreira. Ela basicamente disse que o marido, prestes a completar 40 anos, aparentemente queria ser 25 anos de novo.

Um m�s depois de se divorciar de Carol, ele se casou com Cindy Hensley, filha de um magnata da ind�stria cervejeira de Phoenix, mudou-se para o Arizona e em pouco tempo mergulhou na pol�tica, conquistando uma cadeira na c�mara em 1982.

Uma honra que teria sido inimagin�vel em Annapolis chegava a ele agora: foi eleito presidente da turma de calouros do GOP (como � conhecido o Partido Republicano). Mesmo construindo um hist�rico confi�vel de vota��es conservadoras, McCain n�o tardou a dar os primeiros passos em um caminho que faria dele um iconoclasta nos postos republicanos.

Ele discursou e votou contra uma resolu��o que autorizava o presidente Reagan a manter os fuzileiros navais no L�bano por mais 18 meses. Em seguida, terroristas bombardearam o acampamento dos fuzileiros em um ataque mortal, o que levou Reagan a encerrar a miss�o de paz.

Depois de dois mandatos na C�mara dos Representantes (o equivalente � C�mara dos Deputados, no Brasil) que lhe renderam destaque em pequenos c�rculos, embora nenhuma medalha em nenhum deles, aniquilou um advers�rio democrata para conquistar seu lugar no Senado.

No Senado

A fama de McCain de manter um controle r�gido do dinheiro dos contribuintes aumentou. �rg�os de controle lhe encheram de recompensas por combater o desperd�cio. Empreiteiros da defesa n�o gostaram de sua intensa vigil�ncia, legisladores viram procedimentos estabelecidos h� tanto tempo para ganhar o p�o de cada dia serem desafiados ou eliminados, e muitos viram um temperamento desmoralizador que, segundo McCain, mostra o que h� de melhor nele. McCain foi al�m da quest�o do desperd�cio e atacou o sistema de financiamento de campanhas, quest�o que o aproximou de democratas que compartilhavam sua opini�o e o afastou dos l�deres republicanos.

A trajet�ria do senhor "Limpeza Total" ingressou por vias escusas quando McCain e outros quatro senadores foram acusados de tentar influenciar reguladores do setor banc�rio em nome de Charles Keating, agente financeiro de empr�stimos e investimentos posteriormente condenado por fraude nos t�tulos de cr�dito. McCain era amigo de Keating e chegou a usar sua casa de veraneio no Caribe algumas vezes.

O Comit� de �tica do Senado foi ameno com McCain, intimando-o por "falta de discernimento" mas n�o recomendando nenhuma outra a��o. McCain posteriormente devolveu US$ 112 mil em empr�stimos de campanha que havia recebido de Keating. O epis�dio "provavelmente estar� gravado em minha l�pide", declarou McCain.

Phil Gramm, amigo de McCain que esteve do lado dele pela reforma no financiamento de campanhas e os impostos do tabaco quando ele era senador pelo Texas, disse que o esc�ndalo Keating era, em alguns aspectos, mais duro para McCain do que o tratamento que recebera dos guardas em Han�i, porque "no Vietn� ningu�m questionava a credibilidade dele."

Apesar de todas as adversidades, ele n�o perdeu o humor e o jogo de cintura. Ele interpretou uma par�dia de si mesmo dois anos atr�s na com�dia "Penetras Bons de Bico", em que um gozador espirituoso chamou de "festival de peitos". Indigno de um senador e aspirante a presidente? "Em Washington, lido com seios todos os dias", declarou McCain. Ele observou que a capital tem muitas qualidades, �s quais "senso de humor n�o se inclui."

O caminho � Presid�ncia
McCain rompeu o clima sombrio em uma ocasi�o regada a bexigas coloridas: o an�ncio de sua primeira campanha presidencial. � por essas e outras que ele frustra seus assessores. Mas isso ajuda a explicar por que seu "Expresso do Discurso Franco" engatou em 2000.

McCain se preparou para uma reviravolta nas conven��es de campanha, a assumir riscos enquanto outros deixavam que a cautela e o roteiro pr�-programado os orientasse. Essa era a sua natureza, mas tamb�m a sua realidade pol�tica no trato do poder incontrol�vel de Bush. "Realmente n�o t�nhamos nenhuma outra escolha."

Ignorando quase completamente Iowa, onde a sua oposi��o aos subs�dios ao etanol de qualquer maneira j� havia apagado suas chances, McCain encontrou seu pote de ouro em New Hampshire, derrotando George W. Bush em quase 20 pontos percentuais.

Em seguida, foi colocar a m�o na massa na disputa tudo-ou-nada da Carolina do Sul. A equipe de Bush abriu um ataque frontal. Operadores simpatizantes de Bush espalharam fofocas pelo telefone. Houve um cisma de l�deres religiosos conservadores que at� hoje n�o cicatrizou. McCain se manteve firme ap�s sua derrota nesse estado, mas as pr�vias da Super-ter�a consumiram qualquer energia que ainda restava em sua campanha.

McCain convive com a culpa em rela��o a alguns acontecimentos de sua vida. Entre eles, sua confiss�o no Vietn�, sua indiferen�a de d�cadas com um companheiro prisioneiro de guerra que se dedicou � recupera��o de McCain atr�s das grades, mas depois aceitou ser solto antes dos demais, sua trai��o da primeira esposa e sua participa��o no esc�ndalo Keating.

A campanha na Carolina do Sul provocou mais um desses momentos. Ele conta que colocou a conveni�ncia pol�tica na frente da verdade proferida dura e cruamente quando fraquejou no debate sobre a bandeira confederada, em princ�pio favorecendo os oponentes da bandeira e depois ficando do lado de seus defensores.

"N�o fui apenas desonesto. Fui um covarde e separei os meus interesses dos interesses do pa�s", escreveu ele em sua recente autobiografia. "Isso tornou a mentira imperdo�vel. Todos os meus her�is, fict�cios e reais, sentiriam vergonha de mim". Quando McCain faz uma mea culpa, � em grande estilo.

Estranha atra��o
Em 2004, quando a ag�ncia Associated Press pediu que os candidatos democratas � nomea��o presidencial citassem seu republicano favorito, John Kerry, John Edwards e Joe Lieberman responderam McCain.
O republicano conservador teve uma estranha atra��o pelos democratas, que praticamente o santificaram em alguns de seus discursos. Foi um certificado de suas leg�timas amizades e alian�as.

McCain e Kerry, seu companheiro veterano do Vietn�, por exemplo, aliaram-se nas quest�es p�s-guerra do Vietn� e enterraram os ressentimentos do per�odo de Kerry como proeminente manifestante contra a guerra. Mas elogiar McCain tamb�m era uma forma indireta de cutucar Bush.

O senador do Arizona desde o in�cio foi um cr�tico c�ustico da conduta de Bush em rela��o � guerra do Iraque. Ele tamb�m �, paradoxalmente, um aliado vital de Bush na fun��o de pressionar a continuidade da miss�o. McCain arriscadamente apostou a sua campanha de 2008 no sucesso no Iraque mesmo com a queda gradual do apoio � guerra. Entrou na corrida competindo contra as elevadas expectativas depositadas sobre ele e tendo de responder a uma pergunta: aos 70 anos, n�o estaria ele velho demais para iniciar um mandato presidencial?

Em um semestre desastroso, sua campanha praticamente se desintegrou, com a arrecada��o de fundos e as posi��es em pesquisas ficando para tr�s e com a equipe se afastando.

O tour "Sem Rendi��o" de McCain representou n�o s� o movimento no Iraque, mas seu pr�prio futuro na disputa.

Em uma manh� recente, ele foi ao escrit�rio da Associated Press onde concedeu uma entrevista de uma hora, aparecendo antes do hor�rio e sozinho, falando durante uma hora sem o apoio de assessores, analisando os detalhes da pol�tica externa e interna, soltando piadas autodepreciativas. N�o se lembrava da �ltima vez em que tirou um dia de folga. Ao sair, um carro estaria esperando por ele na porta.

Os antigos ferimentos de torturas e guerra, agravados agora pela artrite, o fazem mancar levemente e ele n�o consegue levantar nenhum dos bra�os acima da altura da cabe�a. Por tr�s vezes foi diagnosticado com melanoma, a forma mais agressiva de c�ncer de pele, e possui uma cicatriz do lado esquerdo do rosto devido � doen�a.

Contudo, ainda � poss�vel enxergar nele o piloto de outrora, o piloto solo que ignorava o checklist pr�-decolagem como se aquilo n�o passasse de mera burocracia. Ele n�o continha a ansiedade para decolar. "P� na t�bua e vamos zarpar", dizia.

Quest�es pol�micas

Aborto - � contra o direito ao aborto.

Casamento gay - Deixaria os estados legislarem sobre o caso. � contra a emenda constitucional proibindo-o.

Aquecimento global - Favoreceu projeto que determinaria limites obrigat�rios �s emiss�es de gases que provocam o efeito estufa.

Controle de armas - Votou contra a proibi��o de armas de fogo e defendeu fabricantes e vendedores de armas contra a��es civis.

Sa�de p�blica - Apoiou a cobertura de rem�dios sob prescri��o para idosos e ampliou o seguro para crian�as, mas n�o a lei de cobertura universal.

Imigra��o - Votou a favor da cerca na fronteira com o M�xico. Defende status legal a imigrantes ilegais, desde que falem ingl�s e paguem impostos.

Iraque - Votou pela autoriza��o da guerra em 2002. Ap�ia o aumento das tropas e � contra o agendamento de uma retirada.

Pesquisa com c�lulas-tronco - Ap�ia a diminui��o das restri��es federais ao financiamento da pesquisa com c�lulas-tronco embrion�rias.

Impostos - Defende redu��es de impostos permanentes. Quer excluir o imposto m�nimo alternativo

John McCain, o republicano do sonho dos democratas
Senador foi preso e torturado na guerra do Vietn�.
Ele � o melhor pr�-candidato de seu partido, segundo os rivais democratas.

Fonte:

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Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir