Categoria Policia  Noticia Atualizada em 11-07-2008

Policiais federais deixam o prédio onde funciona a empresa M
Policiais federais deixam o prédio onde funciona a empresa MMX, na praia do Flamengo, zona sul do Rio
Policiais federais deixam o prédio onde funciona a empresa M
Foto: Rafael Andrade/Folha Imagem

Eduardo Simões
Em São Paulo

A Polícia Federal cumpre nesta sexta-feira um mandado de busca e apreensão na casa do empresário Eike Batista, como parte de uma operação que visa averiguar a existência de suposta fraude na concessão de uma estrada de ferro no Amapá, informou a assessoria de imprensa da PF.

Além da busca e apreensão na casa na casa de Eike, dono da EBX que controla a MMX, do setor de mineração, e a OGX, da área de petróleo e gás, entre outras, a Polícia Federal realiza outros 11 mandados de busca e apreensão na operação intitulada Toque de Midas.

"Foram encontrados indícios de direcionamento da licitação para que as empresas de um mesmo grupo vencessem o certame", informou a PF em comunicado em seu site.

Não foi pedida nenhuma prisão nessa investigação.

Eike, de 51 anos, é um dos executivos do ramo de mineração mais ricos do mundo e recentemente ingressou no ramo de petróleo com a OGX, empresa que protagonizou a maior abertura de capital da história do país.

No início do ano, Eike vendeu parte da MMX para a Anglo América. A operação resultou na criação de uma nova companhia a Newco, que ficou com duas das quatro minas de minério de ferro da MMX, o sistema Amapá e o sistema Minas-Rio.

Segundo a polícia, tal direcionamento na licitação teria se dado com o ajuste prévio de cláusulas favoráveis às empresas do grupo, principalmente as referentes à habilitação dos participantes no procedimento licitatório. Isso, de acordo com a PF, afastou outros interessados na concessão da estrada de ferro.

"A referida concessão foi obtida por uma segunda empresa perante o governo do Estado do Amapá. A companhia vencedora repassou a concessão para a primeira empresa, ambas do mesmo grupo econômico."

A ferrovia que teria sido alvo da fraude liga as cidades de Serra do Navio e Santana e é responsável pelo transporte de minério do interior do Amapá para o Porto de Santana, às margens do Rio Amazonas.

Os mandados de busca estão sendo realizados em Macapá, Rio de Janeiro e Belém.

Além disso, a investigação tem por objeto o possível desvio de ouro lavrado nas minas do interior do Amapá, "havendo fortes suspeitas de que o minério não esteja sendo totalmente declarado perante os órgãos arrecadadores de tributos, principalmente a Receita Federal", disse a polícia em nota.

Procurada, a assessoria de imprensa do empresário não tinha informações sobre a operação.

Às 14h27 os papéis da MMX despencavam 13,8 por cento na Bovespa, enquanto as ações da OGX ampliavam queda para 21,6 por cento. Referência da Bolsa de Valores de São Paulo, o Ibovespa perdia 0,26 por cento.

TERCEIRO MAIS RICO

Além de reservas de minério de ferro, Eike é dono de um projeto de exploração de bauxita, portos, usinas de energia e uma empresa de água.

Todas as empresas de Eike contam com um X em seus nomes, algo que ele afirma simbolizar a multiplicação de sua fortuna.

A revista Forbes calculou neste ano a fortuna de Eike em 6,6 bilhões de dólares, o que faz dele o terceiro homem mais rico do Brasil --depois de Antônio Ermírio de Moraes, da Votorantim, e do banqueiro Joseph Safra-- e o 142o do mundo.

Ex-marido da "sex symbol" Luma de Oliveira, o empresário de ascendência alemã tem dois filhos, Olin e Thor, com 12 e 16 anos de idade, do casamento com ela. Os dois divorciaram-se em 2004.

O pai de Eike, Eliezer Batista, destacado executivo do setor de mineração nos anos 1980, foi presidente da Vale, ainda estatal, por duas vezes.

Policiais federais deixam o prédio onde funciona a empresa MMX, na praia do Flamengo, zona sul do Rio

Fonte: Eduardo Simões
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Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir