Categoria Geral  Noticia Atualizada em 24-07-2008

Opinião: A escolha da profissão 2
Como já foi dito anteriormente, escolher uma carreira profissional não é tarefa simples
Opinião: A escolha da profissão 2
Foto: Editoria de Arte/G1

Na última quinta-feira (17), abordamos o tema sobre a escolha de uma profissão. Consideramos a escola, a família, o indivíduo e o número de carreiras que existem atualmente. Sem ter a pretensão, é claro, de esgotar o assunto. Esta semana, continuaremos nele enfocando o processo em si.

Como foi dito, escolher uma carreira profissional não é tarefa simples. Traz muitas dúvidas e é algo importante, visto estarmos escolhendo o que vamos fazer boa parte da vida, num momento em que temos tantas indagações sobre ela. Não há fórmulas mágicas.

Observo que o jovem, que procura um trabalho de orientação profissional, vem com a expectativa de que o psicólogo tomará a decisão por ele, baseado em seus infalíveis testes. Muitas vezes somos procurados às vésperas de se preencher a ficha de inscrição do vestibular. Não é bem assim. A decisão é única e exclusiva do orientando e não do orientador. E os testes, quando necessários, são ferramentas valiosas para o psicólogo, sem nenhum poder decisório.

O trabalho de orientação visa que o indivíduo conheça a si próprio e as diferentes profissões, de modo a tomar uma decisão consciente e madura. Madura no sentido de que teve tempo para amadurecê-la. Portanto, um trabalho assim deverá ser inciado bem antes do último ano do ensino médio. E consciente, já que é necessário que conheça a profissão e a si próprio, dentro das reais condições para que o projeto se dê.

E como podemos fazer isso? No tocante as profissões não basta ler os diversos guias especializados. Isso ajudará a dar o primeiro passo – saber da existência de diversas profissões. Eles contêm informações superficiais, muitas vezes técnicas, e do ponto de vista de alguém. Um segundo passo é conhecer uma ou outra faculdade que oferece o curso, tendo noção das matérias e estágios oferecidos. Podendo-se conversar com estudantes sobre ele.

Para se ter boa noção de uma atividade profissional faz-se necessário conhecê-la na prática. Para isso, o jovem pode lançar mão de entrevistas com vários profissionais da mesma área. Por que vários? Pois cada profissional vai dar sua visão própria. Se nos depararmos com um insatisfeito com o que faz, provavelmente ele passará uma visão negativa, não necessariamente falsa, mas parcial. E o contrário também pode ocorrer – uma visão muito otimista.

Devemos ter em mente que cada atividade tem o lado positivo e o negativo. Para que a conheçamos de verdade temos que ter uma noção por inteiro. Se possível, participar do dia-a-dia de trabalho de um profissional da área (por exemplo, passar uma semana num escritório de advocacia, acompanhando sua rotina).

Conhecer o mercado também é importante. Pode-se começar acompanhando o caderno de emprego de jornais e até nas entrevistas com os profissionais. A facilidade ou dificuldade de colocação na área não deve ser empecilho. No entanto, a noção do mercado propiciará evitarmos frustrações.

Outro aspecto necessário é termos a idéia clara do que é preciso para seguirmos determinado caminho. Isso envolve desde o custo financeiro, se há possibilidade de arcarmos ou não, até a localização das diferentes faculdades que oferecem o curso. Às vezes, chegaremos no desejado só na pós-graduação. Temos que ter os pés no chão para escolher.

E quanto ao auto conhecimento? É importante dimensionarmos o que gostamos de fazer, o que pretendemos da vida e quais são nossas habilidades intelectuais. E, é claro, com qual profissão tudo isso se encaixa. Num processo de orientação profissional, direcionado por um profissional capacitado, essas características podem ser mais fáceis de serem percebidas. Visto que hoje a orientação pode se dar, e penso ser o caminho mais eficiente, nos moldes de uma psicoterapia breve. Esta, por sua vez, restringe-se a um determinado número de sessões que será focado em um aspecto da vida da pessoa.

No caso da orientação profissional será a decisão por uma carreira. Nem todos têm essa disponibilidade, seja por tempo, dinheiro ou qualquer outro motivo. As faculdades de psicologia costumam oferecer esse tipo de serviço. De todo modo, sempre temos uma noção do que gostamos e de algumas habilidades que temos.

Se observarmos nosso histórico escolar e nossos gostos pelas matérias, já podemos ter idéia de algum caminho a seguir. Os interesses extracurriculares também ajudam. E no processo de conhecer as profissões muitos de nossos gostos e habilidades poderão ficar evidentes. O auto conhecimento é um caminho mais sutil.

Com esses cuidados, evitaremos criar falsas idéias sobre as profissões e consequentemente certas frustrações. Temos que estar atentos para não idealizarmos a carreira escolhida. O caminho para a construção de uma vida profissional é árduo.

Como deu para perceber a participação do jovem deve ser ativa para uma decisão consciente. É algo trabalhoso e demorado, não dá para tomarmos uma decisão tão séria da noite para o dia. E nem relegarmos isso para alguém ou algum teste. Pois não seria a decisão do indivíduo, mas sim a idéia que o outro tem dele.

Opinião: A escolha da profissão 2. Como já foi dito anteriormente, escolher uma carreira profissional não é tarefa simples.

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Por:  Felipe Campos    |      Imprimir