Categoria Politica  Noticia Atualizada em 28-07-2008

Obama e Brown defendem reforço em relações entre EUA e Europ
O candidato democrata à presidência dos EUA, Barack Obama, sorri ao deixar a residência oficial do primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, em Londres
Obama e Brown defendem reforço em relações entre EUA e Europ
Foto: Alessia Pierdomenico/Reuters

da Efe, em Londres

O primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, e o provável candidato democrata à Casa Branca, Barack Obama, disseram neste sábado que, para fazer frente a alguns dos principais problemas do mundo atualmente, é necessário fortalecer as relações entre Europa e Estados Unidos.

Após uma reunião com Brown na residência oficial do primeiro-ministro britânico, Obama disse a jornalistas que o encontro foi "maravilhoso" e "extraordinário". Segundo o senador americano, ambos concordaram quanto à importância de "as relações transatlânticas serem relançadas, para que problemas que nenhum país consegue resolver sozinho", como o terrorismo, a mudança climática e a crise econômica mundial, "possam ser solucionados".

Obama disse ainda que Brown está especialmente interessado em criar instituições internacionais para tratar do último desses temas, no qual poderá contar com o apoio dos EUA, caso derrote o senador republicano John McCain nas eleições presidenciais de novembro.

Brown e seu convidado também conversaram sobre o processo de paz no Oriente Médio. Segundo Obama, EUA e Reino Unido estão comprometidos a ajudar Israel e os palestinos a chegarem a uma boa solução. Ele agradeceu pela presença militar do Reino Unido no Afeganistão, país ao qual gostaria de enviar mais tropas, americanas e de outros países, paralelamente à retirada, em 16 meses, dos soldados que se encontram no Iraque.

Em contraste com a "Obamania" que se alastrou pela Europa, levando multidões às ruas, o democrata encontrou no Reino Unido a típica discrição britânica.

Em respeito ao protocolo assinado com McCain quando este visitou o país em março passado, não houve coletiva de imprensa.

Além disso, por ser o primeiro fim de semana com clima efetivamente de verão no Reino Unido, não houve multidões saudando Obama, mesmo sendo ele o favorito dos britânicos, segundo pesquisas de opinião.

O comedimento também pode ter sido influenciado pelo ambiente de pessimismo que reina no governo britânico após a humilhante derrota eleitoral dos trabalhistas nas eleições parciais de quinta-feira em Glasgow, nas quais o partido governista perdeu para os independentistas uma cadeira parlamentar que possuía há 60 anos.

Em Londres, Obama conclui a última etapa de uma viagem internacional que, além das capitais européias, incluiu no roteiro visitas ao Iraque, ao Afeganistão, à Jordânia, a Israel e ao território palestino da Cisjordânia.

Aos jornalistas, o senador americano afirmou que não esperava que sua viagem ao exterior --planejada para fortalecer suas credenciais em política externa, segundo analistas-- teria um impacto político imediato em seu país, a ponto de levá-lo a esperar uma queda nas pesquisas. "Essa viagem é importante porque estou convencido de que muitos dos assuntos que enfrentamos em casa não serão resolvidos de uma maneira muita efetiva se não tivermos parceiros no exterior", declarou.

Após sua reunião com Brown, Obama manteve uma longa reunião no Parlamento com o líder do Partido Conservador, David Cameron, que, ao se despedir, presenteou o visitante com CDs de várias bandas de que gosta, como Radiohead e The Smiths.

Antes de se encontrar com o atual chefe do governo britânico, Obama recebeu no hotel em que está hospedado o ex-primeiro-ministro Tony Blair, enviado do Quarteto de Madri para o Oriente Médio.

Está previsto que o senador americano, que na quinta-feira comoveu 200 mil alemães em Berlim com um discurso, volte ainda hoje para os EUA, onde deverá acelerar sua campanha, a pouco mais de três meses das eleições.

O candidato democrata à presidência dos EUA, Barack Obama, sorri ao deixar a residência oficial do primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, em Londres.

Obama e Brown defendem reforço em relações entre EUA e Europa.

 
Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir