Categoria Politica  Noticia Atualizada em 05-08-2008

Chinaglia ameaça descontar salário de deputados "faltosos"
Após o recesso parlamentar, poucos deputados registraram presença na Câmara dos Deputados
Chinaglia ameaça descontar salário de deputados
Foto: Alan Marques/Folha Imagem

GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília

Depois de um dia de corredores vazios, um pequeno grupo de deputados atendeu ao chamado do presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), para a retomada dos trabalhos nesta segunda-feira após o recesso parlamentar de julho. Chinaglia convocou sessão deliberativa (com votações) para as 18h, mas o quórum mínimo necessário de 257 deputados para o início das votações só foi atingido quase duas horas depois do início da sessão.

O próprio presidente da Câmara só apareceu no Congresso mais de uma hora depois do prazo marcado para o início da sessão. A oposição chegou a pedir verificação do número de deputados presentes na sessão, mas constatou que efetivamente havia a metade dos deputados no plenário para o início das votações.

Mesmo com o quórum mínimo, Chinaglia adiou as votações para amanhã --uma vez que vai definir a pauta com os líderes partidários antes de colocar as matérias sob análise do plenário.

Chinaglia prometeu descontar os salários dos parlamentares ausentes nesta segunda-feira --como havia afirmado em telegrama enviado aos deputados. "Claro que vai [ter corte de ponto]. Tem regras que devem ser seguidas", disse. Durante o recesso, o presidente da Câmara enviou telegramas aos demais 512 deputados com a convocação para o início das votações nesta segunda-feira sob a ameaça de corte de parte dos salários para os ausentes.

Chinaglia evitou adiantar como será o cronograma de votações na Câmara até outubro, uma vez que o Congresso vai entrar numa espécie de "recesso branco" em conseqüência das eleições municipais de outubro. "Primeiro temos que definir a pauta de votações, depois quantas semanas de trabalho serão. Vamos construir um acordo coma base aliada em conteúdo, não em prazos. Não é real imaginar que os deputados e senadores não vão se envolver nas eleições", afirmou.

O presidente da Câmara admitiu que terá dificuldades na retomada dos trabalhos uma vez que três medidas provisórias trancam a pauta de votações. "Temos que começar votando o que dá para votar."

Impasse

A oposição não está disposta a fechar acordo para destrancar a pauta de votações da Câmara. DEM e PSDB ficaram irritados com a edição de medida provisória pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na semana passada, que concede status de ministério à Secretaria da Pesca --uma vez que o texto também cria 295 cargos comissionados na administração federal.

O líder do PSDB na Câmara, deputado José Aníbal (SP), disse que a MP "prejudicou o ambiente político" na Casa para a retomada dos trabalhos. "Parece uma provocação. A repercussão dessa medida na Câmara não foi boa. Se a gente tivesse um bom ambiente, poderíamos trabalhar em agosto e setembro, todo mundo voltaria para cá. Mas com essa pauta, não dá para ser otimista", disse o tucano.

Chinaglia ameaça descontar salário de deputados "faltosos".

Após o recesso parlamentar, poucos deputados registraram presença na Câmara dos Deputados hoje; Arlindo Chinaglia, presidente da Casa, ameaça descontar salário de deputados "faltosos".

 
Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir