Categoria Opinião  Noticia Atualizada em 15-08-2008

DIA DO COMBATE A POLUIÇíO
Atualmente, em vastas regiões da Terra, o simples ato de respirar corresponde à abreviação da vida
DIA DO COMBATE A POLUIÇíO
Foto: http://www3.agenciaambiental.go.gov.br

Atualmente, em vastas regiões da Terra, o simples ato de respirar corresponde à abreviação da vida. Sofrimentos de origem pulmonar e alérgica crescem em progressão geométrica. Hospitais e consultórios de especialistas vivem lotados com as vítimas das mais diferentes impurezas. Abeirar-se do escapamento de um veículo é suicídio, tal a adulteração de combustível vigente por aí. Isso sem citar os motores desregulados...

Cidades assassinadas Quando você se aproxima, por estrada, via aérea ou marítima, de grandes centros populacionais do mundo, logo avista paisagem sitiada por oceano de gases nocivos.

Crianças e idosos moram lá... Merecem respeito.

No entanto, de maneira implacável, sua saúde vai sendo minada. A começar pela psíquica, porquanto as mentes humanas vêm padecendo toda espécie de pressões. Por isso, pouco adiantará cercar-se de muros cada vez mais altos, se de antemão a ameaça estiver dentro de casa, atingindo o corpo e a psicologia do ser.

Em cidades praieiras, a despeito do mar, o envenenamento atmosférico avança, sem referência à contaminação das águas e das areias... O que surpreende é constituírem muitas delas metrópoles altamente politizadas, e só de algum tempo para cá seus habitantes na verdade despertarem para tão terrível risco.

Despoluir qualquer área urbana ou rural deveria fazer parte do programa corajoso do político que realmente a amasse. Não se pode esperar que isso apenas ocorra quando se torna assunto lucrativo. Ora, nada mais proveitoso do que cuidar do cidadão, o Capital de Deus.

As questões são múltiplas, mas esta é gravíssima: estamos respirando a morte. Encontramo-nos diante de um tipo de progresso que, ao mesmo tempo, espalha ruína. A nossa própria.

Comprova-se a precisão urgente de ampliar em largo espectro a consciência ecológica do Povo, antes que a queda de sua qualidade de vida seja irreversível. Este tem sido o desafio enfrentado por vários idealistas pragmáticos. Entretanto, por vezes, a ganância revela-se maior que a razão. O descuido no preparo de certas comunidades, para que não esterilizem o solo, mostra-se superior ao instinto de sobrevivência. A água está acabando A Tribuna da Imprensa, do veterano Hélio Fernandes, publicou a conclusão de um estudo divulgado pelo instituto independente Worldwatch, com sede nos Estados Unidos: "O gelo ártico perde uma área equivalente à Holanda a cada ano, ou cerca de 34.300 quilômetros quadrados. (...) Como o gelo permanente funciona também como um espelho, refletindo o calor solar e mantendo a temperatura da Terra relativamente fria, teme-se que o atual derretimento multiplique os efeitos devastadores do aquecimento global da atmosfera. Antes da catástrofe, porém, o gelo derretido já vem causando problemas para cidades que dele dependem para seu suprimento de água potável. Lima, no Peru, é um exemplo dramático. Cada um dos seus dez milhões de habitantes dispõe hoje de apenas três metros cúbicos da água proveniente da geleira de Quelccaya, quando, há dez anos, dali eram tirados 30 metros cúbicos".Conseqüência do efeito estufa? Uns afirmam que sim; outros, ainda hoje, que não. A verdade é que se trata do resultado da insensatez de gente que não enxerga um palmo adiante do nariz, como satirizava — numa versão da melodia popular de Noel Rosa (1910-1937) — o poeta Pedrinho Bevilacqua, alguns que pensam que sabem, mas não sabem. Desenvolvimento sustentável Atualmente, nem a nossa querida Porto Alegre e muitas outras partes do País estão livres da poluição que vem desqualificando o ar. Aliás, numa entrevista concedida à Super RBV, AM 1300, na capital gaúcha, o supervisor da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, sr. Maurício Fernandes da Silva, apontou o crescente número de motocicletas nas ruas (veículos ainda desprovidos de catalisadores que reduzem a emissão de poluentes no ar) como um dos principais fatores prejudiciais à qualidade do ar dos porto-alegrenses.

Ao final do bate-papo, indagado sobre como aliar progresso e preservação ambiental, asseverou: "Temos de buscar sobremaneira um conceito já muito difundido de desenvolvimento sustentável. É preciso gerar renda, emprego. Entretanto, equivoca-se aquele que pensa que, para gerar progresso, tenha de poluir o meio em que vive. Hoje, já existem técnicas e métodos em que todos trabalhem na preservação da natureza pari passu ao crescimento econômico. O Planeta em que vivemos não é nosso. É de nossos filhos. Temos, então, de deixar para eles, no mínimo, um mundo melhor do que herdamos de nossos pais".Que assim seja, pois a destruição da Natureza é a extinção da Raça Humana. Se não suplantarmos o difícil hoje, poderemos ser esmagados pelo impossível amanhã._

José de Paiva Netto – jornalista, radialista e escritor.
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Fonte: O Autor
 
Por:  José de Paiva Netto     |      Imprimir