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Madonna segue inabalável no posto de diva fashion

Para professor de moda, cantora tem um "olho bom para o que é vanguarda".
Madonna segue inabalável no posto de diva fashion

Foto: Divulgação

Aos 50 anos – completados neste sábado (16) – Madonna se prepara para a turnê mundial "Sticky and Sweet" e decidiu que no palco será uma "boxeadora sexy", um "cafetão gângster" e uma "cigana art deco". Alguém questiona?

Em mais de duas décadas de carreira, a cantora não só se tornou a mais bem-sucedida artista da música pop, como também alcançou o posto inabalável de ícone fashion. Camaleoa, a cada novo álbum a loiraça apresentou um conceito visual diferente e que fatalmente influenciou a moda das ruas e estilistas mundo afora.

"Madonna é atemporal, se reinventa e está sempre à frente do nosso tempo", opina o estilista pernambucano Walério Araújo, que em 2006 criou uma coleção em homenagem a diva.

Atualmente o designer assina os figurinos da cantora baiana Claudia Leitte. "Inspirei-me descaradamente em alguns visuais da Madonna para criar peças para a Claudinha", entrega.

Na passarela da última edição do Fashion Rio, o rosto da "material girl" pôde ser visto nos patchworks de vestidos da grife Alessa. "O tema da minha coleção era ‘universo acelerado’ e a Madonna foi uma de minhas inspirações".

Em recente viagem à Londres, a estilista carioca entrou em contato com produtores da cantora e enviou as peças. "Quem sabe ela não usa os meus vestidos nos shows aqui no Brasil?", torce Alessa.

Paixão fashionista
A paixão fashionista por Madonna tem seus motivos. A cantora sempre gostou de flertar com designers que estavam na crista da onda. Jean Paul Gaultier que o diga.
Quem não se lembra do famoso corselete com bojo em formato de cone usado pela cantora durante a turnê "Blonde ambition", no início da década de 90? O figurino ajudou a difundir no planeta o nome do estilista francês, cuja fama se restringia à Europa.

"Madonna não é uma criadora de tendências. Podemos dizer que ela é uma difusora", opina João Braga, professor de História da Moda da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP). "Ela tem um olhar muito bom para o que é vanguarda e o agrega para o seu universo", explica.

O professor cita como exemplo a parceria com a dupla italiana Domenico Dolce e Stefano Gabbana, que desenvolveu os figurinos fetichistas da turnê "The girlie show", em 1993. "A grife Dolce & Gabbana estava em ascendência nessa época. Madonna sabe se associar aos grandes talentos", diz Braga.

Estilo Júlia Matos
Giovanni Bianco, o brasileiro que assina a direção de arte do mais recente trabalho da cantora, "Hard candy", e da turnê "Sticky and Sweet", garante que Madonna toma a frente dos conceitos visuais de seus álbuns. "Ela chega já com as idéias bem claras do que quer, só preciso ser um bom instrumentista para realizar o que ela deseja", conta Bianco. "Claro que ela está aberta a novas idéias, porém sei que tenho que realizar bem aquilo que ela pede".

Bianco cita como exemplo o conceito "disco music" do álbum "Confessions on a dance floor" (2005), sua primeira parceria com a diva.

"A Madonna me passou algumas referências e eu mostrei outras, como a abertura da novela ‘Dancin’days’, o ABBA. Olhei tudo que tinha a ver com festa, dança, disco music".

A imagem da "boxeadora" que aparece na capa de "Hard candy" explica bem como Madonna tem consciência da dimensão de seu poder.

"Acho que ela quis mostrar que já venceu todos os rounds, mas a luta ainda continua", diz Bianco. "Ela ainda vai vencer muitos e muitos rounds".

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Brasileiro assina direção de arte de "Hard candy", novo álbum da artista.

Fonte: Dolores Orosco

Por: Alexandre Costa Pereira | Imprimir