Fenômeno já segue lentamente na direção do sudeste de Cuba. Ele pode ficar mais forte e voltar a ser furacão, dizem meteorologistas.
Foto: AP A tempestade tropical Gustav deixou 15 mortos em sua passagem pelo Haiti, anunciou nesta quarta-feira (27) a Defesa Civil do país. Três pessoas estão desaparecidas e várias ficaram feridas em decorrência de enchentes e deslizamentos.
Na República Dominicana, oito pessoas -sete da mesma família- morreram na passagem de Gustav. Elas foram enterradas vivas quando a encosta de um morro desabou, em uma área ao norte da capital, Santo Domingo.
Fortes chuvas continuavam caindo sobre quase todas as regiões do Haiti, onde os tráfegos aéreo e marítimo seguiam suspensos.
Na capital, Porto Príncipe, as atividades estão paralisadas desde segunda-feira. Lojas, escolas e edifícios administrativos ainda estavam fechados nesta quarta.
Após a passagem por Haiti e República Dominicana, a tempestade tropical se desloca sem força, com ventos de 75 km/h, e lentamente para o sudeste de Cuba.
Dezenas de milhares de cubanos e turistas estrangeiros foram retirados de zonas litorâneas ou com risco de inundações em três províncias do leste que estão sob alerta de ciclone e em outras centrais nas quais a Defesa Civil decretou o primeiro nível de prevenção (fase informativa).
Segundo a Agência de Informação Nacional (AIN), mais de 21.600 pessoas foram retiradas só em Granma, a província mais próxima da possível trajetória da tempestade tropical.
Milhares de pessoas também foram levadas para abrigos estatais ou casas de parentes e amigos nas províncias de Santiago de Cuba, Guantánamo, Holguín, Ciego de Ávila e Las Tunas.
Teme-se que Gustav ganhe força ao se afastar do Haiti e se transforme novamente em furacão.
Acredita-se que ele pode aumentar para o nível três ou quatro na escala Saffir-Simpson, que vai até cinco, à medida que se desloque rumo a oeste-noroeste pelas águas do Caribe.
As tempestades tropicais se transformam em furacões quando passam de 119 km/h.
Em Porto Príncipe, o escritório de Defesa Civil haitiano comunicou que 15 pessoas morreram na passagem de "Gustav", seis deles na região sudeste do país, a mais atingida.
Está previsto que "Gustav" passe nas próximas 24 horas entre o sudeste de Cuba e o norte da Jamaica, e que provocará intensas chuvas nos dois países.
A tempestade tropical, a sétima da temporada de ciclones do Atlântico, tinha às 12h local (13h, Brasília) ventos máximos sustentados de 95 km/h, informou o Instituto de Meteorologia de Cuba.
O último alerta de ciclone do instituto prevê "um aumento das chuvas, que serão fortes nas províncias do leste, especialmente nas zonas montanhosas e na costa sul, com risco de inundações e desprendimentos de terra".
A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA, na sigla em inglês) dos EUA previu que esta temporada de ciclones será bastante ativa, podendo se formar de 14 a 18 tempestades tropicais, das quais sete ou oito podem se transformar em furacões
Nova Orleans
Três anos depois do furacão Katrina, a população de Nova Orleans se prepara para a possibilidade de uma nova retirada, devido à aproximação da tempestade Gustav.
Em 29 de agosto de 2005, as barragens que protegem Nova Orleans se romperam por causa do Katrina, inundando 80% da cidade, famosa pelo carnaval e pelos clubes de jazz. Houve quase 1.500 mortes em toda a costa sul dos EUA, e os prejuízos chegaram a US$ 125 bilhões.
O governador da Louisiana, Bobby Jindal, disse que a retirada da população pode começar a partir de sexta-feira --justamente o aniversário da devastação.
O governador já acionou a equipe de reação a catástrofes, colocou a Guarda Nacional local em alerta e pode declarar estado de emergência na quinta-feira.
"Precisamos todos estar preparados para responder, desde o nível dos cidadãos e em todos os níveis de governo", disse o governador, eleito em 2007, que tenta evitar as críticas que recaíram sobre sua antecessora, Kathleen Blanco, pela demora na reação ao Katrina.
Na época, houve uma irada reação popular também à prefeitura de Nova Orleans, a órgãos federais e ao presidente George W. Bush, que inicialmente vistoriou o desastre apenas do alto, sem descer do helicóptero.
Após o Katrina, houve caos em Nova Orleans. Em alguns bairros, moradores passaram dias ilhados nos seus telhados. Em meio a uma onda de saques, muita gente fugiu para não mais voltar.
Os grandes furacões são aqueles classificados como de categoria 3 ou mais na escala de intensidade Saffir-Simpson (que possui cinco níveis). A possibilidade de uma grande tempestade chegar ao Golfo do México, onde os EUA produzem 25% de seu petróleo e 15% de seu gás natural, provocou instabilidade nos mercados de energia.
Os furacões Katrina e Rita eram ambos de categoria 5 quando ingressaram no golfo em 2005, diminuindo em um quarto a produção norte-americana de petróleo e gás ao danificar plataformas e provocar o rompimento de oleodutos.
O Katrina ainda saiu do mar para destruir Nova Orleans e matar 1.500 pessoas na região dos EUA banhada pelo golfo.
Tempestade tropical Gustav mata 15 no Haiti e 8 na República Dominicana.
Fenômeno já segue lentamente na direção do sudeste de Cuba.
Ele pode ficar mais forte e voltar a ser furacão, dizem meteorologistas.
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