Categoria Geral  Noticia Atualizada em 11-09-2008

Lobão afirma que o fornecimento de gás está quase normalizado
O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, concede entrevista coletiva para explicar a situação do fornecimento de gás da Bolívia ao Brasil
Lobão afirma que o fornecimento de gás está quase normalizado
Foto: Valter Campanato/ABr

Claudia Andrade*
Do UOL Notícias
Em Brasília

O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse em entrevista coletiva nesta quinta-feira (11) que a segurança no fornecimento de gás da Bolívia para o Brasil "ainda não é total" mas classificou a situação atual como "quase normalizada".

Ele confirmou a informação da companhia petrolífera boliviana "Transierra" de que cerca de 10% do gás enviado diariamente ao Brasil ainda estão interrompidos. O que equivale a 3 milhões de metros cúbicos. Segundo Lobão, a interrupção chegou a ser cinco vezes superior, "quando o problema se agravou".

O ministro afirmou que uma interrupção acima de 5 milhões de metros cúbicos exige medidas de contingenciamento. Essas medidas atingiriam por último o consumidor final, de acordo com Lobão. "Podemos desligar as térmicas a gás, sejam elas da Petrobras ou de outro órgão do governo, como a Eletrobrás. Podemos diminuir a injeção de gás nos poços de petróleo, mas apenas por pouco tempo e em poucos poços. A indústria poderia funcionar temporariamente com diesel", enumerou.

"A última hipótese seria o gás para automóvel e, caso ocorresse, o consumidor teria como usar o álcool e a gasolina que o Brasil tem em abundância", completou.

Uma térmica da Petrobras foi desligada para evitar racionamento. A interrupção foi causada por supostos ataques de oposicionistas às válvulas de gasoduto da empresa fornecedora. Os protestos estão sendo realizados contra a proposta de uma nova Constituição e de redução do repasse da renda obtida com o gás aos departamentos da Bolívia, para destina-la a um programa nacional de assistência aos idosos.

"Ainda não é total a segurança, mas o governo da Bolívia mandou tropas do Exército para a região e técnicos da Petrobras sobrevoaram de helicóptero o local. Duas válvulas tiveram problema, mas voltaram a ser ligadas", citou o ministro de Minas e Energia.

Segundo Lobão, o Brasil deve voltar a receber a quantidade total de gás acertada com o país vizinho em um período de dois ou três dias, quando os reparos ainda necessários devem ser concluídos. A operadora boliviana estaria resfriando a válvula danificada para permitir a entrada dos técnicos, que deve ocorrer ainda hoje ou amanhã, de acordo com o ministro.

"Já estocamos algum gás e se o problema for pequeno temos como manter o fornecimento", explicou Lobão, acrescentando que o governo brasileiro "lamenta" a crise na Bolívia e "torce para que não volte a ocorrer". Brasil e Bolívia têm um acordo sobre fornecimento de gás que prevê "uma multa muito pesada" para quem não cumpri-lo, segundo informou o ministro.

Em nota, a Petrobras informou que o fornecimento de gás natural para o mercado brasileiro não foi afetado. "Para garantir o abastecimento, a Petrobras adota desde ontem (10) medidas do seu plano de contingenciamento", afirma a empresa.

Ainda segundo a nota, entre as providências tomadas está a redução do consumo do gás natural em suas unidades e sua substituição por outros combustíveis.

Em São Paulo
Por meio de nota, a Secretaria de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo informou que o plano de contingência que seria aplicado no Estado foi suspenso. Ainda assim, a secretaria se diz em "estado de atenção" e acompanhando o caso.

Pela manhã, a secretaria informou que a Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo e as concessionárias de gás atuantes no Estado implementariam um plano para atuar sobre a distribuição do gás, no intuito de evitar o racionamento do produto.

* Com informações do UOL Notícias em São Paulo

Lobão afirma que o fornecimento de gás está quase normalizado.

O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, concede entrevista coletiva para explicar a situação do fornecimento de gás da Bolívia ao Brasil. Segundo ele, o fornecimento "ainda não é total", mas classificou a situação atual como "quase normalizada"


 
Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir