Injeção de dinheiro no sistema financeiro alivia ânimos dos investidores. Bolsa teve a segunda maior queda do ano na quarta-feira.
Foto: http://atoseconsequencias.files.wordpress.com A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) reage à melhora de humor no cenário internacional e opera em alta nesta quinta-feira (18), após registrar a segunda maior queda do ano no pregão anterior.
Por volta das 11h30, índice Ibovespa - principal referência para o mercado brasileiro - mostrava uma valorização de 2,70%, aos 47.148 pontos. No entanto, até o pregão da véspera, a bolsa acumula perdas de 28,14% no ano e de 17,55% no mês.
Acompanhe os indicadores do mercado financeiro
O mercado financeiro mundial acompanha os desdobramentos da injeção de US$ 180 bilhões anunciada pelo Fed (Federal Reserve, o Banco Central americano para enfrentar as turbulências aprofundadas pela falência do banco Lehman Brothers e os problemas da seguradora AIG.
Em ação coordenada com as principais instituições bancárias centrais do mundo, O Fed fechou acordos "swaps" com o Banco Central Europeu (BCE), o Banco Nacional da Suíça, o Banco da Inglaterra (BoE), o Banco do Japão e o Banco do Canadá.
Um acordo "swap" permite a dois bancos centrais emprestar de modo recíproco liquidez a curto prazo, quando um deles necessita de dinheiro para estabilizar o sistema financeiro do país
Nos EUA
Como resultado do anúncio, os futuros das bolsas americanas indicam a possibilidade de um pregão de alta. A quinta-feira também pode trazer novas consolidações no sistema financeiro.
Desde ontem saem notícias na imprensa local que o Morgan Stanley negocia fusão com o Wachovia e que o Washington Mutual está em leilão. Um acordo já foi anunciado nesta quarta. O britânico Lloyds TSB pagará cerca de US$ 22 bilhões em ações para comprar a financeira hipotecária inglesa HBOS.
Cenário global
Na Ásia, o mercado ainda não se recuperou. As bolsas locais encerraram o pregão em baixa, que variou de 0,03% a 2,51%. O índice Hang Seng da Bolsa de Hong Kong teve prejuízos menores e fechou em leve baixa de 0,03%. A Bolsa de Xangai ainda está contaminada pela turbulência e encerrou o pregão em queda de 1,72%.
Já na Europa, os índices mostram um pouco mais de resistência. Por volta das 10h de Brasília, o CAC-40 da Bolsa de Paris operava em alta de 1,14%; o FTSE-100 da Bolsa de Londres tinha valorização de 1,19% e o DAX 30 da Bolsa de Frankfurt subia 0,72%.
No entanto, na Rússia, as bolsas de valores mantém suspensas as negociações de ações, depois que autoridades regulatórias que interromperam o pregão após queda de mais de 20% do índice RTS e 25% do MICEX ao longo da semana.
No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central avaliou que a crise financeira internacional é "severa" e que a "percepção de risco sistêmico" (quebra de uma instituição financeira que tenha impacto em todo o mercado) permanece "elevada".
Pregão de quarta
Na quarta-feira, a Bovespa seguiu a tendência pessimista do mercado mundial e registrou queda de 6,74%, fechando aos 45.908 pontos. Foi a segunda maior queda do ano da bolsa, atrás apenas dos 7,59% registrados na segunda-feira (15).
Na mínima do dia, por volta das 14h40, o indicador chegou a cair cerca de 6,85%. A forte volatilidade acentuou o volume financeiro, que atingiu R$ 7,4 bilhões.
O mergulho da Bovespa acompanhou a tendência das bolsas americanas, onde os operadores mantêm reservas sobre o anúncio do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) de socorro para a seguradora AIG, a maior dos EUA. O Fed injetou US$ 85 bilhões na empresa.
Cenário internacional melhora e Bovespa ensaia reação
Injeção de dinheiro no sistema financeiro alivia ânimos dos investidores.
Bolsa teve a segunda maior queda do ano na quarta-feira.
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