Categoria Politica  Noticia Atualizada em 29-09-2008

Equador vota referendo por nova Constituição
Equatoriano tem sua impressão digital tirada após depositar seu voto em referendo em Cangahua
Equador vota referendo por nova Constituição
Foto: Pablo Cozzaglio/AFP

colaboração para a Folha Online
Os colégios eleitorais no Equador abriram hoje às 7h (9h, de Brasília) para receber mais de 9 milhões de pessoas habilitadas a votar no referendo sobre a nova Constituição do país, impulsionada pelo Executivo.

O texto a ser aprovado reforça o poder e habilita a reeleição do presidente Rafael Correa. Esta será a quarta vez que ele enfrentas as urnas em apenas dois anos.

O presidente do Tribunal Supremo Eleitoral (TSE), Jorge Acosta, inaugurou o dia de votações, em cerimônia especial realizada na sede do organismo, da qual participou também presidente Correa.

"Que este dia seja a grande vitória do povo equatoriano e da pátria", disse o chefe de Estado, após afirmar que os resultados do referendo "serão sagrados" e que fará tudo para que sejam respeitados.

O processo de votação durará dez horas e Acosta afirmou que o referendo de hoje é o "fato mais importante" na "busca de novos rumos" para a nação.

Ele destacou ainda a atuação dos membros das missões internacionais de observação eleitoral como a União Européia, a Organização dos Estados Americanos, o Centro Carter e o Parlamento Andino.

Acosta lembrou que foi o presidente Correa quem convocou o pleito depois que assumiu a Presidência do país, em 15 de janeiro de 2007, quando convocou um plebiscito para que a população decidisse sobre a instauração de uma Assembléia Constituinte.

Hoje, a única pergunta que os equatorianos devem responder é: "Aprova o texto da nova Constituição Política da República elaborado pela Assembléia Constituinte?".

Para Acosta, "o dia é de esperança", porque a população decidirá sobre seu futuro, perante o qual fez uma "patriótica chamada" para que os cidadãos vão às urnas e depositem seu voto com confiança.

Já Correa afirmou que os resultados do referendo "fortalecerão os destinos" do país e disse que a decisão dos eleitores definirá "o modelo de desenvolvimento" que marcará o futuro do Equador.

"Os resultados deste evento cívico serão para nós sagrados, serão uma ordem que cumpriremos com responsabilidade histórica, que respeitaremos e faremos respeitar com todas as ferramentas da democracia", disse o líder.

Expectativa

Se receber a metade mais um dos votos válidos, a iniciativa se converterá na 20ª Constituição do Equador, um país rico em petróleo. As pesquisas de intenção de voto indicam que o documento será aceito por 57% da população, embora o governo espere aprovação maior, de quase 70%.

O texto submetido ao voto popular instaura um novo modelo econômico, que tem como objetivo impulsionar um "socialismo do século 21", após anos de neoliberalismo. Ele concede ao Estado o direito de regular e planejar a economia e ampliar as prerrogativas presidenciais, além de defender a gratuidade da saúde e da educação.

O documento inclui, de maneira geral, fórmulas com as quais o governo espera sepultar uma década de crise que derrubou três presidentes.

Oposição

Vários membros da oposição conservadora alertaram para riscos de fraude, dando a entender que os resultados da votação talvez sejam manipulados. O representante da Organização dos Estados Americanos (OEA) destacou que não recebeu uma queixa formal da oposição nesse sentido.

Segundo o representante da OEA, Enrique Correa, a campanha foi marcada "por uma lógica de confronto baseada na difamação do adversário", e o debate sobre o conteúdo "acabou sendo relegado para segundo plano".

O delegado da OEA também denunciou a ausência de legislação sobre os gastos eleitorais. O Estado gastou muito mais do que a oposição para defender seu projeto.

Com Efe e France Presse

Equador vota referendo por nova Constituição.

Equatoriano tem sua impressão digital tirada após depositar seu voto em referendo em Cangahua. O Equador decide hoje pela aprovação ou não de sua nova constituição, que permite ao presidente se reeleger, por voto popular.


 
Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir