Categoria Economia  Noticia Atualizada em 08-10-2008

Asiáticas afundam; Bolsa do Japão tem sua maior queda
Investidor observa painel com os preços das ações do índice Nikkey da Bolsa de Tóquio; o Nikkei sofreu a maior queda em 21 anos nesta quarta-feira.
Asiáticas afundam; Bolsa do Japão tem sua maior queda
Foto: Michael Caronna/Reuters

da Folha Online

Uma nova onda de desconfiança atingiu os mercados asiáticos nesta quarta-feira e o Nikkei, índice que mede os negócios na Bolsa de Valores de Tóquio (Japão), teve sua maior queda diária em 21 anos. A Bolsa mais importante do continente fechou com queda de 9,38%, aos 9.203,32 pontos, no pior resultado desde 1987.

O mau resultado surge um dia depois de os seis principais bancos centrais anunciarem uma ação conjunta para diminuir os efeitos da crise econômica nos mercados.

O resultado na Bolsa japonesa superou as quedas da última segunda-feira, considerada, até agora, o pior dia da crise financeira iniciado no ano passado, nos EUA. Na ocasião, a Bolsa caiu 4,25%. A queda só não superou a "segunda-feira negra" de 1987, quando o Nikkei despencou 14,9% no dia 20 de outubro.

A perda no Japão foi causada por dois fatores, segundo os analistas: o iene em alta e a queda dos papéis da fabricante de automóveis Toyota. A moeda forte frente o dólar causou uma onda de vendas, enquanto a montadora teve perdas de 11,6% de seus papéis.

Nem a 16ª injeção consecutiva de dinheiro promovida pelo BoJ (Banco do Japão, o banco central do país) animou os investidores. Hoje o BoJ colocou no mercado mais 1,5 trilhão de ienes (US$ 14,814 bilhões), em mais uma tentativa de aumentar a liquidez na Bolsa.

O total injetado pelo banco já chega a 27,4 trilhões de ienes (US$ 270,617 bilhões) desde a quebra do banco de investimento americano Lehman Brothers.

Todas as Bolsas do continente tiveram fortes perdas, seguindo a tendência mundial dos mercados ontem. O continente encerrou o terceiro dia seguido nesta semana de operação no vermelho.

A pior perda ocorreu na Bolsa de Jacarta (Indonésia), onde o mercado recuou 10,38%; em Honk Kong, a retração foi de 8,17%; em Seul (Coréia do Sul), as perdas chegaram a 5,81%; em Sydney (Austrália), o mercado despencou 4,96%; Xangai (China) afundou 3,04%.

"O deterioramento das economias e o aprofundamento da crise econômica está levando o temor para o limite", disse Mitsushige Akino, chefe da corretora Ichiyoshi Investment Management.

Bolsas

No Brasil, a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) já acumula perdas de quase 40% (37,2%) no ano com os sucessivos tombos dos últimos dias.

Ontem, nem a ação conjunta dos seis principais bancos centrais do planeta conseguiu segurar a retração das Bolsas americanas, o que fez a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) desabar. O câmbio disparou e bateu a cotação de R$ 2,31, maior cotação desde maio de 2006.

A Bolsa de Nova York teve forte queda de 5,11%.

O presidente dos EUA, George W. Bush, afirmou que está confiante na eficácia do pacote de resgate financeiro de US$ 700 bilhões e prometeu que "o que for necessário será feito" para deter a crise. "As pessoas precisam se dar conta de que a crise representa um problema sério não só para os EUA, mas para o mundo inteiro", disse.

O Federal Reserve (Fed, o BC americano) anunciou uma ação coordenada com outros cinco bancos centrais para oferecer em dezembro US$ 450 bilhões ao sistema bancário a fim de evitar uma escassez de oferta de dinheiro. Além dessa nova injeção bilionária de recursos, o Fed também deve adquirir títulos de renda fixa de curto prazo --"commercial papers"--, de modo a animar a circulação de recursos pela economia.

Anteriormente, os países da União Européia haviam anunciado que devem adotar elevar as garantias de depósitos em bancos de 20 mil euros (US$ 27.300) para 50 mil euros (US$ 68.400), medida semelhante à adotada pelos Estados Unidos no mês passado.

Com Reuters

Asiáticas afundam; Bolsa do Japão tem sua maior queda em 21 anos.

Investidor observa painel com os preços das ações do índice Nikkey da Bolsa de Tóquio; o Nikkei sofreu a maior queda em 21 anos nesta quarta-feira.

 
Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir