Categoria Informativo CDL  Noticia Atualizada em 09-10-2008

O DESAFIO DO CAPITAL DE GIRO
O capital de giro representa, em média, 30 a 40% do total dos ativos de uma empresa. O capital permanente tem um peso maior sobre o total dos ativos,
O DESAFIO DO CAPITAL DE GIRO

O capital de giro representa, em média, 30 a 40% do total dos ativos de uma empresa. O capital permanente tem um peso maior sobre o total dos ativos, atingindo entre 60 e 70%. Entretanto, apesar de sua menor participação sobre o total dos ativos da empresa, o capital de giro exige um esforço do administrador maior do que aquele requerido pelo capital fixo. O capital de giro precisa de acompanhamento permanente, pois está continuamente sofrendo o impacto das diversas mudanças enfrentadas pela empresa. Já o capital fixo não exige atenção constante, uma vez que os fatos capazes de afetá-lo acontecem com uma freqüência bem menor.
Assim, boa parte dos esforços do administrador é canalizada para soluções de problemas de capital de giro - formação e financiamento de estoques, gerenciamento do "contas a receber" e da administração de déficits de caixa.
Nesta luta para sobreviver, a empresa acaba sendo arrastada pelos problemas de gestão do capital de giro e tende a sacrificar seus objetivos de longo prazo. Esse fenômeno é bem conhecido pois, boa parte do tempo é consumido "apagando incêndios", onde o foco mais perigoso reside no capital de giro.
As dificuldades de capital de giro numa empresa são devidas, principalmente, à ocorrência de alguns fatores como, por exemplo, queda nas vendas, crescimento de inadim-plência, aumento de despesas finan-ceiras (juros pagos e etc.), aumento nos custos operacionais ou uma com-binação desses citados. O que se vem sendo notado na maioria das empresas é que os problemas de capital de giro surgem como conseqüência de uma redução de vendas, o que implica no enfrentamento das seguintes questões: como manter o capital de giro sob controle diante de um quadro de redução das vendas? o que pode ser feito para evitar uma crise maior de capital de giro?
Algumas alternativas podem ser sugeridas para solução dessas questões. Essas alternativas não devem ser vista como completas ou definitivas, mas serão de grande valia se adotadas.
Em primeiro lugar a "Formação de Reserva Financeira". É uma ação preventiva, cuja o principal objetivo consiste em formar, a partir dos lucros apurados, uma reserva financeira para enfrentar crises inesperadas no quadro financeiro da empresa. Aparentemente parece um tanto ilógico criar tal reserva subtraindo parcela do lucro que deveria ser aplicado em ativos fixos que permitiriam a expansão da empresa. Para contornar esse raciocínio, devemos lembrar que essa reserva não deve ficar "parada" no caixa da empresa e, sim aplicada no mercado financeiro que, em geral, tem apresentando maior rentabilidade se comprada ao retorno do capital fixo investido.
Controlar a Inadimplência. A inadimplência pode decorrer tanto da economia nacional quanto a fatores dentro da própria empresa. Como não podemos influenciar os ditames da economia, devemos nos precaver observando as práticas creditícias por nós aplicadas. Deve-se prestar mais atenção no momento de conceder o crédito ao cliente ou até mesmo na hora de faturar vendas. Atitudes simples como verificar Serviço de Proteção ao Crédito a redução de prazos de pagamento concedidos, devem estar sendo considerados na hora de planejar qual o volume de vendas serão efetuadas neste tipo de operação
O Endividamento. Não devemos nós endividar a qualquer custo para solucionar problemas de curto prazo. Nos momentos de insuficiência de capital de giro, muitas empresas captam empréstimos junto às instituições de crédito sem fazer um levantamento do custo da operação. Em regra geral, o custo de captação tem que ser menor que a projeção da rentabilidade da empresa para o período. Caso isso não seja observado pode-se criar um novo problema, a quitação da operação. Em geral, na busca de recursos para capital de giro, o ponto de tomada de decisão baseia-se na expectativa, nada confiável, a melhora do perfil de vendas das empresas. Essa inobservância pode acarretar em um ciclo vicioso na administração da empresa podendo levar ao encerramento das atividades, uma vez que, quando essa "melhora de vendas" acontece, a acumulação dos juros da operação pode tornar o seu pagamento inviável.
Alongamento do Perfil das Dívidas. Segundo o economista e ex-ministro da Fazenda Antônio Delfim Neto, dívida não se paga, se negocia. Para a economia de um país, essa máxima se encaixa bem. Para a economia das empresas, deve ser adaptada. As dívidas devem ser pagas. O segredo está em negociar prazos de pagamentos que sejam compatíveis com os fluxos de caixa futuros. Assim, em determinados períodos o adiamento de saídas de caixa podem melhorar o perfil do capital de giro, diminuindo o seu financiamento. Mas atenção: do mesmo modo que o endividamento, para que o alongamento do prazo seja eficiente o custo financeiro da operação deve ser suportado pela rentabilidade da empresa no período em que a medida seja adotada.
Existe uma Solução Definitiva? A resposta é: SIM. Quando a atuação da administração financeira da empresa for consonante com a administração estratégica. Nos planejamentos empresariais deve-se manter o foco na manutenção da lucratividade da empresa, fazendo os ajustes na recomposição do fluxo de caixa sempre que necessário. Esta solução exige a adoção de medidas de planejamento estratégico que vão desde a avaliação dos produtos e serviços oferecidos atualmente, quanto a eliminação de outros.
Reconfiguração dos canais de venda, com adoção de novas técnicas e treinamento de pessoal. A partir do momento que a empresa descobrir que a solução do problema de capital de giro requer muito mais do que soluções financeira de curto prazo, ele se tornará um item gerencial com a normalidade dos demais.

Júlio Sérgio Moraes
Professor da Faesa

    Fonte: CDL Itapemirim e Marataízes - ES
 
Por:  CDL Marataízes e Itapemirim    |      Imprimir