Categoria Economia  Noticia Atualizada em 09-10-2008

Bovespa acompanha recuperação internacional e opera em alta
Mercados já mostram expectativa com reuniões do final de semana. Bolsa recuou 3,85% no pregão de quarta-feira.
Bovespa acompanha recuperação internacional e opera em alta
Foto: http://bolsadevalores.pbwiki.com

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) acompanha nesta quinta-feira (9) a tendência de recuperação dos mercados mundiais com as medidas coordenadas dos BCs mundiais frente à crise financeira e registra valorização.

Por volta das 10h15, o índice Ibovespa - referência para o mercado financeiro brasileiro - apontava uma alta de 4,45%, aos 40.309 pontos.

Na véspera, bancos centrais de vários países anunciaram cortes em suas taxas de juros, em uma tentativa de conter a desaceleração da economia mundial.

Nos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed) anunciou o corte dos juros de 2% para 1,5% ao ano. Em Londres, uma reunião extraordinária do comitê de política monetária do Banco da Inglaterra decidiu pela redução da taxa de juros do país em 0,5 ponto percentual, para 4,5%.

O Banco Central Europeu (BCE) também decidiu reduzir a taxa básica de juros da região, de 4,25% para 3,75%. Também cortaram suas taxas, na ação coordenada, os BCs da Suécia, de 4,75% para 4,25%, da Suíça, de 3% para 2,50%, e do Canadá, de 3% para 2,50%.

No Brasil, o Banco Central (BC) anunciou uma série de medidas para manter a liquidez no sistema financeiro. Foram liberados mais R$ 23,2 bilhões aos bancos por meio da diminuição das exigências de recolhimento compulsório.

Uma das medidas é a redução da alíquota adicional de compulsório de 8% para 5% sobre os depósitos a prazo e depósitos à vista. Outra é o aumento do limite de isenção do recolhimento sobre os depósitos a prazo, que já tinha sido elevado para R$ 300 milhões duas semanas atrás e agora sobe para R$ 700 milhões.

Encontros internacionais

Os investidores também já mostram expectativa sobre as grandes reuniões financeiras internacionais deste fim de semana.

Na sexta-feira, os responsáveis do G7 (Alemanha, Canadá, EUA, França, Grã-Bretanha, Itália e Japão) se reúnem para discutir como "reforçar seus esforços coletivos diante da crise", segundo o secretário do Tesouro americano, Henry Paulson.

Washington receberá também a partir de sábado reuniões do G20, que reúne ministros e banqueiros centrais dos principais países ricos e emergentes, e as reuniões autônomas do FMI e do Banco Mundial.

No entanto, a volatilidade tende a continuar nos próximos dias. "Os mercados continuam céticos quanto à coordenação internacional para resolver os problemas do sistema financeiro", afirmaram os economistas do Barclays Capital em uma nota a seus clientes, dando a entender que as bolsas mundiais continuarão operando com nervosismo nos próximos dias.

Panorama global

No mercado internacional, as bolsas refletem o clima de alívio com as operações internacionais para fazer frente às turbulências. Por volta das 9h30 de Brasília, as principais bolsas registravam alta. Londres subia 0,98%. Em Frankfurt, a alta era de 1,02%. E a bolsa de Paris operava com ganhos de 1,99%. A nota negativa vinha do mercado espanhol, que recuava 1,27%.

Já na Ásia, os indicadores apontaram para lados opostos. O índice Nikkei da Bolsa de Tóquio, que ontem fechou com queda histórica de 9%, encerrou o pregão em baixa de 0,50%. Em Hong Kong, o índice Hang Seng teve alta de 3,31%. Já o índice Kospi, da Bolsa de Seul, fechou com ganhos de 0,64%.

A Bolsa de Cingapura também reagiu, com o índice Straits Times fechando em alta de 1,70% Em Xangai, o Shanghai Composite Index, dos papéis A e B, também reagiu, encerrando com leve baixa de 0,84%. Na véspera, a Bolsa chinesa havia recuado 3,4%.

Montanha-russa

Na quarta-feira, a Bovespa voltou a ter um pregão de forte volatilidade. Depois de abrir em baixa de 6% e chegar a registrar valorização em alguns momentos do dia, a tendência negativa se consolidou após um discurso do secretário do Tesouro dos EUA, Henry Paulson, que afirmou ainda ser cedo para buscar "sinais encorajadores" no mercado.

Com isso, o Ibovespa teve baixa de 3,85% no dia, encerrando aos 38.593 pontos, aumentando a queda de 2008 para 39,6%. O patamar é o mais baixo para o Ibovespa desde outubro de 2006. O volume financeiro negociado foi de quase R$ 7,3 bilhões.

Bovespa acompanha recuperação internacional e opera em alta
Mercados já mostram expectativa com reuniões do final de semana.
Bolsa recuou 3,85% no pregão de quarta-feira.

 
Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir